[Resenha - Novo Conceito] Primeiro e Único

Título: Primeiro e Único

Autora: Emily Giffin

Tradução: Amanda Moura

Editora: Novo Conceito

Skoob

Shea tem 33 anos e passou toda a sua vida em uma cidadezinha universitária que vive em função do futebol americano. Criada junto com sua melhor amigas, Lucy, filha do lendário treinador Clive Carr, Shea nunca teve coragem de deixar sua terra natal. Acabou cursando a universidade, onde conseguiu um emprego no departamento atlético e passa todos os dias junto do treinador e já está no mesmo cargo há mais de dez anos. Quando finalmente abre mão da segurança e decide trilhar um caminho desconhecido, Shea descobre novas verdades sobre pessoas e fatos e essa situação a obriga a confrontar seus desejos mais profundos, seus medos e segredos. A aclamada autora de Questões do Coração e Presentes da Vida criou uma história extraordinária sobre amor e lealdade e sobre uma heroína não convencional que luta para conciliá-los.

Esse livro demorou muito para ser lido. Fiz uma tentativa anterior em que desisti dele, mas dessa vez me preparei psicologicamente antes de começar. Mesmo assim, confesso que fiquei entediada em vários trechos e levei muitos dias para terminar, já que no início tive que lutar com o sono com todas as minhas forças, e perdi todas as vezes. Depois as coisas melhoraram e, por mais que a história não tenha me convencido completamente, pelo menos me vi interessada nos acontecimentos.

O problema é: não sou ligada em nenhum esporte, muito menos em futebol americano, de que não sei absolutamente nada. Eu deveria ter adivinhado pela capa que seria uma leitura complicada para mim. Porque o verdadeiro protagonista do livro é o futebol americano... ele é sempre citado, sendo que no início e no fim ganha um espaço absurdo. Absurdo para quem, como eu, não consegue entender como aquele esporte pode ser uma parte tão grande da vida dos personagens. A autora finalizou direitinho o campeonato que acompanhamos no decorrer da história, agora o desfecho da vida deles não mereceu mais que algumas poucas linhas.De repente quem tem uma paixão desse tipo, quem tem um time de qualquer modalidade esportiva que consegue afetar o seu humor (para dizer o mínimo), vai conseguir entender melhor as escolhas da autora.

O livro é narrado por Shea, uma mulher de 33 anos que no início da história está completamente acomodada com tudo em sua vida. Desde o namoro com um cara até legal, mas que não deveria ser mais do que amigo dela, até o emprego que tem desde que se formou na universidade. Ela é assessora lá mesmo, e precisa responder por todas as modalidades esportivas que estão presentes. Nem de longe é o emprego dos seus sonhos, mas pelo menos ela pode respirar aquele ar que seu time do coração também respira. O treinador do time é o pai de sua melhor amiga, Lucy, e Shea foi praticamente criada na casa deles. Quando a mãe de sua amiga morre, ela começa a repensar sua vida e precisa encarar coisas surpreendentes a respeito de seus sentimentos e seus desejos.

A premissa da história é até legal, mas realmente não curti o fato da Emily ter invertido o que a gente normalmente encontra em um livro. Eu esperava acompanhar a vida da Shea e ter o futebol americano como algo que aparece eventualmente como pano de fundo, mas ela parece ter nascido grudada com o esporte e tem uma dificuldade imensa para pensar em qualquer outro assunto. Coloca o futebol sempre em primeiro lugar, até quando precisa tomar uma decisão em sua vida pessoal fica pensando sobre as consequências para o time. Perdi a paciência com isso, infelizmente. 

Talvez tenha sido esse o motivo para eu não conseguir me conectar à maior parte dos personagens. Um dos poucos relacionamentos em que acreditei - e mesmo assim me fez ficar bem irritada em determinada parte - foi a amizade entre Lucy e Shea. Também gostei da parte em que a protagonista começa a se relacionar de verdade com o pai, que abandonou Shea e sua mãe para voltar para a ex-esposa e a filha que já tinha antes. Foi bem legal vê-los tentando se entender.

Depois da parte inicial que realmente me deu sono, a leitura começou a fluir para mim. A diagramação é simples, as páginas amareladas. Não curti muito a capa, mas preciso concordar que ela representa bem o enredo. Não foi uma história que me encantou, mas acabei até chorando em um momento específico, o que me mostrou que a autora conseguiu ao menos um pouco da minha real atenção. Recomendo que leiam para tirar suas próprias conclusões.