[Resenha - Geração Editorial] Mão de Ferro

Esta resenha não possui spoilers deste livro ou do primeiro livro da série. 

Resenha de Coração de Pedra.

Título: Mão de Ferro

Autor: Charlie Fletcher

Tradução: Marsely Dantas

Livro #2 da trilogia Coração de Pedra

Geração Editorial

Skoob

Numa londres de pesadelo, estátuas de gárgulas e outros monstros ganham vida e perseguem um casal de crianças em ações frenéticas sucessivas. Edie e George, tendo como companheiro o Artilheiro, deparam-se com novas ameaças, como o Touro Matador e as armadilhas perversas do Caminhante. Seus poderes terão que ser usados de modo mais consciente e suas personalidades terão que amadurecer. Conseguirão os dois sobreviver a tantos desafios e provas?

Sugiro a leitura da resenha do primeiro livro da série para que vocês consigam entender um pouco sobre a história, é só clicar aqui para acessá-la.

Em Coração de Pedra, o destaque é a situação entre o protagonista, George, e as estátuas. Mesmo que algumas estátuas o ajudem e outras queiram matá-lo, o garoto é o foco. No segundo volume, esse foco é um pouco desviado... o leitor passa a conhecer todo tipo de relação que existe entre as criaturas de pedra ou de metal. O autor nos mostra que nem tudo é o que parece ser, que não é por ser um cuspido que um ser possui realmente bondade, ou por ser um estigma que ele é fundamentalmente mau.

- A ausência de hostilidade não significa presença de benevolência, minha querida. Também pode significar indiferença.

Em Coração de Pedra, não ficou claro quem ou o que era "A Pedra", um ser que tinha vários servos, mas que não dava para ter ideia do que se tratava. Em Mão de Ferro, isso é esclarecido. É contada toda a história da Pedra, de como surgiram os estigmas e os cuspidos e porque são de natureza tão diferente. Fica bem clara também a necessidade que cada escultura sente de cumprir a vontade de seu fazedor, da pessoa que a criou e que colocou seus pensamentos e desejos naquele trabalho.

Neste volume, as personagens principais ficam separadas a maior parte do tempo. Isso fez com que a ação diminuísse um pouco, mas não tornou a história menos interessante. Eu ficava completamente enlouquecida tendo que esperar um tempão para descobrir o destino de alguém. E aí, quando pensava que o autor ia me deixar saber, ele terminava o capítulo e colocava outra pessoa em destaque. 

Por não terem o apoio uns dos outros durante toda a narrativa, os personagens passam a acreditar mais em si mesmos, mas não se esquecem dos amigos em nenhum momento. Pelo contrário, a ligação formada entre eles no primeiro livro lhes dá forças para enfrentar os desafios apresentados a eles.

Disse para vocês na resenha de Coração de Pedra que a história se passa em uma espécie de universo paralelo. Esse conceito se expande um pouco nesse livro, são incluídas viagens no tempo e no espaço no enredo.

Não se pode mudar o passado. Mesmo que ele ainda não tenha acontecido.

O trabalho editorial segue o padrão do primeiro volume, folhas amarelas e fonte com tamanho e espaçamento ideais. A capa tem uma textura diferente na parte do olho - mais áspera, que até lembra um pouco pedra. Não sei a quem esse olho pertence e não sei se quero saber... rs... 

Achei que o final seria muito mais desesperador. Felizmente, não foi tanto assim. Ao contrário do primeiro livro, nada foi corrido, os fatos foram se encaixando e tudo fez sentido. A má notícia é que Mão de Ferro acaba de ser lançado, então não tenho a menor ideia de quando conheceremos o final dessa trilogia. Mas tenho certeza que a espera vai valer a pena.