Título: A coragem de ser imperfeito
Autora: Brené Brown
Tradução: Joel Macedo
Editora: Sextante
Número de páginas: 208
Primeiro lugar na lista do The New York Times. Brené Brown ousou tocar em assuntos que costumam ser evitados por causarem grande desconforto. Sua palestra a respeito de vulnerabilidade, medo, vergonha e imperfeição já teve mais de 25 milhões de visualizações. Viver é experimentar incertezas, riscos e se expor emocionalmente. Mas isso não precisa ser ruim. Como mostra Brené Brown, a vulnerabilidade não é uma medida de fraqueza, mas a melhor definição de coragem. Quando fugimos de emoções como medo, mágoa e decepção, também nos fechamos para o amor, a aceitação e a criatividade. Por isso, as pessoas que se defendem a todo custo do erro e do fracasso acabam se frustrando e se distanciando das experiências marcantes que dão significado à vida. Por outro lado, as que se expõem e se abrem para coisas novas são mais autênticas e realizadas, ainda que se tornem alvo de críticas e de inveja. É preciso lidar com os dois lados da moeda para se ter uma vida plena. Em sua pesquisa pioneira sobre vulnerabilidade, Brené Brown concluiu que fazemos uso de um verdadeiro arsenal contra a vergonha de nos expor e a sensação de não sermos bons o bastante, e que existem estratégias eficazes para serem usadas nesse “desarmamento”. Neste livro, ela apresenta suas descobertas e estratégias bem-sucedidas, toca em feridas delicadas e provoca grandes insights, desafiando-nos a mudar a maneira como vivemos e nos relacionamos.
Já havia lido outro livro da autora (A arte da imperfeição) e gostado bastante, então quando vi esse quis conhecê-lo também. E, apesar do título semelhante, a abordagem desta obra é diferente, mas tão interessante quanto a da outra.
Brené nos apresenta conclusões de seu trabalho como pesquisadora da vulnerabilidade e da vergonha, e nos mostra o quanto a vulnerabilidade é positiva, e o quanto enfrentar a vergonha é importante para que não nos fechemos para o mundo.
Entre outras coisas, o livro nos apresenta os mitos da vulnerabilidade, como a crença de que seria uma fraqueza mas, na verdade, se manter vulnerável, permitir que as pessoas enxerguem coisas que acharíamos mais fácil guardar para nós (mesmo que nos corroessem por dentro) é um sintoma de coragem. A autora frisa bem que temos que saber o que contar, para quem contar e como contar. As pessoas vão ganhando nossa confiança com o tempo, e só assim conseguem ter uma reação empática a respeito das revelações que escolhemos fazer.
A vulnerabilidade se baseia na reciprocidade e requer confiança e limites. Não é superexposição, não é catarse, não é se desnudar indiscriminadamente. Vulnerabilidade tem a ver com compartilhar nossos sentimentos e nossas experiências com pessoas que conquistaram o direito de conhecê-los.
Sobre a vergonha, ela diz que é algo que, quanto mais nos recusarmos a enfrentar, mais irá nos machucar e nos tornar pessoas piores e mais inseguras. O melhor é assumir o que aconteceu, compartilhar com alguém digno de nossa confiança e, além disso, lembrar que todos erramos; então o ideal é conversar conosco como faríamos se estivéssemos falando com uma pessoa que amamos, sem ser cruéis com nós mesmos.
A vergonha está relacionada a vícios, depressão, agressão, violência, distúrbios alimentares e suicídio. (...) A vergonha corrói a parte de nós que acredita que podemos fazer melhor e nos tornar pessoas melhores.
Adorei ler a parte que fala de feedback, de que deve ser focado em pontos fortes e em oportunidades de crescimento. O fato de em alguns lugares ele ser bem diferente disso (já ouvi falar de “feedbacks” que se assemelharam a massacres e foram repletos de ameaças e humilhação) faz com que as pessoas se sintam com medo de recebê-lo, que percam a oportunidade de crescer com isso. É algo positivo se for aplicado corretamente.
Quando a vergonha se torna um estilo de gerenciamento, a motivação vai embora. Quando errar não é uma opção, não existe aprendizado, criatividade ou inovação.
O capítulo que achei mais interessante foi o que trata da diminuição da lacuna de valores. Muita gente se esquece de que os filhos aprendem pelo exemplo, e que se querem que eles cultivem virtudes precisam demonstrá-las. Claro que todos podem errar, mas é preciso mostrar que existe a intenção de acertar, de fazer o que é apresentado como a atitude correta. O livro fala bastante sobre a criação de filhos, inclusive.
Quem somos e como nos relacionamos com o mundo são indicadores muito mais fortes de como nossos filhos se sairão na vida do que tudo que sabemos sobre criação de filhos.
O conteúdo é bem extenso, portanto vou parar por aqui, mas é uma leitura que recomendo, que é capaz de nos fazer encarar a vida com mais tranquilidade; com a certeza de que o erro não pode ser evitado, é algo que todos precisamos enfrentar, mas a forma como lidamos com ele é que nos permite sentir plenitude e realização.
Oi Ju, não é um livro que eu queira ler. Aliás, ando fugindo deste gênero de leitura, apesar de saber que muitos deles tem algo concreto e bom a oferecer, como parece ser o caso aqui.
ResponderExcluirBjs!
Olá, ainda não conhecia esse livro mas por tudo o que você disse na resenha já é uma leitura que eu vou considerar realizar, pois me parece falar de temas que são do meu interesse e que certamente poderiam me auxiliar a lidar com eles.
ResponderExcluirOlá!! :)
ResponderExcluirEu confesso que nunca tinha ouvido falar deste livro, mas deixaste-me curioso! :)
Ainda bem que gostaste da leitura... E gostei do tema! :) Os erros são necessários para melhorar, ninguém e perfeito! E concordo, a diferença esta em como lidar com eles! :)
Boas leituras!! ;)
no-conforto-dos-livros.webnode.com
Antes de mais nada; que capa maravilhosa!
ResponderExcluirMe identifiquei com o livro, pois sou bem vergonhosa e isso realmente me impede de realizar coisas que me fariam bem. Sem dúvidas, me interessei em ler o livro. Boa resenha.
Olá!
ResponderExcluirMe pareceu um livro de auto ajuda. Me enganei?
Embora tenha gostado da premissa e sua opinião sobre o livro é bem positiva, não sei se leria. De qualquer forma vou anotar.
Bjs
Oi Ju,
ResponderExcluirEu sou uma pessoa meio fechada e detesto me mostrar para as pessoas. De alguma forma, é uma espécie de defesa sabe? Pois bem, fiquei bem interessada no livro, pois acho que seria muito útil para mim.. Haha. Eu nunca li nada da autora, mas seria um bom começo.
beijos =)
Olá!
ResponderExcluirAinda não conhecia esses livros, mas achei bem legal você ter dito que é uma obra que ajuda a encarar a vida com mais tranquilidade.
Nunca li nada que envolvesse a pesquisa da vulnerabilidade nem da vergonha e acho que a experiência seria bem prazerosa. Essa questão de filhos aprenderem pelo exemplo é bem interessante, pois são um reflexo do que tem em casa, não é?
Dica anotada.
Beijos,
Um Oceano de Histórias
Estava procurando um livro não ficção para ler e achei esse aqui bem instigante. Fiquei imaginando essa abordagem e argumento da importância da vulnerabilidade, em um momento em que precisamos nos sentir seguros o tempo inteiro. Quero ler!!!
ResponderExcluirMEU AMOR PELOS LIVROS
Beijos
Olá,
ResponderExcluirAchei a premissa da obra bem interessante e a forma como aborda a vulnerabilidade, sendo vista ao invés de como uma fraqueza, trazendo-a como coragem.
A vergonha é outro tema que me despertou curiosidade, pois já sofri bastante com timidez quando era mais nova. Agora já descobri que tenho língua para falar a vontade e me expressar rsrs
http://leitoradescontrolada.blogspot.com.br/
Vish!... a resenha caiu como uma luva perfeitinha no meu momento! Ontem mesmo estava conversando com um amigo sobre isso, o quanto mostrar seus receios tornam alguém vulnerável e eu n gostava disso. E a resposta foi simples e bate com o livro... Mostramos pq temos confiança. Este é um livro que eu leria tranquilamente! Gostei mesmo!
ResponderExcluirOlá
ResponderExcluirNão conehcia o livro, mas que temática diferente e bacana.Me familiarizei quando você citou sobre a vergonha, realmente é algo que atrapalha quando era mais nova eu era muito vergonhosa a ponto nem nem atender o telefone da minha casa, mas com o tempo fui deixando de lado por perceber que começou a me prejudar até na escola.Gostei muito da premissa do livro e sobre os temas citados .Pretendo em breve poder fazer a leitura.
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirFIQUEI ENCANTADA COM A SENSIBILIDADE QUE O TÍTULO TRAZ! <3
Não conhecia a obra mas já estou ansiosa, principalmente pela premissa que o livro traz.
Parabéns pela resenha (:
Olá, Ju.
ResponderExcluirLegal a autora seguir uma mesma linha com os títulos mas o conteúdo serem diferentes.
Acho que seria uma boa leitura para mim porque tenho muita vergonha em determinadas situações e talvez aprendesse como trabalhar melhor isso.
Abraços.
Oie!
ResponderExcluirNão conhecia essa obra e nem a outra, porém a premissa me chamou muita atenção.
Concordo totalmente que temos que saber o que contar, para quem contar e como contar não podemos sair por aí falando tudo pro primeiro que encontramos.
Temos que saber filtrar.
Olá, que obra interessante, eu não conhecia, mas pelo que você apresentou aqui, fiquei curiosa.
ResponderExcluirGosto de livros que nos fazem pensar sobre nossas ações e refletir sobre o que queremos para o futuro.
Abraços
oie, eu tenho adorado os lançamentos da sextante, e boa parte nos dá diversas lições. gostei de saber sobre esse que fala sobre a vergonha e concordo com a autora sobre que precisa de coragem para se expor então é um sinal de força, e gosto de coisas que falem sobre criação de filhos, embora eu não os tenha, mas gosto de conhecer a respeito. Adorei a sua resenha.
ResponderExcluirOlá, Ju! Não conhecia o livro e apesar de ser de um gênero literário que pouco leio, ele traz temas muito interessantes e me parecem trazer também boas reflexões! Acho que iria gostar de fazer esta leitura!
ResponderExcluirParabéns pela resenha!
Bjs,
Yohana Sanfer
http://www.papelpalavracoracao.com.br/
Olá, não conhecia o livro, mas gostei do seu aprofundamento do livro no assunto. Falar sobre Feedback é perfeito, muitos não sabem nem o que é isso no mundo atual. Estou adorando esses últimos lançamentos da Sextante.
ResponderExcluirOi Juju, sua linda, tudo bem?
ResponderExcluirSobre o assunto do feedback, já trabalhei em uma empresa que focava infelizmente na parte negativa e que infelizmente dizia que essa era a hora do funcionário falar e que ele seria respeitado pelo o que dissesse. Mas a realidade era bem diferente, qualquer coisa dita, era usada contra nós no futuro. Gostei da visão do erro também, acredito nisso, não tem como nunca errar, até porque às vezes não sabemos que estamos errando, não é proposital. Acho que faz parte da vida cair, não gosto disso, mas só quando doí é que paramos para prestar atenção. Parece ser uma boa leitura, que vai levantar questionamentos e reflexão. Eu gosto muito dos livros da Sextante, acho que eles contribuem para nosso crescimento. Sua resenha ficou ótima!!!!!!
beijinhos.
cila.