[Resenha - Universo dos Livros] A Dama de Papel

Título: A Dama de Papel

Autora: Catarina Muniz

Editora: Universo dos Livros

Skoob

Localizado na zona periférica de Londres em meados do século XIX, o bordel de Molly está sempre repleto de fregueses: ricos e pobres, magnatas e operários. O que nenhum deles sabe – nem mesmo as outras trabalhadoras do estabelecimento – é que a dona do prostíbulo optara por ser “mulher da vida fácil” após fugir de um casamento forçado, abrigando-se nas entranhas de um cortiço na busca indelével por liberdade. Certa vez, no entanto, Molly é inebriada pelas propostas de um cliente: Charles O’Connor, o herdeiro de um império têxtil, deseja que ela seja somente sua. Molly, arrebatada pelas sensações provocadas pelo novo amante, se vê obrigada a questionar o modo de vida que conduzira com orgulho até então, além de testar os limites da liberdade obtida a duras penas. Entregues à avassaladora paixão e à incrível química sexual que os unem, Molly e Charles precisarão enfrentar as represálias sociais e a moral conservadora da época para dar continuidade a este amor proibido. Mas terão de pagar um preço alto por suas decisões.

De início, eu não tinha me interessado por esse livro. Mas uma amiga começou a ler e disse que parecia na verdade ser um drama, então a louca por drama que reside em mim decidiu que precisava conhecer a história. Só que minha amiga estava enganada, não é o caso. Na verdade, é um livro erótico mesmo, e como vocês já devem ter percebido não curto esse tipo de livro. Então acabou sendo uma leitura complicada para mim, mas fui até o fim devido à minha total incapacidade de abandonar livros.

Melanie pertence a uma conceituada família da sociedade. Mas nunca se encaixou direito nas regras, e não é tão bonita a ponto de estar cercada de pretendentes. Seu pai acaba preparando para a garota um casamento arranjado com um homem bem mais velho que ela, que faria com que ela se tornasse parte da mais alta elite. Mas Mel não está disposta a aceitar esse destino e se tornar mais uma propriedade do seu futuro marido, já que sonha em aproveitar a vida sendo livre. 

Foge de casa e acaba sendo acolhida por uma prostituta, que lhe oferece abrigo em troca do uso de seu corpo para permitir o sustento delas. Sete anos depois, Mel se tornou Molly e acabou virando a dona de um bordel após a morte daquela que lhe acolheu. Apesar de sua "casa" ser bem pequena e situada em um cortiço, a mulher ganhou fama e conseguiu clientes mais ricos com o passar do tempo. Só que nunca imaginou que um deles pudesse ter o poder de fazê-la repensar suas atitudes e almejar uma vida diferente.

Tive sérios problemas para acreditar nessa história. Pelo menos a Molly é uma protagonista consistente, que não toma atitudes em desacordo com sua personalidade. Tudo bem que eu acho que o modo de pensar dela não faz sentido nenhum, mas para ela funciona. Sim, ela acredita que se prostituir é a melhor alternativa que está ao seu alcance para desfrutar da liberdade, e apesar de algumas vezes ter que atender clientes absolutamente nojentos ainda acha que vale a pena poder ter seu dinheiro e fazer com ele o que quiser - mesmo que não consiga ter nenhum luxo com o que ganha.

No início achei que a parte erótica se concentraria em alguns textos escritos por Charles, o homem que faz Molly começar a refletir sobre sua situação. Só que em pouco tempo as cenas hot começaram e meu desconforto começou com elas, e aumentou consideravelmente quando tive que ler cenas de sexo protagonizadas por uma pessoa do passado que resolveu infernizar a personagem principal. Mesmo assim, consegui ler o livro bem rápido, já que ele tem apenas 256 páginas e a fonte de uma tamanho bem confortável.

Acredito que fãs do gênero vão curtir bem mais do que eu. Além da parte hot ter me incomodado, tive problemas para lidar com os casos de traição que precisei acompanhar. Mas preciso dizer que achei a ambientação bem feita, a história bem construída e o final adequado para os acontecimentos. Além disso, gostei do fato de mostrar as condições horrendas de trabalho enfrentadas por mulheres e crianças. O livro não me conquistou, mas pode ser que conquiste vocês.