[Resenha - Galera Record] Corte de Espinhos e Rosas

Título: Corte de Espinhos e Rosas

Autora: Sarah J. Maas

Tradução: Mariana Kohnert Medeiros

Livro #1 da série Corte de Espinhos e Rosas

Número de páginas: 434

Editora: Galera Record

Skoob | Leia um trecho

Ela roubou uma vida. Agora deve pagar com o coração. Nesse misto de A Bela e A Fera e Game of Thrones, Sarah J. Maas cria um universo repleto de ação, intrigas e romance. Depois de anos sendo escravizados pelas fadas, os humanos conseguiram se libertar e coexistem com os seres místicos. Cerca de cinco séculos após a guerra que definiu o futuro das espécies, Feyre, filha de um casal de mercadores, é forçada a se tornar uma caçadora para ajudar a família. Após matar uma fada zoomórfica transformada em lobo, uma criatura bestial surge exigindo uma reparação. Arrastada para uma terra mágica e traiçoeira — que ela só conhecia através de lendas —, a jovem descobre que seu captor não é um animal, mas Tamlin, senhor da Corte Feérica da Primavera. À medida que ela descobre mais sobre este mundo onde a magia impera, seus sentimentos por Tamlin passam da mais pura hostilidade até uma paixão avassaladora. Enquanto isso, uma sinistra e antiga sombra avança sobre o mundo das fadas e Feyre deve provar seu amor para detê-la... ou Tamlin e seu povo estarão condenados.

Há muito tempo atrás, houve uma guerra entre duas espécies. Até que um tratado foi assinado e o mundo dividido - o norte passou a pertencer aos feéricos, e o sul aos humanos. Uma barreira invisível  - mas eficiente - foi erguida. Os humanos passaram a conhecer os feéricos apenas pelo que ouviam falar, e o que se diz em todos os lugares é que eles são seres extremamente cruéis, capazes de matar sem nenhum motivo para isso, o que faz com que sejam odiados pela maior parte das pessoas.

É nesse mundo dividido que vive Feyre. No leito de morte da mãe, fez uma promessa: sempre cuidar do pai e de suas irmãs mais velhas. Depois que eles perdem todo o seu dinheiro e precisam encarar uma vida extremamente humilde, a garota tem que aprender a se virar. Não lhe resta outra alternativa a não ser começar a caçar para alimentá-los. 

No meio do inverno, quando conseguiria quase que por milagre facilmente abater uma corça, que poderia alimentar sua família por algum tempo, surge um imenso lobo que também está interessado naquela caça. Feyre acaba o matando também, mesmo que por um momento tenha hesitado por causa de uma dúvida - seria ele um feérico, devido ao enorme tamanho? Afinal, até onde ela sabe, eles são criaturas que podem ter as mais variadas formas. Mesmo sem ter certeza do que deveria fazer, o mata, afinal, sua família não sobreviveria muito mais se ela chegasse em casa de mãos vazias. E, se aquele animal fosse um feérico, com certeza se trataria de uma criatura cruel que mereceria seu ódio, e não sua piedade.

Algum tempo depois, o chalé em que vivem é invadido por um ser bestial - com pele dourada, um corpo mais ou menos felino, mas tão grande quanto o de um cavalo e uma cabeça de lobo em que havia chifres curvados como os de um cervo. Ele quer saber quem matou um enorme lobo com pelagem cinza. Informa que o tratado requer que uma vida seja paga com outra. Feyre assume o que fez e, surpreendentemente, lhe é dada uma escolha: pode morrer imediatamente, ou pode atravessar a barreira e se mudar para Prythian, o lar dos feéricos, e passar o resto de sua vida lá. Entre morrer imediatamente ou ter uma chance de sobreviver e fugir, Feyre fica com a segunda alternativa. E é aí que todos os personagens principais começam a ter enormes surpresas em suas vidas.

Pode parecer que falei muito, mas esse é realmente apenas o início da história. E a parte essencial é a que acontece depois que Feyre adentra o mundo dos feéricos, os seres imortais. Seus olhos se deparam com tanta beleza que ela custa a acreditar que possa existir um lugar como aquele. E, contra todas as suas expectativas, alguns feéricos a tratam com muita gentileza. Ela descobre que é um mundo muito mais vasto e complexo do que imaginou, e que eles têm os próprios problemas com que lidar. Não é um lugar em que tudo é harmônico e em que todos são felizes. E existem seres específicos que fazem jus à fama de sanguinários e cruéis.

A narrativa começa um pouco lenta, porque o livro é narrado em primeira pessoa pela Feyre, que sabe tanto quanto nós sobre o universo que a autora criou. Ou seja, basicamente nada. E algumas coisas que pensa saber acabam se revelando falsas, embora outras sejam reais. Vamos descobrindo junto com ela fatos importantes que aparentemente os feéricos querem esconder. Mas, quando comecei a acreditar que estava começando a entender alguma coisa, veio uma reviravolta que mudou tudo. E tornou a narrativa extremamente ágil, me deixando bem ansiosa pelo desfecho.

É surpreendente a forma com que a Sarah conduz o leitor por um caminho para logo em seguida deixá-lo sem chão. Ela mexeu comigo de uma forma muito profunda, consegui me ligar de forma incrível à Feyre e sentir tudo o que ela sentia. Na verdade, consegui me ligar de um jeito muito forte a todos os personagens principais. Me apaixonei pelo Tamlim, que no início do livro é extremamente rabugento, mas depois consegue aprender a controlar seus impulsos.

Sobre as comparações feitas na sinopse, não sei falar sobre Game of Thrones, já que nunca li nenhum livro nem assisti à série. Agora, sobre A Bela e A Fera, o início é realmente bem parecido, mas depois tudo fica diferente.  

A revisão está boa, porém uma coisa me irritou bastante. Em várias passagens, encontramos trechos como "e agora oca e escura e vazia". Não sei se vocês entendem a minha agonia, rs, mas ao invés de colocar uma vírgula entre a primeira e a segunda palavra e o "e" entre a segunda e a terceira, colocaram o "e" duas vezes. Isso aconteceu várias vezes e chegou a me irritar, não sei se no original o texto já é assim. Mas esse foi meu único problema com o livro.

O fim do livro não é nada desesperador, a autora trabalhou muito bem o enredo e entregou ao leitor um final bem fechado, com a maior parte dos conflitos resolvidos. Gostei muito da leitura, e só me resta torcer para que os outros volumes da série sejam publicados logo.