[Resenha - Novo Conceito] Ame o que é seu

Título: Ame o que é seu

Autora: Emily Giffin

Tradução: Elenice Barbosa de Araújo

Editora: Novo Conceito

Número de páginas: 312

Skoob

O casamento de Ellen e Andy não parece perfeito - ele é perfeito. São inegáveis a profundidade da devoção mútua e o quanto um desperta o melhor do outro. Mas por obra do destino, certa tarde, Ellen revê Leo pela primeira vez em oito anos. Leo, aquele que partiu seu coração sem se explicar, aquele que ela não conseguiu esquecer. Quando o reaparecimento dele desperta sentimentos há muito adormecidos, Ellen se põe a questionar se sua vida atual é de fato como ela queria que fosse.

Ellen é casada com Andy, o irmão de sua melhor amiga desde a faculdade, há quase um ano. Ele é aparentemente o homem perfeito, amigo e companheiro. Ellen sabe que o ama, e ama também a família que se tornou sua depois do casamento. Mas não sente aquele tipo de paixão arrebatadora por ele, o tipo de paixão que sentia por seu ex-namorado, Leo. Atravessando uma rua, ela dá de cara com o ex. Pouco tempo depois, seu telefone toca: ele quer saber se era mesmo ela. Os dois se encontram, e assim começa a confusão de sentimentos da protagonista.

Esta foi minha segunda leitura da Maratona Literária #ChristmasWithCreepy, e passei o tempo todo em uma relação de amor e ódio com o livro. Amor, porque ele é muito bem escrito, fiquei extremamente curiosa e ansiosa para saber quem a Ellen escolheria. E não só isso, os homens em questão lhe proporcionariam vidas completamente diferentes, e isso aumentou ainda mais minha ansiedade pelo desfecho. A parte do ódio se deveu exatamente ao triângulo amoroso formado, já que odeio esse recurso com todas as minhas forças. E o que mais me irrita nisso é o fato da indecisão dos personagens mesmo, tenho muita dificuldade de acreditar no amor de um casal quando um dos componentes dele demonstra tanta dúvida. Não foi diferente com esse livro.

Confesso que acreditei mais no amor da Ellen e do Leo que da Ellen e do Andy, mas não o suficiente para tomar algum partido. Fora que ainda tinha o dilema de se ela trairia ou não o marido, e traição é outra coisa que me tira do sério. Em compensação, adorei alguns personagens secundários. A irmã da protagonista, Suzanne, foi alguém que me surpreendeu bastante, não dava nada por ela no início, mas acabou tendo uma participação essencial no enredo. O pessoal que trabalha com a Ellen também é muito legal. Infelizmente, a Margot, irmã do Andy, foi meio que uma decepção, me pareceu muito superficial e não consegui ver a amizade forte que supostamente teria com a Ellen.

O livro nos faz refletir sobre o que é importante em nossas vidas. Até quando conseguimos abrir mão de algo por alguém? E até quando isso é saudável? Não seria melhor pensar em um meio-termo, uma saída que permitisse a felicidade das duas pessoas, mesmo que não fosse a coisa ideal a ser feita?

Até consegui entender a Ellen um pouco, porque a vida dela passa por uma reviravolta praticamente completa bem de repente. Isso fez com que minha leitura ficasse mais fluida. Não amei, mas gostei. Acho mais bonita a outra capa que a editora lançou para esse livro, mas essa ao menos combina com vários outros livros da autora. Não entendia a presença dessa câmera em destaque na imagem, mas como agora sei que a protagonista é fotógrafa ela começou a fazer sentido. A diagramação tem detalhes delicados, com flores no início e no fim dos capítulos. Não encontrei erros de revisão.