[Resenha - Galera Record] Invisível

Título: Invisível

Autores: David Levithan | Andrea Cremer

Tradução: Ana Resende

Editora: Galera Record

Skoob | Leia um trecho

Stephen passou a vida do lado de fora, olhando para dentro. Amaldiçoado desde o nascimento, ele é invisível. Não apenas para si mesmo, mas para todos. Não sabe como é seu próprio rosto. Ele vaga por Nova York, em um esforço contínuo para não desaparecer completamente. Mas um milagre acontece, e ele se chama Elizabeth. Recém-chegada à cidade, a garota procura exatamente o que Stephen mais odeia. A possibilidade de passar despercebida, depois de sofrer com a rejeição dos amigos à orientação sexual do irmão. Perdida em pensamentos, Elizabeth não entende por que seu vizinho de apartamento não mexe um dedo quando ela derruba uma sacola de compras no chão. E Stephen não acredita no que está acontecendo... Ela o vê! Em pouco tempo, os dois se tornam mais que amigos. E tanto Elizabeth como Stephen irão precisar de muita coragem para quebrar a maldição.

Invisível conta a história de Stephen, um garoto que nasceu com uma maldição: não pode ser visto por ninguém, nem por ele mesmo. Por quinze anos, viveu ao lado da mãe, mas há um ano vive sozinho, já que ela faleceu. O pai saiu de casa quando ele era muito pequeno, e o ajuda apenas financeiramente. O garoto vive apenas observando o mundo, já que não é possível interagir com ele. Até que, de repente, percebe que uma garota pode vê-lo - e isso muda drasticamente sua vida.

O livro é narrado em primeira pessoa, e os capítulos são alternados entre Stephen e Elizabeth - a garota que o enxerga. Isso ajuda a acompanhar os pensamentos dos dois, mas na verdade me causou certo estranhamento em alguns momentos. Acabei gostando bem mais dos capítulos narrados pelo Stephen que dos narrados pela Elizabeth. Em várias resenhas que li as pessoas disseram que conseguiram perceber que parte foi escrita por qual autor. Mesmo que tenha sido meu primeiro contato com a escrita dos dois, e eu não saiba quem escreveu o que, preciso concordar que a diferença é bem clara.

O que achei fantástico foi que os autores conseguiram nos fazer parar para pensar pela forma com que mostraram que tudo que Stephen queria era que as pessoas conseguissem vê-lo; enquanto o maior desejo da Elizabeth era se tornar tão invisível quanto possível, por ter se decepcionado infinitamente com as pessoas com as quais convivia, que se afastaram dela ao descobrirem a homossexualidade de seu irmão, Laurie.

Os protagonistas têm que encarar coisas super sinistras, e precisam crescer rápido demais para conseguir enfrentar uma batalha bem difícil entre o bem e o mal - claro que uma maldição não pode ter vindo de algo bom. O leitor começa a embarcar em um romance no início da narrativa e, embora este romance não desapareça, deixa de ser o foco à medida que passamos a entender porque Stephen é invisível. 

Os personagens secundários são muito importantes no enredo. Ficamos sabendo de parte de suas histórias também, e adoro quando isso acontece.

A narrativa é fluida, mas o livro não me conquistou. A leitura não me fez reagir, não me envolveu... tive uma relação um tanto quanto morna com Invisível. Gostei do livro, porém esperava bem mais, principalmente por causa dos elogios infinitos que vi por aí. Mas não deixem de ler para tirar suas próprias conclusões sobre ele.