[Resenha - Novo Conceito] A Desconhecida

Título: A Desconhecida

Autor: Peter Swanson

Tradução: Leonardo Gomes Castilhone

Editora: Novo Conceito

Skoob

Uma história sombria, em uma atmosfera romântica e um quê de Hitchcock, sobre um homem que fora arrastado para uma trama irresistível de paixão e assassinato quando um antigo amor reaparece. Em uma noite de sexta-feira, a rotina confortável e previsível de George Foss é quebrada quando, em um bar, uma bela mulher senta-se ao seu lado. A mesma mulher que desaparecera sem deixar vestígios vinte anos atrás. Agora, depois de tanto tempo, ela diz precisar de ajuda e George parece ser o único capaz de salvá-la. Será que ele a conhece o suficiente para poder ajudá-la?

Este é um livro que eu não teria solicitado para resenha (só de citar Hitchcock na sinopse já seria eliminado), mas este mês recebi todos os lançamentos da Novo Conceito e acabei conseguindo arrumar coragem para ler. Embora em alguns momentos eu tenha ficado bem aflita e neurótica com qualquer ruído, não foi tão difícil realizar a leitura como imaginei que seria. A narrativa é fluida e mantém o leitor interessado durante todo o tempo. 

A Desconhecida tem como protagonista George Foss, que após um dia de trabalho vê uma mulher em um bar que se parece muito com sua ex-namorada da faculdade, que desapareceu misteriosamente. Acaba descobrindo que trata-se sim dela, e que sua presença no bar não é uma coincidência: ela ressurgiu para lhe pedir ajuda para sair de uma situação mega complicada. George não consegue lhe negar socorro, e esse é o começo de episódios muito perigosos em sua vida.

A narrativa no livro se intercala entre presente e passado, e fiquei extremamente agoniada por não saber o que tinha acontecido há vinte anos atrás e não conseguir formar uma opinião sobre o que estava vendo acontecer no presente do protagonista, já que só bem mais para o final do livro tudo o que ocorreu é revelado. Na verdade, desde o início achei que George era um tanto quanto maluco. Ele aceita ajudar uma mulher que aparentemente já aprontou com ele antes, fazendo uma coisa mega arriscada para que ela possa ficar em segurança. Com certeza eu não me comportaria de forma tão generosa (nem tão tapada).

A divisão entre as duas épocas fica bem clara para o leitor, o presente e o passado são retratados em capítulos separados, sendo que nos que se referem ao passado a fonte foi colocada em itálico. A letra é de um tamanho bom para a leitura e as folhas são amareladas. O cabelo na capa tem um significado importante.

Temos personagens que representam realmente o pior do ser humano. Gente tão ruim que faz alguns outros personagens parecerem até bonzinhos, embora não sejam pessoas nada honestas. O autor conseguiu me fazer odiar várias pessoas, mas não consegui gostar de verdade de ninguém.

No final, um personagem aparentemente desvenda todo o mistério do enredo, e expõe com bastante lógica acontecimentos que não tem como comprovar. Mas, depois dessa exposição, me deparei com um final aberto. Não sei se o autor tinha a intenção de fazer com que existisse uma possibilidade de continuação, mas não encontrei nenhuma informação sobre a existência de uma. 

Embora eu tenha gostado da maior parte da leitura, encontrei algumas pequenas falhas na narrativa, mas dada a natureza da história talvez essas falhas tenham sido até mesmo propositais. Fiquei um pouco frustrada com a forma como o livro terminou, mas no fim a leitura valeu a pena, embora não seja meu gênero de livro preferido.