[Resenha - Fundamento] Brotherband 1: Os Exilados

Título: Brotherband 1 - Os Exilados

Autor: John Flanagan

Editora: Fundamento

Compre no site da editora

Skoob

O pequeno e franzino Hal nunca conheceu o pai, um dos maiores guerreiros que defenderam o reino de Escândia. Bem diferente dele, Hal em nada se parecia com um forte e bravo lutador, características valorizadas por seus conterrâneos, tradicionalmente valentes homens do mar. Isso e mais o fato de ele ser filho de uma escrava vinda de Araluen o tornava um estrangeiro em seu país. Mesmo sentindo-se exilado entre seu povo, havia algo que aproximava Hal dos outros garotos: o Brotherband, ou "irmãos em armas" - um conjunto de treinamentos que simulava as atividades da tripulação de um barco, com equipes que competiam entre si em testes de resistência e força e aprendiam as habilidades necessárias para se tornarem guerreiros invencíveis. Rejeitado pelos líderes dos demais grupos, Hal junta-se a seu grande amigo Stig e a outros renegados e forma o próprio time. Mas um fato inesperado vai mudar o destino dessa equipe incomum e levá-la a navegar por mares perigosos, rumo a aventuras incríveis e batalhas ferozes. Uma nova geração desafia a antiga, renegados se tornam lendas e mais uma aventura começa!

Alguém reparou no nome do autor e no que está escrito lá em cima na capa? Sim, comecei a ler mais uma série do John Flanagan! *-* Todo mundo que visita o blog com frequência sabe que sou completamente viciada em Rangers, e não podia deixar passar a oportunidade de ler Brotherband. Embora esta série não tenha ganhado meu coração de cara como a outra, gostei muito do que encontrei, e acho que ela ainda tem chances de conseguir me encantar de verdade.

Hal está prestes a completar 16 anos, e isso marca a vida de todos os garotos na região em que ele vive. Isso porque é nesta idade que eles participam de um treinamento para aprender as habilidades de seu povo - navegação e luta. O nome deste treinamento é Brotherband, e ele funciona como uma competição, em que os rapazes formam "times" - que se tornam também tripulações de navios durante certo período - e lutam para se destacar. Depois de finalizá-lo, ficam aptos a trabalhar em qualquer navio escandinavo.

Esse momento de sua vida fascina e assusta um pouco o garoto... afinal, ele nunca foi aceito pela maior parte das pessoas de sua idade. Seu pai foi um grande marinheiro e guerreiro, serviu no navio do Erak (se alguém leu Rangers sabe de quem estou falando), mas morreu há muitos anos atrás. Hal vive com a mãe, que não é muito bem vista - chegou na Escandinávia como escrava, e foi comprada e libertada por aquele que se tornou seu marido. O preconceito dirigido a ela é enorme e atinge seu filho também. Ele não é visto como alguém que pertence àquele lugar.

Hal é um personagem fascinante. Apesar de ser um pouquinho arrogante em alguns momentos, e nesses momentos achar que sabe mais que os outros, na maior parte do tempo ele é muito agradável. Está sempre disposto a ajudar quem precisa dele e não hesita em abrir mão de algo para fazer o que é certo. Sim, ele dá mancadas, é um adolescente e ainda está aprendendo a lidar com a vida, mas é extremamente inteligente e generoso. 

Temos muitos personagens no livro. Alguns dos mais velhos tiveram participações marcantes em Rangers, mas os mais novos nasceram depois dos acontecimentos narrados por lá. Vinte e oito garotos participam do treinamento, mas é claro que não conhecemos todos com profundidade. Os que ficam na mesma equipe de Hal têm mais destaque, mas também dá para conhecer bem uns dois de cada uma das outras equipes. Ainda temos os treinadores; Thorn, um grande amigo do pai de Hal que se torna seu mentor e mais algumas pessoas, mas não se preocupem com isso. Todos os personagens são muito bem caracterizados e não dá para confundi-los. Quer dizer, a não ser que se trate de dois irmãos gêmeos que gostam de confundir as pessoas... rs... 

Apenas duas coisas me fizeram não curtir tanto a leitura. A primeira foi que o lugar e as pessoas receberam mais de uma denominação. No caso do lugar, Escândia/ Escandinávia e, no caso das pessoas escândios/ escandinavos. Achei que isso ficou meio confuso, ainda que existam as duas denominações para a mesma região. Como neste livro temos personagens em comum com Rangers, e na outra série sempre foram usados os termos Escandinávia e escandinavos, acho que isso poderia ter sido mantido. Fora isso, não encontrei nenhum outro problema de revisão. 

A segunda coisa foram os termos de navegação utilizados. A leitura fluiu menos para mim nos trechos em que estavam presentes, mas isso é meio que inevitável... e o autor providenciou um glossário de termos náuticos, que foi colocado no início do livro e que não permite que o leitor fique perdido em nenhum momento, já que pode sempre consultá-lo. Acho que superarei esse problema à medida que for avançando na série, pois tenho a impressão que grande parte dela se passa no mar e, assim, vou acabar me familiarizando com as expressões. Em todo o restante do livro, a leitura fluiu muito bem, o que realmente não foi nenhuma surpresa para mim. Afinal, se a narrativa do John não me agradasse, eu não teria lido os 12 livros de Rangers já publicados.

Nesta série, ele continua dando muito valor à amizade. E também é dado muito destaque ao fato de um líder só poder ser considerado realmente assim caso tenha o respeito de seus liderados. Parte da história é finalizada nesse livro, mas o desfecho dos últimos acontecimentos fica para o livro seguinte, o que faz com que eu me sinta muito feliz por já tê-lo aqui. Logo venho contar minhas impressões sobre ele para vocês.