[Resenha - Galera Record] Uma Vez

Esta resenha não possui spoilers deste livro ou do livro anterior da série. Caso você não tenha lido o primeiro volume, não aconselho a leitura da sinopse.

Resenha de Eva

Título: Uma Vez

Autora: Anna Carey

Tradução: Fabiana Colasanti

Livro #2 da trilogia Eva

Editora: Galera Record

Leia um trecho

Skoob

Nossa heroína finalmente pode respirar em paz depois de um longo período de fuga e perigo constante. Está segura em Califia. Mas a estabilidade tem um preço: foi obrigada a se separar de Caleb. Mas, quando fica sabendo que ele está em perigo, abandona tudo para encontrá-lo e acaba caindo em uma armadilha. Agora, presa na Cidade de Areia e vigiada 24 horas por dia, Eva descobre um segredo que não poderia ter imaginado nem em seu pior pesadelo. 

Uma Vez começa algum tempo depois do fim de Eva. E gente, acontece tanta coisa nesse livro que tive que dar uma olhada na primeira página assim que terminei a leitura para me lembrar do que estava acontecendo com a protagonista no início... Li os dois em seguida, e não conseguia definir em que parte a autora tinha interrompido a história. E olhem que foi em uma parte bombástica, mas esse livro tem tantas partes bombásticas que realmente perdi a noção da divisão entre os volumes.

Ok, pausa para contar que livros são esses para quem não leu a resenha de Eva... rs... Trata-se de uma trilogia distópica com aqueles elementos que quem já teve contato com o gênero conhece: mundo pós-apocalíptico (no caso, 98% da população foi dizimada); governo controlador (um país que era uma democracia tornou-se uma monarquia sem muita explicação, porque simplesmente alguém tomou o poder e todos estavam tão chocados com a situação do planeta que ninguém teve forças para reagir); povo sem opção de escolha, com tarefas bem definidas para cada membro da sociedade... 

No primeiro livro, a autora coloca um foco maior no que foi feito com as crianças, com a enormidade de órfãos que a praga deixou. Elas foram divididas por sexo: as meninas, enviadas para Escolas; os meninos, para campos de trabalhos forçados. Se quiserem mais detalhes sobre a história, leiam a primeira resenha da trilogia. Neste livro, conhecemos mais de perto o restante da sociedade. Somos apresentados ao orgulho do monarca: a Cidade de Areia, uma cidade construída no meio do deserto, que oferece muito conforto para as pessoas mais privilegiadas, e tem uma periferia em que moram os trabalhadores, que ninguém se preocupa em transformar em um lugar decente para se viver.

Não sei exatamente quantas vezes fiquei de boca aberta, mas me lembro de dois momentos bem marcantes, pelo menos. A Anna faz muitas revelações, a narrativa dela é muito gostosa e ela conseguiu me fazer acreditar em tudo que li. Só que de repente ela me mostrava que tinha me manipulado durante um longo tempo... Resumindo: em certas partes me senti uma completa idiota, mas amo muito quando um autor consegue fazer com que eu me sinta assim. Adoro ser surpreendida.

Bom, toda distopia que se preze precisa ter um grupo que se opõe ao regime. Isso está presente nesta trilogia, e adorei a forma como foi mostrada a oposição. Ela pode estar em todos os lugares, as pessoas nem sabem quem são todas as pessoas que lutam ao seu lado, informações chegam a cada um apenas quando são necessárias - pelo menos foi a impressão que tive. O que, imagino, seja a forma ideal de conseguir organizar um grande movimento, assim se alguém for pego não consegue fazer muito estrago, mesmo se for submetido a tortura. E não, o livro não tem cenas de tortura, apesar de dar para ter certeza de que nenhum soldado do Rei teria problemas em praticá-la.

Não há progresso sem sacrifício.

A Eva é uma personagem que tem que provar sua coragem durante todo o livro. No início do primeiro volume, ela era apenas uma garota inocente e sonhadora, e tem que encarar fatos muito dolorosos durante o enredo. Mas se sai muito bem, e não deixa de sonhar - só que seus sonhos se tornam diferentes, e ela sabe que não acontecerão se não agir; se não estiver disposta a se superar, a abrir mão, a seguir em frente. 

As lembranças podem destruí-la caso você permita.

As capas da trilogia me encantam, são lindas e muito significativas. A diagramação é simples, as folhas amarelas, a letra tem um tamanho bom. A revisão não está perfeita, encontrei alguns erros, mas nada que tenha atrapalhado a minha leitura. Gosto cada vez mais da história, e estou mega curiosa para saber o desfecho que a autora preparou para nós. Fui pesquisar o terceiro livro no Goodreads e descobri que a trilogia começou a ser publicada em outubro de 2011, e foi finalizada em abril de 2013, então só me resta torcer para que o último livro chegue logo por aqui.