quinta-feira, 4 de junho de 2015

[Resenha - Novo Conceito] Neve na Primavera

Postado por Ju às 18:00
Título: Neve na Primavera
Autora: Sarah Jio
Tradução: Rafael Gustavo Spigel
Editora: Novo Conceito

Seattle, 1933. Vera Ray dá um beijo no pequeno Daniel e, mesmo contrariada, sai para trabalhar. Ela odeia o turno da noite, mas o emprego de camareira no hotel garante o sustento de seu filho. Na manhã seguinte, o dia 2 de maio, uma nevasca desaba sobre a cidade. Vera se apressa para chegar em casa antes de Daniel acordar, mas encontra vazia a cama do menino. O ursinho de pelúcia está jogado na rua, esquecido sobre a neve. Na Seattle do nosso tempo, a repórter Claire Aldridge é despertada por uma tempestade de neve fora de época. O dia é 2 de maio. Designada para escrever sobre esse fenômeno, que acontece pela segunda vez em setenta anos, Claire se interessa pelo caso do desaparecimento de Daniel Ray, que permanece sem solução, e promete a si mesma chegar à verdade. Ela descobrirá, também, que está mais próxima de Vera do que imaginava.

Seattle, 2 de maio de 2010. 

Claire Aldridge se surpreende ao acordar e deparar-se com uma nevasca. É o fim da primavera, e ela nunca pensou que veria neve àquela altura. Mas o dia ainda lhe reservava mais surpresas: recebe uma ligação de seu chefe deslumbrado com a coincidência de ter nevado naquela forma há exatos 77 anos: no dia 2 de maio de 1933 (vamos relevar que no livro fizeram a conta errada). Ela é jornalista, e ele a incube de encontrar uma história que lhe permita falar sobre as duas tempestades de neve: a de muito tempo tempo atrás e a que está atingindo a cidade naquele momento. Claire acha realmente uma ideia idiota, até que uma história a encontra.

Seattle, 2 de maio de 1933.

Antes do amanhecer, Vera Ray chega exausta do trabalho, com o coração partido por ter deixado o filho sozinho em casa. Mas ela mal tem dinheiro para o básico, e ao tentar levá-lo para o trabalho na semana anterior foi ameaçada de demissão por sua chefe. Precisa desesperadamente pagar seu aluguel, pois não consegue nem imaginar a possibilidade de seu filhinho de três anos, Daniel, não ter um teto para morar. Mas logo percebe que ele não está onde ela o deixou e, ao sair desesperada pelas redondezas para procurá-lo, encontra o ursinho do menino caído de cara na neve. Ao procurar a polícia, simplesmente escuta que o garoto fugiu e vai voltar quando estiver com fome.

A história de 1933 está estampada muito superficialmente em um jornal da época, e comove Claire completamente. Há pouco menos de um ano, ela perdeu seu filho. Então decide que não medirá esforços para descobrir o que aconteceu com essa criança.

Em 2013, li outro livro da autora publicado pela Novo Conceito, As Violetas de Março. A história mexeu muito comigo, então esse foi o primeiro dos livros recebidos esse mês que peguei para ler. Ele não me tocou tanto quanto o outro, mas mesmo assim gostei bastante da leitura.

Acho que me envolvi menos porque desvendei boa parte do mistério bem antes da protagonista. A autora permite ao leitor conhecer detalhes que a Claire não conhece, já que a narrativa se alterna entre presente e passado, intercalando a história das duas mulheres - e inclui flashbacks, que eu adoro. 

A escrita é bem fluida mas, apesar do livro ser focado, em parte, na investigação do passado, não esperem muita ação. Como é algo que aconteceu há muito tempo atrás, é difícil encontrar pessoas e documentos que possam esclarecer os fatos. E, ao mesmo tempo que acompanhamos Claire na busca da verdade sobre o que aconteceu com o garotinho, a acompanhamos buscando a verdade de seu coração também. Será que seu casamento sobreviverá à tragédia que viveu?

A história é muito bem fechada, tudo fica esclarecido. E, apesar de eu ter descoberto muitas coisas com antecedência, ainda fui surpreendida no final, e acabei chorando - mas de felicidade, não se preocupem. Só teve uma coisa que me incomodou um pouco: nunca vi tanta coincidência junta. Sério, vocês não vão acreditar no número imenso de coincidências que a narrativa apresenta, para mim elas até ultrapassaram o nível do aceitável. Mas acho que isso vai da percepção de cada um, talvez não incomode mais ninguém. Mesmo assim, é uma história que merece ser lida.

11 comentários:

  1. Oi Ju, tudo bom?

    A conta não está errada não amiga, o ano está certinho. Tive que apelar para a calculadora também, rs. Comecei a ler o livro, mas estou nos primeiros capítulos ainda. A história ainda não me prendeu. Mas vou até o final. Adorei a resenha, mal posso esperar para saber o que aconteceu com o garotinho.

    Beijos
    www.estantedarob.com.br

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    1. A conta está errada sim, Rob, no livro ele diz que a outra nevasca foi há mais de 80 anos... e 2010 - 1933 dá mesmo 77... hehe... fora que trocaram o número onde fica um local mega importante, que não vou dizer qual é... rs... a Claire consegue o endereço e acha que o taxista parou no lugar errado, mas confere o número das anotações e é aquele mesmo... só que não, né, era 4000 e alguma coisa e ela fala 1000 e alguma coisa,,,, enfim, só eu percebo essas coisas, elas me irritam um pouquinho. Espero que o livro consiga te prender! Beijo!

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  2. oi flor, este foi o primeiro que li quando a caixa chegou, gostei muito do enredo e fui brincando de investigadora com a Claire
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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  3. Eu gostei muito da sinopse, e me interessei quando a li, porém confesso que isso mudou quando vi que é possível desvendar os mistérios da trama antes mesmo da protagonista. Acho que perde o elemento surpresa. Também não conseguiria me envolver com tão pouca ação. Claro que lagrimas no fim de um livro é sempre um bom sinal.

    CAFÉ COM LETRAS

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  4. Oi Ju, tudo bem?
    A história parece interessante e que bom que te emocionou no final, são poucos os livros que me emocionam dessa forma, acho que só aconteceu em Extraordinário. Vou anotar a dica, e que saco essas contas erradas hein, realmente irrita.

    Bjs, Glaucia.
    www.maisquelivros.com

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  5. Oi Jú,

    Sério que erraram a conta no livro (rs, afff).
    Acho bem interessante tramas que trazem flashbacks, com narração no presente e no passado e mesclando duas histórias, sem falar que a autora permite que o leitor tenha acesso a algumas informações antes da personagem, eu gostei disso.
    Sabe, resenhas que me informam como o livro é, com se dá a trama e como é a leitura, como você sempre faz é um facilitador para que eu decida se lerei ou não e, sua resenha me cativou e me motivou a colocar este título na minha lista de desejos.

    Beijos
    Tânia Bueno
    www.facesdaleitura.com.br

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  6. Olá, tudo bem?

    Achei a capa desse livro linda e a premissa bem interessante, mas desanimei ao saber que o livro não tem muita ação, afinal é o que se espera de livros que tenham como temática uma investigação. Gostei de saber que a narrativa é fluida, mas uma coisa que me incomoda muito em livros são flashbacks, pois muitas vezes os autores não conseguem usar esse recurso corretamente e acabam fazendo algo porco e que vai afastar o leitor. Ainda não me decidi se lerei, mas é uma ótima dica de leitura.

    Abraços,
    Matheus Braga
    Vida de Leitor - http://vidadeleitor.blogspot.com.br/

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  7. Oi, Ju! Ainda não li nada dessa autora e também solicitei esse livro na parceria. Eu sou um pouco lerda para as coisas, então duvido que vou desvendar os mistérios antes da protagonista. Também gosto de flashback, acredito que da uma percepção da história muito melhor e nos permite conhecer os personagens.
    Espero não me incomodar com as coincidências :\\

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  8. Oi Ju.
    Eu não gosto muito de descobrir coisas antes do personagem pq fico naquela: gente tá na sua cara criatura!!!
    Mas o fato de mesmo assim vc ter se surpreendido com o final me animou muito e eu to quase lendo esse livro. to esperando terminar o que eu estou lendo atualmente.
    Seguindo o Coelho Branco

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  9. Oi Ju, tudo bem minha linda!!

    Que resenha maravilhosa... por mais que você tenha dito que não se conectou tanto na história, percebi que você gostou muito da história... eu fiquei bem curiosa, porque são duas histórias paralelas de duas mulheres que tiveram perdas... fico imaginando a dor, o desespero... deve ser muito ruim a sensação... a procura constante, a luta para manter o casamento, nossa, um sufoco. Você sabe que esse tipo de livro sai de minha zona de conforto, mas eu curti o enredo... Xero!

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  10. Rindo eternamente do erro de conta. Cadê o editor e o revisor desse bendito??? o.O
    Então... não sei se eu curtiria tanto uma leitura que pra mim foi previsível. Pelo menos a surpresa positiva no final deu uma balanceada. E essa coisa de excesso de coincidências sempre deixa a gente desconfiada, coisa de ficção mesmo. né possível!
    Apesar de me interessar, preferi deixar o livro pra Jaque ler, minha fila tá enorme!
    Beijinhos!
    Giulia - www.prazermechamolivro.com

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