Título: Os sete últimos meses de Anne Frank
Autor: Willy Lindwer
Tradução: Mauricio Tamboni
Editora: Universo dos Livros
O "não escrito" capítulo final do Diário de Anne Frank relata o tempo entre a prisão de Anne Frank e sua morte. A história é contada por meio dos testemunhos de seis mulheres judias que sobreviveram ao inferno do campo de concentração do qual Anne nunca mais voltou. Inicialmente, o renomado cineasta holandês Willy Lindwer filmou o documentário "Os sete últimos meses de Anne Frank" e, depois disso, resolveu transformá-lo em livro. Para tanto, ele entrevistou mulheres que conheceram Anne Frank. O livro é composto pelos depoimentos de seis dessas mulheres - algumas que a conheceram antes de sua deportação para o campo nazista, e todas elas durante os últimos momentos em Bergen-Belsen. As histórias que estas mulheres têm para contar são semelhantes: o tratamento no campo, a forma como conheceram as irmãs Frank e a maneira como todas foram inexplicavelmente tocadas por sua vida. O fato de terem sobrevivido ao campo de extermínio é um milagre em si mesmo. Uma das sobreviventes, inclusive, teve a difícil missão de confirmar a Otto Frank as mortes de suas filhas, Anne e Margot. Os sete últimos meses de Anne Frank é o triste e verdadeiro relato de uma crueldade inimaginável e do milagre ocorrido para os que sobreviveram poderem contá-lo com suas próprias palavras.
Quando a gente não lê sinopses, pode acabar imaginando coisas completamente diferentes sobre um livro. Foi o caso de Os sete últimos meses de Anne Frank. Claro que eu já sabia o que tinha acontecido com ela e esperava por um trabalho investigativo do autor. Mas não tinha a menor ideia de que antes desse livro ser lançado, existiu um documentário. E que, para esse documentário, ele entrevistou seis mulheres que, de alguma forma, tiveram contato com a Anne. Algumas bastante contato, outras quase nenhum, mas todas elas conheceram Anne Frank em algum momento.
Não sei se vocês já acompanharam a produção de um filme, mas já devem ao menos ter ouvido falar que muita coisa precisa ser cortada. No caso de documentários, então, normalmente a quantidade de material é imensa, e ninguém aguenta assistir mais que duas horas. Willy precisou enfrentar essa realidade, mas gostou tanto do material que tinha em mãos que decidiu publicar as entrevistas integralmente em um livro. E, assim, esse livro acabou chegando às minhas mãos.
Leio muita coisa que se passa na época da Segunda Guerra Mundial, mas acho que nunca havia lido um relato de sobreviventes do holocausto. E gente, como doeu em mim. Em romances a gente fica sabendo uma pequena parte da história, mas nesse livro as mulheres entrevistadas não escondem nada, nem o que passaram, nem o que sentiram - e ainda sentem. Na verdade, uma delas até afirma que teve que viver meio distanciada de si mesma, procurar não sentir nada para conseguir sobreviver. Filmes mostram algumas das coisas relatadas, mas é muito mais impactante quando alguém conta diretamente suas vivências.
Algumas das mulheres formaram um grupo bem unido enquanto estiveram em campos de extermínio (nenhuma delas se refere a eles como campos de concentração). Elas com certeza não eram consideradas como nada parecido com seres humanos pela maior parte das pessoas com quem tinham contato. Ninguém conseguia entender o que fazia com que uns vivessem e outros morressem, e tinham que conviver o tempo todo com a incerteza a respeito de terem ou não um amanhã.
O relato que mais me tocou foi o primeiro, feito por uma amiga bem próxima da Anne, que conviveu com ela por vários anos antes do terror adquirir proporções tão enormes para os judeus. Essa amiga é inclusive citada no famoso diário. Na entrevista dela - e em outras - deu para ver como a Anne foi afetada, como acabou perdendo a garota sonhadora e esperançosa que tinha dentro de si. Ela não conseguiu continuar acreditando que poderia ter uma vida fora daquele lugar, é muito triste a forma como a cada dia tentavam - e muitas vezes conseguiam - destruir completamente o psicológico das pessoas. Para uma garota tão jovem - Anne tinha quinze anos quando foi levada - imagino que tenha sido ainda mais difícil encarar.
Não acho legal contar muito do que encontrei no livro na resenha, acredito que seja melhor que cada um que se disponha a ler sinta todo o impacto que eu senti. Se bem que, mesmo que eu contasse, duvido que faria muita diferença. Os fatos são aterrorizantes demais para que alguém não seja afetado por eles. Com certeza é uma leitura que vou levar comigo por muito tempo.
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirÉ a primeira vez que ouço falar neste livro e já fiquei muito curiosa! Li o Diário de Anne Frank recentemente, pois estou aprendendo sobre a Segunda Guerra na escola e fiquei curiosa para saber o que realmente aconteceu com Anne no Campo de Concentração. Mesmo sendo um livro chocante eu leria pois é um tema que considero interessante. Essa história certamente iria me marcar.
Beijos... Samantha Culceag.
http://sopramenores.blogspot.com.br/
Oi Ju!
ResponderExcluirEsses livros costumam mexer muito comigo. A maioria das coisas que a gente lê sobre a Segunda Guerra nos livros são reais, sim, mas ao menos os personagens são fictícios. Não imagino como deve ser doloroso ler tantas coisas horríveis sobre pessoas que realmente existiram...
Beijo!
http://www.roendolivros.com/
Oiii!!
ResponderExcluirJu, as vezes eu fujo desse tipo de livro, justamente para evitar ficar muito triste. É impossivel ler algo assim e continuar a mesma né?
Não leio sinopse então também ficaria surpresa com o resutado desse livro. Na faculdade eu perco muitas das minhas entrevistas na edição e achei muito legal a solução que ele encontrou para reaproveitar todo o conteúdo!
Excelente resenha!
Beijinhos,
www.entrechocolatesemusicas.com
Oi, Ju! Tudo bem?
ResponderExcluirEu gosto muito de livros que possuem essa temática da guerra, mas confesso que não tenho um coração tão forte para lê-los. Eu li 'O diário de Anne Frank' e chorei MUITO. Agora, só de imaginar um documentário completo transformado em livro, sobre esse assunto, meu coração já palpitou de desespero. É muito triste saber tudo o que esse pessoal passou, e como eram próximas de Anne, deve ter sido muito mais emocionante a leitura. Vamos ver se crio coragem e leio, não é mesmo?
Mil beijos e uma maravilhosa semana,
www.procurei-em-sonhos.com
Oi Ju, tudo bem?
ResponderExcluirEu fiquei sabendo desse lançamento e fiquei super interessada. Eu também gosto de ler livros que abordam guerras.
Também não li nada de sobreviventes do holocausto, mas li um outro diário de uma sobrevivente de outra guerra (acho que de Bósnia, não lembro agora).
Primeiro tenho que ler Diário de Anne Frank, porque ainda não li, mas assim que fizer isso eu vou comprar este livro e ler. Já sei que vou chorar. Muito. Vou me preparar logo.
Parabéns pela resenha.
Beijos
Leitora Sempre
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirAcredita que nunca li nada sobre Anne Frank? Sim, shame on me. Mas conheço por alto sua história e acho que não consigo nem imaginar o terror que ela deve ter passado. Não tenho muita paciência com documentários, mas como gosto de ler, acho que vou conferir primeiro esse livro para depois assistir, mesmo que o documentário tenha saído primeiro. Gostei de saber dos fatos aterrorizantes, bem minha cara rsrs.
Abraços,
Matheus Braga
Vida de Leitor - http://vidadeleitor.blogspot.com.br/
Ju lindona são relatos como esses que nos abalam né, de forma doida com os acontecimentos, acredito muito nessa união do grupo das mulheres de alguma maneira uma ajuda a outra. Quero muito ler. beijos
ResponderExcluirJoyce
www.livrosencantos.com
Oi Ju, ainda não li O Diário de Anner Frank e apesar de ter muita curiosidade sobre a história o pouco que sei é o que vi em filmes como "Escritores da Liberdade", nada muito concreto. Apesar de que não é muito difícil imaginar como terminou a história. Então, mesmo que "Os sete últimos meses de Anne Frank" tenham me chamado atenção e despertado minha curiosidade não pretendo lê-lo antes de ler o original. Imagino a sua angustia ao ter lido esse livro devido a carga emocional que esse livro deve ter trazido!
ResponderExcluirOi Ju, tudo bem? Já tinha lido outra resenha sobre esse livro, portanto sabia que se tratava de material de documentário e sabia que tinha os relatos dessas mulheres. Mas mesmo assim, nada prepara a gente para o que deve vir nesse livro, o quanto as pessoas podem ser cruéis com outras, como crenças, cor de pele, religião ou qualquer outras características que nos tornam diferentes podem ser motivos para tantas guerras, tantas perseguições e tudo o mais. Deve ser um livro incrível, mas muito triste e que deve ficar conosco para sempre.
ResponderExcluirBeijinhos,
Rafa // Vamos Falar de Livros?
Oi Juju, sua linda, tudo bem
ResponderExcluirEsse é um daqueles momentos em que precisamos fazer um silêncio de respeito. Acho que nunca, ninguém conseguirá colocar em palavras o quão devastador, destruidor foi aquele tempo, aquele lugar, aquelas pessoas. Eu já vi entrevistas em filmes, mas editadas. tenho certeza de que esse livro vai acabar comigo. Mas acho que é necessário conhecer, ouvir, para que todos eles não sejam esquecidos. Já anotei o nome Ju, vou comprar. Eu ia dizer que adorei sua resenha, mas acho que essa palavra não cabe aqui.
beijinhos.
cila.
http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/
Olá.
ResponderExcluirNão conhecia essa obra... Ela me pareceu bem intensa, e para ler ter que ter um coração muito para aguentar todas as declarações que com certezas não são nem um pouco fáceis.
No momento não estou procurando livros assim, mas ele vai para minha lista! Parece ser uma leitura super curiosa que não posso deixar passar...
Beijinhos ;*
http://www.guardiadebibliotecas.com.br/
Oi Ju, tudo bem?
ResponderExcluirAchei o livro interessante, mas me pareceu que esses relato são bem pesados não é mesmo?! Ainda não li nada sobre a Anne, mas acredito que esse livro não seja para mim. Essa dica eu passo.
Bjs, Glaucia.
www.maisquelivros.com
Ah! Jú,
ResponderExcluirTudo relacionado ao holocausto me causa um sofrimento enorme, choro que chega a doer o coração, choro de soluçar acredita? Fico imaginando uma pessoa tentando se distanciar de si e do que passou para conseguir seguir em frente, com é o que aconteceu com uma das seis mulheres, meu Deus!! E como não deve ser viver a incerteza de saber se terá amanhã ou não, isto é realmente uma tortura.
Tendo passado por algumas perdas este ano, não me sinto forte o suficiente para ler este livro, mas com certeza é algo para ler mais para frente. Embora eu esteja com o livro “Eu sobrevivi ao holocausto” da Universo dos Livros e vou tentar lê-lo.
Beijos
Tânia Bueno
www.facesdaleitura.com.br
Oi Ju, tudo bem??
ResponderExcluirNossa... menina impressionada com a carga de sentimentos contida nessa resenha... acredito que deve ter sido uma leitura engrandecedora, mas ao mesmo tempo angustiante... eu não curto muito ler histórias que envolvem a guerra, sempre me sinto sufocada... é tão triste e enlouquecedora... que meu coração acelera de uma forma muito intensa... só de ler a sua resenha a angústia me bateu... não sei ainda prefiro assistir filmes da temática como opção de escolha, mas nem eles eu curto muito assistir... as pessoas nesses tempos foram muito cruéis... na verdade são até hoje e por mais que eu tente eu não consigo entender - sei que tem muito jogo de poder - o que leva as pessoas cometerem tanta crueldade... nossa... parabéns pela sua resenha.... xero!!
http://minhasescriturasdih.blogspot.com.br/
Olá Juh! Nossa, Acho que nenhuma palavra consegue descrever tudo que ela passou. Dá um aperto no peito...Parabéns por sua resenha. Beijos!
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