[Resenha - Intrínseca] O Lado Bom da Vida

Título: O Lado Bom da Vida

Autor: Matthew Quick

Tradução: Alexandre Raposo

Editora: Intrínseca

Skoob | Leia um trecho

Pat Peoples, um ex-professor na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou apenas alguns meses naquele "lugar ruim", Pat não se lembra do que o fez ir para lá. O que sabe é que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um "tempo separados". Tentando recompor o quebra-cabeça de sua memória, agora repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora. Com o pai se recusando a falar com ele, a esposa negando-se a aceitar revê-lo e os amigos evitando comentar o que aconteceu antes de sua internação, Pat, agora viciado em exercícios físicos, está determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita em finais felizes e no lado bom da vida.

Pat acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Não se lembra do que aconteceu para que fosse parar lá, e não tem a menor ideia de quanto tempo se passou desde que foi internado. Só sabe que sua esposa, Nikki, pediu que ficassem um "tempo separados". Pat fica sob a guarda dos pais e precisa ir a consultas semanais para que não tenha que voltar para o "lugar ruim". 

A mãe faz tudo por ele, mas seu pai o ignora o máximo que pode. Ele se tornou um viciado em exercícios, pois acredita que o fato de ter engordado depois do casamento foi uma das coisas que fez com que Nikki preferisse ficar longe dele. Também está praticando a máxima "é melhor ser gentil que ter razão", pois acha que sua falta de gentileza, o fato de rir às vezes de sua esposa e a questão de não se esforçar sempre para agradá-la também influenciaram na separação. Aos poucos, Pat entende que o problema é muito mais profundo que isso.

Esse livro estava na fila há alguns anos. Comprei assim que foi lançado, pois fiquei bem curiosa para conhecer a história. Até conheci o autor na Bienal do Rio de 2013 e isso fez com que minha ansiedade pela leitura aumentasse bastante, já que ele é extremamente simpático. Só agora consegui encaixar na fila-monstro de leitura.

Estou fascinada pelo Pat. Poucas vezes achei um personagem tão encantador. Ele é imperfeito, e sabe disso, mas tenta sempre ser bom. Esforça-se para vencer seu temperamento meio nervoso e se tornar uma pessoa melhor. Mesmo que isso seja causado por sua obsessão pela Nikki, é fofo. Apenas uma coisa me incomodou: o fato dele ler alguns livros, livros que sua esposa utilizava em suas aulas, e normalmente contar o final deles. Depois que ele falou do primeiro livro pulei as partes em que falava sobre os outros. Apesar de serem clássicos, são livros que quero ler e me incomodo bastante com spoilers, então preferi evitar esses trechos.

A leitura fluiu muito bem para mim, mesmo não tendo muita ação no livro. A verdade é que ele é mais reflexivo, fala muito sobre relacionamentos de todos os tipos: familiares, de amizade, amorosos... adorei ver como o Pat começou a perceber que tinha um número enorme de pessoas que desejavam o seu bem, pessoas que estavam em sua vida apenas por gostar dele, que queriam ajudá-lo a se recuperar e a seguir em frente. Foi muito legal ver o protagonista encarando aos poucos a realidade, parando de fugir dos acontecimentos e os aceitando.

Foi ótimo perceber que, apesar de não estar em um de seus melhores momentos, Pat não deixou de acreditar em finais felizes e na existência do lado bom da vida. Foi uma leitura bem gostosa, não são todos os livros que transmitem uma mensagem de esperança, às vezes sinto falta de histórias assim. Agora pretendo assistir ao filme, e logo devo contar para vocês minha opinião sobre ele.