[Resenha - Galera Record] A Vingança de Mara Dyer

Esta resenha não possui spoilers deste livro ou dos livros anteriores da trilogia. Porém, caso não tenha lido os outros volumes, aconselho que pule a sinopse.

Resenha de A Desconstrução de Mara Dyer | Resenha de A Evolução de Mara Dyer

Título: A Vingança de Mara Dyer

Autora: Michelle Hodkin

Tradução: Glenda D'Oliveira

Livro #3 da trilogia Mara Dyer

Editora: Galera Record

Leia um trecho

Terceiro e último volume da trilogia Mara Dyer. A série mescla paranormalidade, conspiração e romance para contar a história de uma adolescente com poderes especiais. Elogiada pelas autoras das séries Divergente e Instrumentos Mortais, Michelle Hodkin cria aqui uma trama surpreendente, onde nada é o que parece. Depois de descobrir que consegue matar apenas com o pensamento, assim como seu namorado é capaz de curar com a mesma facilidade, Mara Dyer é capturada por uma inescrupulosa médica, que a faz passar por uma série de testes e experimentos. Mas Mara não está sozinha. Outros jovens com poderes igualmente extraordinários são usados como cobaia. Com a ajuda deles, e de um velho inimigo, ela consegue fugir e parte em busca de vingança.

Vou contextualizar vocês apenas sobre o início da história do primeiro volume, tanta coisa acontece na trilogia que tive que "roubar" essa parte da minha primeira resenha... rs...

Mara Dyer (esse não é o nome dela, aliás, como avisa antes de contar sua história) é uma garota de 17 anos que sente que precisa dividir o que passou com o mundo. Então, decide nos contar isso através de livros, mudando nomes e omitindo datas. 

- A verdade deve ser dita, ainda que ninguém acredite. (...) As pessoas que não acreditarem podem amar, ou odiar, ou não dar a mínima e simplesmente esquecer o que leram. Mas talvez alguém como a gente leia e aí vai saber que não está sozinho. Ou talvez alguém que não é igual a nós leia e acredite, e fique sabendo a respeito de pessoas como nós.

No início do primeiro volume, Mara acaba de passar por um trauma. Sua melhor amiga, seu namorado e a irmã dele morreram em um acidente. Um desabamento de um antigo sanatório, que eles resolveram explorar. Mara não se lembra nem do motivo de estar naquele lugar, nem de nada que aconteceu. A única coisa que sabe é que foi a única que saiu praticamente ilesa - ao menos fisicamente.

A garota tem a impressão de estar enlouquecendo. Não pode nem se olhar no espelho, pois vê os amigos refletidos nele. E não pode contar isso para ninguém: sua mãe é psicóloga e a internaria para que fizesse um tratamento psiquiátrico ao menor sinal de um distúrbio. Como último recurso, Mara convence a família de que uma mudança é exatamente o que ela precisa - para ajudá-la, todos aceitam a ideia e providenciam um novo começo na Flórida. Mas os problemas de Mara não ficam para trás.

As escolhas que você faz mudam você.

A narrativa da autora, como nos outros livos, é extremamente viciante. O livro é realmente muito bem escrito, os capítulos são curtos e todo mundo sabe como é isso de "vou ler só mais um capítulo", né? De repente, quando a gente percebe, o livro terminou. 

Mas, apesar da fluidez da narrativa, não foi sempre que consegui acreditar no que estava sendo narrado. Houve algumas revelações bem importantes neste volume, mas a maior parte delas eu já presumia. De três, duas eu já tinha adivinhado, mas uma delas me deixou realmente de boca aberta. A autora insere algumas cenas do passado, digamos que são lembranças de um passado bem distante. Elas sustentam a história que ela criou, mas confesso que não engoli muito a premissa não... mas as outras coisas me convenceram - achei as personagens bem construídas e acreditei nas relações que surgiram entre elas.

- Você não entende o que me dá. (...) É como se fosse um espelho, que me mostra quem quero ser, em vez de quem sou. (...) Quando olho para mim mesmo, não vejo nada. (...) Quando você me olha? Você vê tudo. (...) Preciso ser a pessoa que sou quando estou com você. (...) Vai ver às vezes só conseguimos ver a verdade sobre nós mesmos se alguém nos mostra para onde olhar.

Sobre o final da trilogia, apesar de ter sido satisfatório, algumas coisas ficaram em aberto. Não dá para saber o que aconteceu com alguns dos personagens secundários mais importantes, e isso acabou me incomodando um pouco. Entendi que o foco não estava neles, e provavelmente não foram mencionados porque a autora quis dizer que a vida deles continuava como sempre foi... e isso me deixa um pouco mais arrasada... rs...

- O vilão é o herói da própria história. (...) Ninguém pensa em si mesmo como uma pessoa má. Todo mundo tem razões para fazer o que faz.

Não vou dizer que a leitura não valeu a pena, porque valeu sim, mas estaria mentindo se afirmasse que a trilogia alcançou minhas expectativas. Mas conheço pessoas apaixonadas por esses livros, que não tiveram o mesmo problema que eu tive para acreditar que tudo poderia ser real, então aconselho que leiam para tirar suas próprias conclusões.