[Resenha - Novo Conceito] Encontrando-me

Esta resenha não possui spoilers deste livro ou dos livros anteriores da série.

Resenha de Perdendo-me | Resenha de Fingindo

Título: Encontrando-me

Autora: Cora Carmack

Tradução: Paulo Polzonoff Junior

Livro #3 da série Perdendo-me

Editora: Novo Conceito

Skoob

Qual era o meu problema? Hunt era só um cara qualquer. Homens nunca foram um desafio para mim... ou pelo menos não eram fazia muito tempo. Mas aquele homem... Ele me deixava confusa sem nem mesmo tentar. A maioria das pessoas adoraria passar meses viajando pela Europa após concluir a faculdade sem responsabilidades, sem pais e sem limites no cartão de crédito. Kelsey Summers não é exceção. Ela está no melhor momento de sua vida, pelo menos é o que continua a dizer a si mesma. Tentar descobrir quem realmente você é pode ser um negócio complicado, especialmente quando se está com medo de não gostar do que vai descobrir. Bebidas e festas não são sufi cientes para afastar a solidão de Kelsey, mas talvez Hunt possa ajudá-la. Depois de alguns encontros casuais, eles embarcam em uma aventura pelo continente. A cada nova cidade, uma experiência. A mente de Kelsey torna-se um pouco mais clara e cada vez mais seu coração deixa de pertencer somente a ela. Hunt a ajuda desvendar seus próprios sonhos e desejos. No entanto, quanto mais ela aprende sobre si mesma, mais percebe o quão pouco sabe sobre Hunt.

Esta trilogia conta a história de três amigos que se conhecem na faculdade de teatro. Neste terceiro volume, a protagonista é Kelsey. Após sua formatura, decide viajar pela Europa em busca de aventuras que sejam suficientemente marcantes para que consiga encarar o resto de sua vida adulta.

Queria fazer todas as escolhas - boas e más. Queria me ocupar de decisões e consequências, prazeres e dores, para que, quando eu voltasse aos Estados Unidos, talvez... talvez eu tivesse experiências o suficiente para suportar viver na minha própria casa.

Quem leu Perdendo-me, pode estranhar um pouco o que acabo de dizer sobre a Kelsey. Isso porque ela parece ser uma pessoa alegre e cheia de vida, que está sempre feliz. Mas desde o início deste livro a autora nos mostra que não é bem assim. A garota já passou - e ainda passa - por situações difíceis em sua vida, mesmo porque seus pais não lhe dão muita coisa além de dinheiro. Foi bom descobrir que a Kelsey não é a pessoa superficial que eu pensei que fosse - só acha que é mais fácil fazer as pessoas acreditarem que sua vida é muito simples. Ela é uma personagem que evolui bastante durante a narrativa. Tem que se desconstruir para descobrir quem é realmente e o que quer para ela.

O melhor da vida é aquilo que não podemos planejar. E é muito mais difícil encontrar felicidade quando se procura num só lugar. Às vezes, você simplesmente tem de se livrar do mapa. Admitir que você não sabe para onde está indo e deixar de se pressionar para descobrir. 

Em uma de suas noites de bebedeira, Kelsey acaba beijando um cara que lhe proporciona o pior beijo de todos os tempos. Sério, até fiz careta enquanto lia a descrição... rs... E, para piorar, percebe que um cara maravilhoso a está observando e rindo da situação. Esse cara que a observa é Hunt, alguém com quem ela acaba se envolvendo - ou tentando se envolver.

O cara é super misterioso, a evita e parece guardar um grande segredo. Eu, particularmente, descobri o segredo muito rápido. Li resenhas em que as pessoas disseram que não tinham pensado em nada parecido, mas foi a primeira coisa que veio na minha cabeça e infelizmente eu estava certa. Então a maior reviravolta do livro, que é a revelação desse segredo, não surtiu nenhum impacto em mim.

A autora aproveitou o enredo para tocar em assuntos importantes, como abuso sexual, negligência dos pais e alcoolismo. Achei que isso enriqueceu a narrativa. Mas não me envolvi com esse livro como me envolvi com os anteriores, foi uma leitura que demorei muito mais que o normal para terminar. Só quando Kelsey e Hunt chegaram à Itália foi que o livro conseguiu me prender - e tenho certeza que isso aconteceu tanto pela Itália ser o país que mais me fascina quanto por ter sido lá que eles começaram de verdade a se envolver.

A diagramação é bem simples, e a fonte tem um tamanho ótimo. Essa é a capa da trilogia que eu menos gosto, mudaram um pouco o padrão, nas outras o cara está na parte de cima, antes da faixa com o título, e a garota na parte de baixo, o que eu acho que dava um resultado bem mais interessante. O Cade - protagonista do segundo livro - não é nem citado neste, e a Bliss - protagonista do primeiro, participa apenas à distância, mas tem um papel importante no desfecho. Gostei bem mais das histórias anteriores. Encontrando-me realmente não atendeu às minhas expectativas, apesar de ter curtido algumas coisas. De qualquer maneira, foi bom ter lido a trilogia.