[Resenha - Jangada] O Artífice do Tempo

Esta resenha não possui spoilers deste livro ou do livro anterior da série. Caso não tenha lido o primeiro volume, recomendo que pule a sinopse.

Resenha de Túneis da Morte.

Título: O Artífice do Tempo

Autor: Niel Bushnell

Tradução: Denise de Carvalho Rocha

Livro #2 da série Túneis da Morte

Editora: Jangada

(Grupo Editorial Pensamento)

Skoob | Leia um trecho

Jack Morrow, de 13 anos, descobre que não é um menino comum. Ele é um Viajante, alguém com a capacidade de viajar através das Necrovias, túneis que ligam cada lápide ao dia em que a pessoa morreu. Ao se ver na Londres devastada pela Segunda Guerra Mundial, na companhia de David, seu avô, na época ainda adolescente, Jack percebe que a sua chegada a 1940 não passou despercebida. Forças malignas de um mundo secreto são convocadas para encontrá-lo. Enquanto Jack luta para sobreviver nessa aventura cheia de perigos e surpresas, ele acaba por desvendar o segredo sombrio da sua família e se empenha, numa corrida contra o tempo, para tentar mudar o seu destino.

Jack Morrow é um garoto de 13 anos que descobre meio por acidente que é um Viajante. Isso significa que pode viajar através das necrovias, que são uma espécie de "túneis da morte". Ao tocar em uma lápide, abre-se para ele um caminho até o dia da morte da pessoa enterrada lá. Não é algo que não tenha um preço: o mais baixo é sentir as lembranças da pessoa, mas um Viajante corre o risco de pagar um preço muito mais alto.

Estava bem ansiosa pela leitura de O Artífice do Tempo, porque a história de Túneis da Morte me fascinou. Encontrei algo bem diferente do que eu esperava, mas não acho que isso tenha sido ruim. O autor só foi por outro caminho, deu um foco diferente ao enredo. 

No primeiro livro temos muito mais ação e muito mais viagens no tempo. Neste, o foco é nos apresentar a todo o mundo criado por ele, o que é importante, porque apesar de parte da história se passar em Londres, outra parte se passa no Primeiro Mundo, que é uma espécie de universo paralelo repleto de reinos. Conhecemos parte desse universo e também são dadas informações sobre o meio de transporte mais usado para visitar suas diversas regiões.

Este segundo volume já começa nos mostrando o que aconteceu exatamente com cada um dos protagonistas do livro anterior. E, no decorrer da narrativa, vemos pessoas lutando com objetivos bem específicos: algumas delas querem que o que aconteceu seja mantido, outras procuram reverter os acontecimentos. Isso só se resolve quase no final, mas ainda restou tempo para uma reviravolta na história que explicou um dos grandes mistérios do enredo.

O protagonista amadurece bastante nesse livro. Ele precisa lidar com muita coisa em sua vida, é jogado no meio de um mundo de que não conhece as regras, mas acaba se adaptando. Precisa fazer escolhas importantes, que o definirão como pessoa, e em alguns trechos foi angustiante acompanhar os pensamentos dele. Somos apresentados a novas personagens, que desempenham papéis bem importantes no enredo e dão mais agilidade a ele.

Sobre o título do livro, um Artífice do Tempo é alguém que possui habilidades muito maiores que as de um Viajante comum. Consegue controlar as necrovias, comunicar-se com elas, e viajar apenas até o dia desejado, mesmo que seja diferente do dia para o qual seria levado. É raro alguém ter esse nível de habilidade, mas nesse livro acabamos sendo apresentados a duas pessoas que possuem esse poder. 

Gosto bastante da capa, mas acho que faltou uma pessoa importante nela - mas como é alguém que aparece pela primeira vez nesse livro, acredito que estará presente na capa do terceiro volume. Por falar nele, aliás, infelizmente ainda não foi publicado nem no exterior. Estou torcendo para que isso aconteça logo.