[Resenha - Jangada] Túneis da Morte

Título: Túneis da Morte

Autor: Niel Bushnell

Tradução: Denise de C. Rocha Delela

Editora: Jangada

(Grupo Editorial Pensamento)

Skoob | Leia um trecho

Quando Jack Morrow descobre que não é um menino comum, ele é arrastado quase imediatamente numa aventura surpreendente, muito além de qualquer coisa que um dia tenha imaginado. Isso porque Jack é um viajante, alguém com a capacidade de viajar através das Necrovias, túneis multidimensionais que ligam cada lápide ao dia em que a pessoa morreu. Ao se ver na Londres devastada pela Segunda Guerra Mundial, na companhia de David, seu avô, na época ainda adolescente, Jack percebe que sua chegada a 1940 não passou despercebida. Forças malignas de um mundo secreto são convocadas a encontrá- lo. Enquanto Jack luta para sobreviver nessa aventura cheia de perigos e surpresas, ele acaba por desvendar o segredo sombrio da sua família, e se empenha, numa corrida contra o tempo, para tentar mudar o seu destino...

Tive muita dificuldade de escolher um livro do Grupo Editorial Pensamento para resenha. Fiquei super em dúvida entre Cidade da Meia-Noite, O Estranho Mistério das Quartas-Feiras e Túneis da Morte; mas meu fascínio por viagens no tempo acabou vencendo e optei pelo último. 

Confesso que fiquei com medo da história ser muito mórbida ou assustadora em excesso. Felizmente, não é. O personagem principal é Jack, um garoto de 12 anos que descobre completamente por acidente que é um Viajante. Isso quer dizer que ele pode viajar através das Necrovias, uma espécie de ligação que cada lápide tem com o dia em que a pessoa que está enterrada naquele local morreu. Jack nem sabe, mas essas viagens podem ter um preço. Qual? Bom, leiam para descobrir.

Adorei Túneis da Morte! A narrativa é ágil, os diálogos bem trabalhados. É o primeiro volume de uma série, só que não tenho a menor ideia do que acontecerá no segundo livro. O autor não deixou pontas soltas, mas é claro que as personagens não descobriram tudo o que há para descobrir.

Jack tem ainda muito a aprender sobre o mundo que conheceu por acaso. É bem legal acompanhar o crescimento do personagem, e vê-lo aprendendo a não colocar sua vontade em primeiro lugar, se seu desejo puder causar problemas. Houve algumas reviravoltas bem significativas no decorrer da história, então tenho certeza que outras virão. 

Não conseguia parar de ler, o livro é muito viciante. Passamos por várias épocas durante a leitura, mas em momento nenhum fiquei perdida ou confusa. O leitor é sempre bem situado quando uma passagem de tempo acontece.

O autor dá bastante destaque para o valor da família e dos amigos. Adorei ver relações importantes se formando, e houve até uma personagem que aprendeu uma lição valiosa apenas observando o quanto alguém pode arriscar por outra pessoa. 

O livro tem bastante ação, me senti dentro da narrativa em vários momentos; me assustei algumas vezes nos trechos que se passam durante a Segunda Guerra Mundial, em que bombas atingem a cidade. 

As personagens são bem trabalhadas, as atitudes de algumas delas realmente surpreendem. Teve um momento em que fiquei completamente de boca aberta e querendo esganar uma pessoa, para depois ter que engolir minha atitude por julgar sem saber todos os fatos. Adoro quando um autor faz isso comigo, me faz relembrar que não tenho o direito de julgar, principalmente se faço um julgamento sem conhecer tudo o que envolve um determinado comportamento.

Espero que o segundo livro não demore a ser lançado por aqui, ele saiu este ano no exterior. Apesar deste não ter um final nada desesperador, estou extremamente curiosa para saber o que o autor reservou para os outros livros.

- Mesmo livros grandiosos sempre acabam, e eles são melhores por causa disso. Você acha que uma bela história fica melhor se ela nunca terminar? Mesmo a mais nobre aventura se torna tediosa, sem sentido. A maioria dos heróis virtuosos seria corrompida pelo tempo e se tornaria homens comuns e hediondos. Não, há uma boa razão para morrermos.