[Resenha - Galera Record] A desconstrução de Mara Dyer

Título: A desconstrução de Mara Dyer
Autora: Michelle Hodkin
Tradução: Mariana Kohnert
Editora: Galera Record
Skoob | Leia um trecho

Um grupo de amigos... Uma tábua ouija... Um presságio de morte. Mara Dyer não estava interessada em mensagens do além. Mas para não estragar a diversão da melhor amiga justo em seu aniversário ela decide embarcar na brincadeira. Apenas para receber um recado de sangue. Parecia uma simples piada de mau gosto... até que todos os presentes, com exceção de Mara, morrem no desabamento de um velho sanatório abandonado. O que o grupo estaria fazendo em um prédio condenado? A resposta parece estar perdida na mente perturbada de Mara. Mas depois de sobreviver à traumática experiência, é natural que a menina se proteja com uma amnésia seletiva. Afinal, ela perdeu a melhor amiga, o namorado e a irmã do rapaz. Para ajudá-la a superar o trauma, a família decide se mudar para uma nova cidade, um novo começo. Todos estão empenhados em esquecer. E Mara só quer lembrar. Ainda mais com as alucinações - ou seriam premonições? -, os corpos e o véu entre realidade, pesadelo e sanidade se esgarçando dia a dia. Ela precisa entender o que houve... para ter uma chance de impedir a loucura de tomá-la. Ela pode contar apenas com Noah, o cínico galã da escola - e que carrega um segredo tão surpreendente quanto o de Mara -, para juntar as peças desse quebra-cabeça. Ambos precisam descobrir o que é real, o que é imaginação e o que é muito, muito perigoso.

Preciso contar uma coisa para vocês: se não fosse o que acontece bem no final do livro, minha resenha seria completamente diferente. Estava achando o enredo excessivamente absurdo, até que veio uma reviravolta espetacular e mudou absolutamente tudo. Então, se forem ler, e pensarem em parar por terem essa impressão: persistam.

Mara Dyer (esse não é o nome dela, aliás, como avisa antes de contar sua história) é uma garota de 17 anos que acaba de passar por um trauma. Sua melhor amiga, seu namorado e a irmã dele morreram em um acidente. Um desabamento de um antigo sanatório, que eles resolveram explorar. Mara não se lembra nem do motivo de estar naquele lugar, nem de nada que aconteceu. 

Mas essa não é a parte mais aterrorizante: a garota tem a impressão de estar enlouquecendo. Não pode nem se olhar no espelho, pois vê os amigos refletidos nele. E não pode contar isso para ninguém: sua mãe é psicóloga e a internaria para que fizesse um tratamento psiquiátrico ao menor sinal de um distúrbio. Como último recurso, Mara convence a família de que uma mudança é exatamente o que ela precisa - para ajudá-la, todos aceitam a ideia e providenciam um novo começo na Flórida. Mas os problemas de Mara não ficam para trás.

A narrativa da autora é excelente. Os capítulos são curtos e ajudam a leitura a se tornar ainda mais acelerada. A história é viciante; ainda que tenha me parecido realmente absurda durante um bom tempo, nem assim conseguia deixar o livro de lado. A cada página eu ficava mais curiosa para entender o que estava acontecendo. É tensão do início ao fim.

A narração é feita pela protagonista, e consegui sentir toda a confusão que se passava dentro da cabeça dela. Mara, a cada página, tem mais dificuldade de distinguir o que é real do que é fruto de sua imaginação. Suas visões se tornam frequentes e mais longas e detalhadas, mas ela está decidida a superar isso - sem remédio e sem internação.

O final do livro é surpreendente, e me fez ficar completamente louca para ler o segundo volume. A verdade é que, se eu estivesse com tempo e sem milhões de leituras atrasadas para colocar em dia, releria esse. Um dia ainda vou fazer isso, porque sabendo como termina tenho certeza que minha visão seria bem diferente, e que eu ficaria ainda mais alucinada pela história.