[Resenha - Galera Record] A caçadora de bruxos

Título: A caçadora de bruxos

Autora: Virginia Boecker

Tradução: Alves Calado

Editora: Galera Record

Número de páginas: 308

Ânglia, 1558. A prática da magia é ilegal, e infratores são queimados na fogueira todas as semanas. Elizabeth Grey é uma das melhores caçadoras de bruxos do rei. Ao lado de Caleb, seu parceiro e interesse amoroso, ela localiza e captura Reformistas – rebeldes suspeitos de praticar feitiçaria – para que sejam julgados e executados conforme manda a lei. Até que, inexplicavelmente, Elizabeth é incriminada e presa sob a acusação de praticar a arte que ela mesma se dedicou a erradicar. Abandonada para morrer nos calabouços frios do reino, a jovem espera, em vão, por algum sinal de Caleb, antes que a febre dê fim à sua vida. A salvação, no entanto, acaba vindo pelas mãos de seu maior inimigo: Nicholas Perevil, o mago mais poderoso e procurado de Ânglia, que se propõe a resgatá-la em troca de um favor. Mas em retribuição, Elizabeth precisa se voltar contra tudo aquilo que fora levada a acreditar e, ao fazer isso, se coloca diretamente na mira do inquisidor mais sanguinário do reino, o temível Blackwell. À medida que Elizabeth se associa aos reformistas, suas crenças sobre a legitimidade da proibição da magia são profundamente abaladas. Ela se vê em meio a intrigas políticas de proporções épicas e percebe que seus antigos aliados agora são seus inimigos mortais. Será que Elizabeth está pronta para decidir onde repousa sua lealdade, afinal de contas? E qual o preço que pagará por tal decisão?

Ânglia, 1558. Após um mago ter ultrapassado todos os limites e ter causado a peste, dizimando grande parte da população, foi proibido qualquer uso de magia no reino. Feiticeiras e magos são mortos todas as semanas em praça pública, já que as leis são extremamente rigorosas. Elizabeth é uma garota loira e baixinha de 16 anos que ninguém imaginaria ter o trabalho que tem: é uma das melhores caçadoras de bruxos a serviço do rei e do inquisidor. 

Só que há algum tempo não tem mais desempenhado suas tarefas com a mesma perfeição de antes, e acaba desobedecendo a regra mais importante de todas: mata um mago ao invés de capturá-lo com vida. Aparentemente, conseguiu escapar de pagar por isso, mas logo depois se embebeda de forma absurda e, ao tentar voltar para o castelo discretamente, acaba deixando cair algumas ervas que não poderia possuir de forma alguma. 

Acusada de ser feiticeira, Elizabeth terá o mesmo destino de todas as pessoas que capturou: a morte. Ou teria tido, se não tivesse sido salva por ninguém menos que o líder dos Reformistas; os rebeldes que, possuindo magia ou não, não aceitam que as pessoas sejam proibidas de utilizá-la para o bem. A garota passa a conhecer o outro lado da história, e faz descobertas chocantes, bem difíceis de acreditar. Mas não pode deixar de pensar sobre qual seria o lado certo nessa luta.

Elizabeth é uma personagem que me causou diferentes reações. No início eu quis sacudi-la e dizer para aprender a pensar por si mesma, porque ela direcionou toda a sua vida devido às escolhas de um garoto, Caleb. Era uma pessoa que confiava cegamente e, apesar de achar algumas coisas estranhas, nunca acreditou que deveria questioná-las. Mas a protagonista cresce muito no decorrer do enredo, começa a aceitar que poderia estar errada, aprende a raciocinar, a não ser apenas uma cumpridora de ordens. Pela primeira vez na vida, tem a oportunidade de fazer amigos de verdade, embora sua insegurança e seu medo façam com que duvide que aquilo poderia acontecer com ela. Se transforma em uma pessoa extremamente corajosa e passa a ter um enorme desejo de fazer o que é certo.

O enredo é muito bem desenvolvido e a autora dá pistas sobre o que o maior vilão da história está armando, mas não consegui juntar todas as peças. Mas quando uma reviravolta acontecia, ou uma revelação era feita, eu pensava que realmente aquilo tinha sido sinalizado. Adoro quando isso acontece, quando deixo passar pistas importantes mas me lembro de que elas estavam lá, prontas para serem notadas.

Só tenho duas ressalvas a fazer: a primeira é que o livro tem muitos erros de revisão, principalmente no início. Isso chegou a me incomodar bastante no começo, mas depois o problema diminuiu e minha leitura fluiu mais facilmente. A segunda é que eu esperava mais uso de magia no enredo. Mas isso não pode ser considerado exatamente um ponto negativo, foi apenas uma expectativa que eu tinha que não foi atendida. Acredito que, devido aos últimos acontecimentos deste volume, a magia estará mais presente no próximo, que estou ansiosa para conferir.