[Resenha - Seguinte] A Rainha Vermelha

Título: A Rainha Vermelha

Autora: Victoria Aveyard

Tradução: Cristian Clemente

Livro #1 da trilogia A Rainha Vermelha

Editora: Seguinte

Skoob

O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses. Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso… Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho?  Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe - e Mare contra seu próprio coração.

Em A Rainha Vermelha, Victoria Aveyard nos apresenta um mundo dividido pelo sangue. De um lado, temos os prateados. Seres que, além de terem o sangue realmente prateado, têm poderes que os tornam superiores aos outros seres humanos - como controle da mente, dos elementos, invisibilidade, força muito além do comum... O rei tem esse sangue, os nobres também. De outro lado, temos os vermelhos. Feitos para servir. Vivem em lugares em que a vida não é nem um pouco confortável.

Desde o nascimento os vermelhos sabem quais serão seus futuros possíveis: arrumar um trabalho, uma ocupação útil, o que é bem difícil de conseguir, já que quem possui um emprego nunca abriria mão dele; ou ir para a guerra, o que acontece com todos os "desocupados", homens e mulheres, assim que atingem 18 anos. Esse é o destino que aguarda Mare, de 17 anos. Só que ela acaba conhecendo uma pessoa capaz de salvá-la dele. Mas não poderia imaginar que acabaria tendo que enfrentar uma situação até mais cruel, em que nunca mais poderá ser ela mesma.

Só tinha visto elogios a esse livro antes de ler, e tenho que concordar com todos eles. Na verdade, a história é muito mais fantástica do que eu havia imaginado. Mal dá para acreditar que é o primeiro livro da autora. A narrativa é construída de uma forma extraordinária, e o livro tem muita ação e um número inacreditável de reviravoltas. Tem uma frase que aparece muitas vezes, e sugiro que a levem a sério durante a leitura.

Todo mundo pode trair todo mundo.

A narrativa é feita em primeira pessoa pela Mare, e não tive como não me sentir tocada e envolvida pela história dela. Apesar de ter tido uma infância e adolescência difíceis, sem saber se teria algo para comer a cada dia, cresceu num lar repleto de amor. Adorei conhecer a família dela e também seu melhor amigo, que perdeu a família quando era muito novo e foi praticamente adotado pela garota, que sempre procurou protegê-lo. Imaginem como foi difícil para ela deixar esse mundo e ter que viver em um lugar em que a inveja e a luta pelo poder ditam o comportamento de todos. Para se manter viva, Mare terá que viver entre os prateados e fazer tudo o que exigirem dela.

O livro tem pouco mais de 400 páginas, mas o li em menos de 24 horas. É impossível deixá-lo de lado por mais tempo que o estritamente necessário, porque tem sempre algo importante acontecendo. A autora conseguiu minha atenção desde a primeira página, e não a perdeu em nenhum momento. Achei que ela encontrou uma ótima alternativa para apresentar o universo que criou a nós, vamos descobrindo quem são as personagens e como as coisas funcionam aos poucos, junto com a Mare, então as informações chegam em pequenas doses e nas horas certas.

Não me lembro de ter encontrado nenhum erro no texto durante a leitura. A letra tem um tamanho ótimo e as folhas são amareladas. A capa é simplesmente linda, com efeito metalizado e alto relevo na coroa e no título. A diagramação no geral é bem simples, mas na primeira e na última página foram colocadas ilustrações, que parecem brasões de família. O da primeira página claramente representa a família real, que são os ardentes, que controlam o fogo. Já o da última, não consegui decifrar, o que me deixou ainda mais ansiosa pela continuação, que está prevista para fevereiro de 2016. Só me resta torcer para o tempo passar rápido.