[Resenha - Novo Conceito] A Playlist de Hayden

Título: A Playlist de Hayden

Autora: Michelle Falkoff

Tradução: Amanda Orlando

Editora: Novo Conceito

Skoob

Depois da morte de seu amigo, Sam parece um fantasma vagando pelos corredores da escola, o que não é muito diferente de antes. Ele sabe que tem que aceitar o que Hayden fez, mas se culpa pelo que aconteceu e não consegue mudar o que sente. Enquanto ouve música por música da lista deixada por Hayden, Sam tenta descobrir o que exatamente aconteceu naquela noite. E, quanto mais ele ouve e reflete sobre o passado, mais segredos descobre sobre seu amigo e sobre a vida que ele levava. A Playlist de Hayden é uma história inquietante sobre perda, raiva, superação e bullying. Acima de tudo, sobre encontrar esperança quando essa parte parece ser a mais difícil.

Este livro foi muito divulgado pela editora. Vários blogueiros receberam um livreto com parte dele bem antes do lançamento, e vi muita gente falar sobre suas primeiras impressões. Na maior parte das vezes, foram impressões muito positivas. Depois, comecei a ver algumas resenhas, no geral positivas também. Minhas expectativas alcançaram um nível absurdamente alto, e foram quase que completamente frustradas quando finalmente decidi ler.

O livro já começa com Sam encontrando seu melhor (e único) amigo, Hayden, morto. O garoto se suicidou e deixou um bilhete com os seguintes dizeres: "Para Sam. Ouça. Você vai entender.". Junto com ele, um pendrive, contendo uma misteriosa playlist. Mas será que isso será o suficiente para permitir que ele consiga compreender aquela atitude?

Muitas pessoas querem ser invisíveis. Talvez elas até pensem que podem fingir que são. Mas sempre alguém as vê.

No início, a leitura foi bem arrastada para mim. Em vários momentos, duvidei que a autora fosse chegar a algum lugar. Mas vocês me conhecem, sou aquela que nunca desiste antes do livro terminar, que sempre nutre esperanças de que as coisas vão ficar melhores. E sim, isso aconteceu. Mais ou menos na metade, a leitura começou a fluir, talvez porque a investigação de Sam tenha começado a dar algum resultado. A fluidez se manteve quase até o final, quando tudo desandou para mim.

Tenho problemas para entender porque as pessoas tomam uma decisão tão extrema quando o suicídio, porque de acordo com o que eu acredito ele não serve para absolutamente nada, não acaba com o sofrimento e sim, torna a situação ainda pior. Passei o livro todo esperando que os motivos de Hayden para se matar fossem revelados, e quando foram, os achei bem fracos, o que me causou uma decepção ainda maior. Tudo bem que ele não tinha uma vida fácil, nem em casa, nem na escola... mas não acho que isso justifique tamanho desespero. Sempre existe outra saída. Talvez minha dificuldade de entender seja também porque o personagem é bem jovem, e eu não acho que tenha levado em conta como é frágil ainda a estrutura emocional de pessoas da idade dele. De qualquer jeito, não consegui que os acontecimentos entrassem na minha cabeça.

Não senti a emoção que todo mundo sentiu lendo, não me comovi com a situação de nenhuma das personagens. Talvez porque eu também ache a vingança algo completamente inútil, uma coisa que faz mais mal pra quem a pratica do que para o alvo, e começam a acontecer algumas coisas que deixam claro que alguém tem um plano de vingança. Suspeitei de várias pessoas no decorrer da narrativa, mas nunca do culpado. E até agora também não fez muito sentido para mim o culpado ser quem foi, mas enfim...

Não tomem nenhuma decisão de leitura levando em conta só a minha opinião. O livro apenas não foi feito para mim, não consegui me conectar com ele. Mas muita gente conseguiu, inclusive pessoas de quem respeito bastante a opinião. Leiam para tirar suas próprias conclusões.