[Resenha - Jangada] O Tempo Que Nunca Foi

Este livro apresenta uma realidade alternativa, e a sinopse conta coisas que mudaram na vida da protagonista. Não considero spoilers, mas talvez alguém ache melhor não ler. O restante da resenha não possui spoilers deste livro ou do livro anterior da série.

Resenha de Amber House

Título: O Tempo Que Nunca Foi

Autoras: Kelly Moore | Tucker Reed | Larkin Reed

Tradução: Martha Argel | Humberto Moura Neto

Livro #2 da trilogia Amber House

Editora: Jangada

Skoob | Leia um trecho

Depois da morte da avó, Sarah Parsons vai morar em Amber House - a centenária propriedade que pertence à sua família há gerações, onde Sarah é assombrada por ecos fantasmagóricos do passado. Mas Sarah começa a ter uma sensação de que algo está de alguma forma... errado. As coisas estão muito diferentes - e melhores - para Sarah e sua família: sua tia Maggie está viva; seus pais estão casados - e felizes; sua avó morreu depois de uma vida longa, produtiva e respeitada. Mas outras coisas estão muito diferentes, e não mudaram para melhor! A América do Norte é um conjunto de nações separadas, onde a Confederação dos Estados Americanos ainda luta contra a segregação e o racismo, e o nazismo prevalece em toda a Europa. Nesse mundo, Sarah é assombrada por visões de um tempo em que o mundo era muito melhor - um tempo que ela sabe que nunca existiu. Com memórias confusas e uma enorme sensação de déjà-vu, Sarah percebe que fez uma escolha que transformou tudo - e agora ela tem que escolher tudo outra vez. Com a ajuda de Amber House, que lhe traz visões de seus antepassados, e seu amigo de infância, Jackson, ela consegue se lembrar de como as coisas deveriam ser e planejar uma ousada missão que vai redefinir o universo mais uma vez. Sarah precisa descobrir o que mudou e como pode corrigir isso, antes que seja tarde demais... Uma jornada eletrizante que vai deixar você sem fôlego até o capítulo final.

O Tempo Que Nunca Foi é o segundo livro da trilogia Amber House. Foi lançado no ano passado, mas só agora tive a oportunidade de ler. O que posso dizer para vocês é o seguinte: no final do primeiro volume, algo muito importante acontece, e a história de toda a humanidade acaba sendo alterada. Imaginem só, o livro se passa na época atual, mas o mundo está completamente diferente: os nazistas dominam toda a Europa; os Estados Unidos não existem, o sul e o norte são áreas políticas separadas, e no sul ainda imperam oficialmente o racismo e a segregação racial. Celulares não existem! Muita coisa na área de tecnologia não foi descoberta.

A avó de Sarah morre e a garota vai morar em Amber House com sua família - provavelmente não para sempre, há um motivo forte para essa decisão ter sido tomada. A casa é praticamente um personagem, ela conversa (de um jeito inédito, para mim, de abordar viagens no tempo) com algumas mulheres da família. Sarah começa a sentir que tudo parece simplesmente errado - e Amber House começa a confirmar suas impressões.

Esse livro é muito louco, praticamente tudo na vida da Sarah está diferente.  Conhecemos uma realidade alternativa, basicamente um universo paralelo mesmo, em que as coisas aconteceram de outra forma. E, na verdade, quanto à vida em família da garota, as coisas estão melhores. Isso causa um grande conflito na protagonista, pois tem medo de tentar consertar as coisas que mudaram para pior no mundo, e acabar afetando de forma negativa sua vida e a vida dos que ela ama.

- A mudança é uma coisa estranha. (...) Ela tem um preço, às vezes em sangue, e podemos nem mesmo perceber que ela começou, até estarmos imersos nela. Ela exige coragem, mas não a coragem de liderar a mudança. Só a discreta coragem diária de dar o próximo passo, e então o seguinte, mesmo estando com medo, mesmo querendo desistir. Ir até o fim.

A capa é quase perfeita. Ilustra um momento crucial na história, só não imagino a protagonista loira desse jeito. Na capa do primeiro volume, existe um efeito dourado no título e nos nomes das autoras. Neste, o efeito é prateado. Até isso combinou com as estações em que a história se passa, outono e inverno, respectivamente. A fonte é de um tamanho confortável, e o espaçamento é ótimo. As folhas são amarelas e não encontrei erros.

A leitura demorou um pouco para fluir para mim. O mundo está tão detestável que foi difícil aguentar ler todas as cenas. Mas, a partir de um determinado momento, quando dá para perceber um amadurecimento na Sarah, quando ela começa a se lembrar de como era antes e não se dispõe a perder toda a coragem e determinação daquela garota (que passa a chamar de Sarah 1), a narrativa ganha ritmo. Um ótimo ritmo, por sinal, a partir daí ficou difícil interromper a leitura. 

- Dé-jà-vu. (...) Alguns dizem que é tipo um curto-circuito no cérebro, que faz você achar que está se lembrando de algo que não aconteceu. Mas tem gente que diz que talvez você esteja se lembrando de algo que todas as outras pessoas esqueceram.

Então cheguei ao final, e realmente enlouqueci. Sério, gente, porque as autoras fizeram essa maldade absurda com o leitor? rs... O jeito que a história termina é mais que cruel, o final do primeiro livro foi tranquilo de encarar, mas estou feliz por ter demorado a ler esse - pelo menos o lançamento do último volume está mais próximo. Infelizmente, não tão próximo assim, já que não encontrei nenhuma informação sobre isso, nem mesmo uma data prevista de lançamento no exterior. Se alguém por acaso souber de algo, por favor me conte nos comentários.