[Resenha - Galera Record] Cidade de Vidro

Essa resenha não possui spoilers desse livro ou dos livros anteriores da série. Mas, se você não acompanha a história, aconselho que pule a sinopse.

Resenha de Cidade dos Ossos | Resenha de Cidade das Cinzas

Título: Cidade de Vidro

Autora: Cassandra Clare

Tradução: Rita Sussekind

Livro #3 da série Os Instrumentos Mortais

Editora: Galera Record

Skoob | Leia o 1º capítulo

Clary está à procura de uma poção para salvar a vida de sua mãe. Para isso, ela deve viajar até a Cidade de Vidro, lar ancestral dos Caçadores de Sombras, criando um portal sozinha. Só mais uma prova de que seus poderes estão mais sofisticados a cada dia. Para Clary, o perigo que isso representa é tão ou menos assustador quanto o fato de que Jace não a quer por perto. Mas nem o fora de Jace nem estar quebrando as regras irão afastá-la de seu objetivo: encontrar Ragnor Fell, o feiticeiro que pode ajudá-la a curar a mãe.

Quando comecei a leitura, achei que eu nunca mais fosse me apaixonar completamente por um dos livros dessa série. Não estava gostando no início. Só que de uma hora para outra me viciei completamente e não conseguia parar de ler. Acabei devorando Cidade de Vidro em algumas horas.  

Neste volume, conhecemos o lar original dos Caçadores de Sombras. Nem todos vivem lá, muitos acabaram se misturando aos mundanos (como chamam os humanos "comuns"). Mas nenhum deles deixa de se lembrar da cidade de vidro com um carinho especial. É o lugar em que se sentem mais seguros, além de ser muito lindo e ter um céu que parece meio mágico.

A autora nos apresenta a personagens novas durante a leitura - não que eu ache que valha muito a pena conhecer a maior parte delas... rs... Mas novas personagens sempre dão um novo fôlego ao enredo, e fazem a gente prestar atenção em outros detalhes. 

Quanto às personagens principais que já nos acompanham desde o primeiro livro, quase perdi a paciência com elas durante a narrativa. Não sei o que aconteceu, acho que todas foram atingidas por uma lerdeza total e absoluta, porque não conseguiam perceber de forma alguma o que estava acontecendo. Uma das coisas que é revelada nesse livro já sei desde o primeiro, até entendo que alguém não tenha percebido há tanto tempo, mas não tem como não saber desde quase o início desse volume, quando outra coisa fica completamente óbvia também. 

Fico muito brava quando personagens que eu considero inteligentes precisam que alguém lhes conte o que elas não enxergam por si mesmas, nunca me convenço de que realmente foram incapazes de notar algo tão absurdamente claro. Sei que quando a gente está dentro do problema é muito mais difícil ver as coisas direito, que quando a gente observa de fora é bem mais fácil perceber os fatos... mas as personagens não acreditaram nem no próprio instinto que, por sinal, praticamente gritava com elas. 

Ok, fim do momento indignação. Fora esse pequeno detalhe irritante, gostei muito de todas as escolhas que a autora fez. Cidade de Vidro fecha bem a história; se não fosse pelo epílogo, eu poderia considerar que (quase) todos viveram felizes para sempre, e continuaram mantendo os demônios longe do nosso mundo. Os conflitos iniciais foram resolvidos e a maior parte das personagens conseguiram dar um rumo satisfatório às suas vidas.

O livro mostra que mesmo que aparentemente alguém seja fundamentalmente mau, mesmo assim essa pessoa pode acabar se afeiçoando de verdade a alguém, e fazendo o que for possível para que esse outro ser tenha uma chance de ser alguém melhor. Mostra que a renúncia, às vezes, se disfarça de pouco caso ou de desamor. Por pior que seja uma pessoa, pode encontrar algo que lhe faça lembrar de sua humanidade e de sua capacidade de gostar de outro ser humano - mesmo que ela não seja capaz de suportar esse sentimento.

- As pessoas não nascem boas ou ruins. Talvez nasçam com tendências a um caminho ou outro, mas é a maneira como se vive a vida que importa. E as pessoas que conhecemos.

Minha edição é a sexta, e saiu em 2013. Nela, encontrei alguns erros de diagramação. Faltava uma letra, ou um travessão em alguma fala no meio de um diálogo. Mas isso não chegou a atrapalhar minha leitura.

Agora que terminei os três primeiros livros, vou revezar as leituras entre esta série e As Peças Infernais. A próxima resenha a aparecer por aqui será a de Anjo Mecânico! =)