[Resenha - Galera Record] Eva

Título: Eva

Autora: Anna Carey

Tradução: Fabiana Colasanti

Editora: Galera Record

Livro #1 da trilogia Eva

Leia um trecho

Skoob

A guerra dos sexos está apenas começando... No futuro, uma praga mortal aniquilou a população da terra. Homens e mulheres seguem segregados. Os meninos são mandados para campos de trabalho forçado. As meninas, para Escolas onde aprendem uma profissão chave na reconstrução mundial. Mas as aparências enganam... E Eva está prestes a descobrir que a verdade pode ser muito mais terrível do que o vírus que varreu seu país. Está prestes a descobrir que seu futuro pode ser mais parecido com a da primeira mulher a levar seu nome...

Será que alguém já percebeu o quanto eu amo distopias? rs... Se não perceberam, bem, eu amo. Adoro vislumbrar esses mundos pós-apocalípticos que, afinal, são todos futuros possíveis para a humanidade, se continuarmos sendo irresponsáveis com o planeta. Em Eva, uma praga dizimou 98% da população. Muitas crianças ficaram órfãs, e foram divididas pelo sexo. 

Os meninos foram simplesmente enviados para campos de trabalhos forçados, são eles que trabalham na construção de moradias seguras para as pessoas mais privilegiadas que sobreviveram. As meninas foram enviadas para Escolas, onde estudam por 12 anos. Depois desse período, existe uma cerimônia em que atravessam uma ponte e se mudam para um outro grande prédio, em que supostamente passariam mais quatro anos aprendendo uma profissão, para depois se integrar à sociedade exercendo tarefas de sua escolha. Na véspera de sua formatura, Eva acaba fazendo uma descoberta perturbadora, e isso altera completamente seu destino.

- Às vezes parece que tudo o que preciso saber eu não sei. E todas as coisas que sei estão completamente erradas.

O livro me encantou desde o início. Me senti tocada por toda a pureza e inocência que pude ver nas meninas, que passaram anos se esforçando para fazer o seu melhor e sonham com a liberdade e com a felicidade. Detalhe: felicidade sem homens em suas vidas, desde que entraram na escola elas nunca viram um. Têm até aulas com o tema: "Perigos de Meninos e Homens", em que relações amorosas são desencorajadas e os homens são mostrados como seres completamente manipuladores e sem coração. Sim, é esse o nível desse mundo. O único homem bom, justo, generoso e, porque não, perfeito, é o Rei. Esse elas precisam realmente idolatrar, pois é quem lhes permite ter a vida que têm. Mas é óbvio que um ser tão esplendoroso jamais faria uma maldade, então nunca sequer passou pela cabeça das garotas o destino que os garotos precisam enfrentar desde bem pequenos.

É interessante demais ver um pouco do mundo pós-praga criado pela Anna. Ela não o revela completamente, vai nos fornecendo apenas alguns detalhes. Imagino que até o final da trilogia teremos uma visão bem abrangente deste futuro criado por ela; o descobriremos junto com a Eva.

Acho que o que mais mexeu comigo nessa história foi que tanto as meninas, quanto os meninos, não recebem nenhum tipo de amor ou carinho. Claro que isso já é presumível no caso dos meninos. Mas até com as meninas, que vivem toda a sua vida nas Escolas, demonstrações de afeto não acontecem. Isso realmente cortou meu coração. Essas crianças/ adolescentes precisavam viver apenas de suas lembranças de pais amorosos, se é que tinham tido a sorte de conviver com pais assim.

- O amor é só... - procurei as palavras certas - gostar muito de alguém. Sentir que aquela pessoa tem importância para você, como se o seu mundo fosse ser mais triste sem ela.

A narrativa da autora é mega envolvente, ela conseguiu me manter interessada durante toda a leitura. Mesmo estando com uma gripe daquelas, obriguei meus olhos a se manterem abertos para conhecer ao menos o final do primeiro volume que, preciso dizer... me surpreendeu de um jeito absurdo e me deixou enlouquecida! Agora só me resta brigar com a gripe por mais tempo, porque não vai dar para esperar ela passar para ler Uma Vez, o segundo livro da trilogia. Logo conto para vocês o que achei dele. 

- "O tempo, em si, é neutro" (...) E "nossa geração terá de se lamentar não apenas pelas palavras e ações odiáveis das pessoas más, mas também pelo espantoso silêncio das pessoas boas".- Martin Luther King, Jr.