[Resenha - Galera Record] Me abrace mais forte

Oi gente, boa noite! 

Daqui a pouco nos despedimos de 2015... Amanhã vou fazer uma postagem contando para vocês como foram minhas leituras desse ano, mas não esperem um top 5 ou 10 porque duvido que eu dê conta de selecionar livros para isso. Desejo um 2016 maravilhoso para todos! E agora, vamos à última resenha do ano?

Título: Me abrace mais forte

Autor: David Levithan

Tradução: Regiane Winarski

Editora: Galera Record

Número de páginas: 224

Skoob | Leia um trecho

Uma novela musical do universo de Will & Will – um nome, um destino, escrito em parceria com John Green e o primeiro livro juvenil com protagonista gay a figurar na lista do New York Times. Em Me abrace mais forte, o personagem Tiny Cooper, um dos mais carismáticos da trama, disponibiliza o roteiro do musical que acompanha sua trajetória: do berçário até o ensino médio. Com participação especial do fantasma de Oscar Wilde, o roteiro revela os detalhes da vida amorosa de Tiny, seu relacionamento com seus vários ex-namorados, a amizade com a babá lésbica, a relação com os pais e o encontro com o amigo Will Grayson.

A orelha de Me abrace mais forte diz que ele "é o roteiro completo do musical" apresentado no livro Will & Will, e não sei bem a participação que o Tiny tem na história original, já que não li. Mas mesmo sem conhecê-la fiquei com vontade de conhecer essa, afinal, sou muito fã de musicais. Tem gente que não entende como os atores/músicos/dançarinos podem estar numa hora cantando e noutra falando, mas a transição entre esses momentos me fascina e a forma como as músicas são essenciais para o enredo também. Quando Mamma Mia esteve em cartaz em São Paulo assisti cinco vezes... sim, sou fã nesse nível. =) 

Então claro que fiquei curiosa para conhecer essa novela musical, que conta a vida de Tiny Cooper desde o seu nascimento até seus 16 anos. Eu sei, não é muito, e isso me fez ficar completamente horrorizada quando descobri que o segundo ato era focado nos 18 ex-namorados do rapaz. Mas logo percebi que ele não levava muito ao pé da letra o termo namorado. Relacionamentos relâmpago de um dia foram considerados na contagem - mesmo que tenham sido platônicos.

Na mente de Tiny, é assim que as coisas acontecem: o encontro é fofo, tudo fica fofo e vocês se amam fofamente para todo o sempre, amém.

O texto é muito divertido, é realmente um roteiro, só que com observações hilárias do diretor/ator/produtor/faz tudo da peça, que é simplesmente Tiny. Ele dá orientações bem detalhadas para quem quiser montar o espetáculo. Eu sei, o garoto é bem modesto, por ele sua história seria mostrada em todos os cantos do mundo.

Como já disse, tudo começa quando ele nasce... e, como dizem as orientações:  "A maioria dos bebês chega ao mundo chorando, ofegando ou soltando meleca. Não Tiny Cooper. Ele vem ao mundo cantando", então existem instruções específicas para Tiny ser representado pelo mesmo ator em todas as idades, que deve usar crachás quando a idade é alterada... rs... 

No início, vemos como foi crescer sendo desde sempre "grande e gay", como ele se define. A história de Tiny mostra que, às vezes, o maior obstáculo para a nossa felicidade somos nós mesmos. Quando o garoto decidiu "sair do armário", descobriu que todos que realmente importavam já esperavam pacientemente que fizesse isso, dando a ele o tempo necessário.

É sempre mais fácil culpar os outros por nos impedirem de fazer alguma coisa. Mas às vezes a única pessoa que nos impede... bem... somos nós mesmos.

Mas não pensem que a vida dele foi fácil em todos os momentos. É claro que teve que enfrentar um pouco de preconceito, principalmente no time de futebol americano. Mas gente, é um musical, tudo se resolve muito rápido e o protagonista sempre leva a melhor.

Uma coisa que me atraiu muito nesse livro foi o fato de ter a participação especialíssima do fantasma de Oscar Wilde. Sou fã dos textos dele e adorei acompanhar os diálogos em que ele aparecia. Muito sábio esse fantasma.

Você pensa que é um ator, Tiny. Todos pensamos que somos atores e que recebemos o roteiro. Mas sabe qual é a verdade? Você é o escritor. Você é o compositor.

O livro é bem-humorado e bem rápido de ler. Pude ver a maior parte das cenas com bastante facilidade, adorei acompanhar a trajetória do Tiny e acabei gostando mais do que pensei que fosse gostar. Recomendo a leitura.

Talvez haja alguma coisa que vocês tenham medo de dizer, ou alguém que vocês temam amar, ou algum lugar aonde têm medo de ir. Vai doer. Vai doer porque é importante.