[Resenha - Novo Conceito] Para Continuar

Título: Para Continuar

Autor: Felipe Colbert

Novas Páginas

(Grupo Editorial Novo Conceito)

Skoob

Envolver-se com a jovem Ayako é a oportunidade perfeita para Leonardo César esquecer a sua vida tediosa e perigosamente limitada, tudo por culpa do seu coração defeituoso. Enquanto isso, com a ajuda de seu avô, Ayako tem a difícil missão de manter inacessível um porão de dimensões que vão além da loja de luminárias que ela gerencia, repleto de milhares de lanternas orientais, cujo mistério envolve os habitantes do bairro da Liberdade. A partir dos crescentes encontros entre Leonardo e Ayako, uma nova lanterna surgirá para os dois. Eles terão que protegê-la com afinco, ou tudo que construíram juntos poderá desaparecer a qualquer momento. O que ninguém conseguiria prever é que Ho, um jovem chinês também apaixonado por Ayako, colocaria em risco o futuro desse objeto. E com ele, o sentimento mais importante que dois seres humanos já experimentaram.

Amei os livros do Felipe que li antes desse, e solicitei Para Continuar sem nem mesmo ler a sinopse. Infelizmente, não tive uma experiência tão boa quanto das outras vezes... a história não conseguiu me conquistar da forma que imaginei que conseguiria. 

Leonardo tem 20 anos e está na faculdade. Precisa conviver com restrições devido a um problema de coração. Mas pode fazer muitas coisas normalmente e um dia, no metrô, dá de cara com uma garota que o fascina completamente. Senta ao lado dela e tenta puxar conversa, até perceber que ela está usando fones de ouvido. Então toca de leve seu braço e pergunta o que está ouvindo... acaba conseguindo dividir os fones por um curto período, e ouve uma música oriental bem calma e tranquila... até que o fone é retirado do ouvido dele e a garota que o encantou desce apressada na estação Liberdade. 

Leonardo não consegue aceitar nunca mais vê-la, e passa a procurá-la no metrô. Depois de um tempo, tromba com ela novamente e a segue. Sabendo onde trabalha, um dia visita a loja e descobre seu nome - Ayako. A partir daí, um relacionamento que precisa enfrentar obstáculos complicados começa a se delinear.

Confesso para vocês que as coisas já começaram mal para mim. Essa coisa de amor à primeira vista é difícil de me convencer. Já na primeira página Léo diz: "sinto que aqui está a razão pela qual eu finalmente declararia guerra à minha vida tediosa e limitada". Sinceramente, achei um pouco demais. E depois esse negócio de seguir a Ayako, aparecer no trabalho dela... eu ficaria com medo dessa pessoa maluca.

O jovem chinês citado na sinopse, Ho, tem algum problema que não consegui identificar exatamente, mas é certo que tem a idade mental bem baixa. É apaixonado pela Ayako sem que ela lhe dê nenhuma esperança. Não consegui dar um desconto para ele por causa da deficiência, o achei completamente irritante, egoísta e sem noção. Pode até ter um bom coração, mas não tem a menor ideia de como deixar os outros viverem a própria vida. Cada vez que ele aparecia eu queria jogar o livro na parede - e ele apareceu muitas vezes. E o pior é que ainda tem um primo totalmente do mal que só o fazia se tornar a cada dia pior.

O que achei que valeu a pena foi a história por trás das lanternas orientais. Foi a parte que achei mais fofa no enredo. Gostei da relação entre Ayako e seu avô, e do segredo que eles dividiam - que, bem, na verdade não é um mistério enorme, desde o início eu entendi exatamente o que queriam dizer as lanternas, mas só bem para a frente no livro foi explicado exatamente como o porão em que elas eram mantidas funcionava.

Adorei a capa e a diagramação também. As lanternas estão presentes no início de cada capítulo e dragões orientais aparecem de vez em quando para dividir partes deles. Achei o ritmo inicial bem lento, mas claro que isso pode ter acontecido devido à minha birra com o amor relâmpago. Depois consegui me interessar mais pela história e a narrativa me pareceu mais ágil.

Não ter curtido muito esse livro não me faz querer menos ler novas obras do Felipe, realmente sou fã do autor, embora dessa vez a leitura não tenha funcionado bem para mim. Aconselho que leiam para tirar suas próprias conclusões.