[Resenha - Galera Record] Não-Sei-Quê

Esta resenha não possui spoilers deste livro ou do livro anterior da série. Caso você não tenha lido o primeiro livro, não aconselho a leitura da sinopse.

Resenha de O Peculiar

Título: Não-Sei-Quê

Autor: Stefan Bachmann

Tradução: Ana Carolina Mesquita

Livro #2 (e último) da série O Peculiar

Editora: Galera Record

(Selo Galera Junior)

Leia um trecho | Skoob

Pikey Thomas não tem nada. Nem família nem amigos... nem dois olhos normais. Mas sua visão, quem diria, tem algum valor. Seu olho cinzento, capaz de enxergar o que não está à sua frente, pode ser de alguma valia para o irmão de Hettie — o corajoso aventureiro Bartholomew Kettle. Alguma valia para o nobre que o adotou.  E Pikey faria qualquer coisa para escapar do passado, qualquer coisa por uma nova chance. O destino dessas três crianças está prestes a se entrelaçar. E o resultado pode acabar com o mundo das fadas e o dos homens.

Realmente adorei o primeiro livro da série. Gostei tanto que corri para comprar esse assim que terminei de ler. Infelizmente, não curti tanto a leitura desse livro quanto a de O Peculiar. Houve alguns motivos para isso, mas o principal foi o seguinte: Não-Sei-Quê tem 317 páginas e, durante mais de 130, um dos protagonistas do livro anterior, Bartholomew, parecia ter sido simplesmente esquecido pelo autor. 

Fiquei tão agoniada com isso que confesso que nem consegui prestar muita atenção na história. Uma nova personagem, muito importante para o enredo, é apresentada, e eu só queria saber porque o Barthy estava sendo ignorado. E, bem, quando ele surgiu, digamos que saber o que aconteceu com ele não me deixou plenamente satisfeita... porque o destino do garoto fez com que outra pessoa fosse ignorada pelo autor, o que realmente não me agradou. 

Este segundo volume se passa, em maior parte, no mundo das fadas (tive essa impressão, pelo menos)... e que mundo mais sem graça e irritante. Ninguém parece ser nem um pouco feliz naquele lugar, é um clima de desconfiança e de "eu sou melhor do que você" o tempo todo. Mesmo assim, a leitura fluiu bem para mim, mas não me senti mega empolgada como no outro volume.

Depois de falar sobre tudo o que eu não gostei, vamos à parte legal da história... rs... Os protagonistas amadurecem muito, principalmente no caso da Hettie, a irmã do Barthy. A garota aprende a acreditar em si mesma e percebe que, assim, pode fazer coisas de que nunca imaginou ser capaz. Ela precisa aprender a se virar, e tem muito sucesso nisso. Começa o livro como alguém que se deixa ser levada pela maré, mas acaba se transformando em uma pessoa que está sempre atenta às oportunidades para controlar seu destino. 

Barthy, no início da história (quer dizer, na parte da história em que ele ressurge), parece ter se transformado em uma sombra de quem ele foi um dia, mas desde o momento em que consegue se ligar a um fio de esperança começa a mudar e a retomar sua personalidade corajosa e obstinada.

- Se você gostasse de tudo que acontece com você, seria a pessoa mais medíocre do mundo. Milhares de coisas irão acontecer com você; algumas serão boas, outras, ruins, e outras serão completamente horrendas, mas todas elas... Todas levam a algum lugar.

O final do livro é bem fechado, mas eu esperava por algumas revelações que não vieram. As coisas que eu queria saber e não foram esclarecidas não afetaram o desfecho em si, mas sou curiosa e vou ter que me conformar com a dúvida eterna, já que a série já foi finalizada.