[Resenha - Galera Record] Despertar

Esta resenha não possui spoilers deste livro ou dos livros anteriores da trilogia. Porém, caso não tenha lido os outros volumes, aconselho que pule a sinopse.

Resenha de Abandono | Resenha de Inferno 

Título: Despertar

Autora: Meg Cabot

Tradução: Camila Mello

Livro #3 da trilogia Abandono

Editora: Galera Record

Skoob | Leia um trecho

Terceiro e último volume da série Abandono, da autora número 1 da lista do New York Times. Pierce Oliviera, 17 anos, sabia que, ao aceitar o amor de John Hayden, seria forçada a viver para sempre no lugar que mais teme: o Mundo Inferior. No entanto, o sacrifício vale a pena, porque isso signifi­ca que ela vai poder ficar com o garoto que ama. Mas agora sua felicidade — e segurança — está ameaçada, e tudo porque as Fúrias descobriram que John quebrou uma de suas regras mais severas: ressuscitar uma alma humana. Se o equilíbrio entre vida e morte não for restaurado, tanto o Mundo Inferior quanto o lar de Pierce serão destruídos. Mas há apenas uma maneira de consertar tudo: alguém precisa morrer. 

Adivinhem quem releu os livros anteriores para finalmente ler o último volume desta trilogia? rs... Mesmo tendo uma fila gigante me aguardando por aqui, não conseguiria me lembrar de todos os detalhes dos outros volumes, então precisei fazer isso. Na verdade, a autora nos relembra de várias coisas no decorrer da narrativa, mas como eu não sabia que isso aconteceria preferi garantir que não seria necessário interromper a leitura para procurar detalhes nos outros livros. Fora que dificilmente consigo tempo para reler alguma coisa, e não existe uma desculpa melhor que o lançamento da continuação.

A trilogia Abandono foi inspirada pelo mito de Perséfone, que foi raptada por Hades e levada para o Mundo Inferior, e acabou chegando a um acordo de passar seis meses por ano lá e seis no mundo mortal. O Mundo Inferior, para quem nunca ouviu falar dele, é um lugar para onde as pessoas vão após a morte, e de onde são encaminhadas para seu destino final, de acordo com a vida que tiveram. Os protagonistas são Pierce Oliviera - uma garota de 17 anos com sérios problemas para controlar a raiva - e John Hayden - o governante do Mundo Inferior.

A eternidade é um longo tempo. Então, se eu fosse passar esse tempo com alguém, eu escolheria uma pessoa impossível - mas interessante.

Na resenha do segundo livro, eu disse que parecia que todo mundo tinha uma vida dupla que a autora ainda não tinha revelado. Ok, não é todo mundo, mas tem bastante gente que passa por isso - digamos que alguns sabendo e outros sem saber. Neste último volume, tudo (ou quase tudo) ficou claro. Só não entendi até agora como uma personagem que definitivamente não devia estar no mesmo lugar que os protagonistas ressurgiu das cinzas e apareceu por lá, mas consegui relevar.

As páginas são amarelas e a fonte tem um tamanho bom, e adoro o padrão das capas, mas acho que deveriam ter caprichado mais na revisão. Além de ter encontrado alguns erros de ortografia ou concordância, encontrei também um dos famosos errinhos de continuidade que me irritam muito - em dado momento os personagens dizem que são onze horas da noite, e seis páginas depois misteriosamente afirmam que passa pouco das oito. Mas enfim, só eu reparo nisso.

As personagens que já conhecíamos amadureceram bastante durante a narrativa. Um dos protagonistas não participou da história por uma boa parte do livro, e quando isso aconteceu a leitura se tornou mais lenta para mim, realmente senti falta da pessoa. Só que foi algo essencial para o desenvolvimento da trama, depois entendi isso e até me emocionei com uma consequência dos acontecimentos que ocorreram nesse período. A autora também nos apresentou a novas personagens que se tornaram muito queridas para mim.

Enquanto muita gente torce para uma série ganhar mais volumes, gosto de ter um final. Um final para mim, embora às vezes seja sofrido, é reconfortante. Então fiquei um pouco preocupada com o que a Meg escreveu no Posfácio, que é claro que as personagens desse livro podiam continuar a ter várias aventuras, e pode ser que um dia isso aconteça, mas por enquanto ganharão um descanso. Por mais que eu tenha gostado da trilogia, e saiba que o Mundo Inferior ganhou uma nova dinâmica do jeito que as coisas terminaram, não acho uma continuação necessária. 

Tudo terminou muito bem e não quero ver as personagens sofrendo novamente, e claro que para existir uma continuação elas precisariam sofrer... rs... Acho que já tiveram que enfrentar um número suficiente de problemas. Embora essa trilogia não tenha conseguido ficar entre as minhas favoritas, curti bastante a leitura. Adoro conhecer um pouco mais sobre mitologia através de livros de ficção que se baseiam em algum aspecto dela. Essa é a primeira série da Meg que consigo finalizar, e fiquei ainda mais animada para conhecê-la pessoalmente no evento que acontecerá no dia 20 deste mês em São Paulo. Espero ter disposição para madrugar e garantir minha senha.

Na vida cotidiana, recebemos escolhas. Fazer a coisa certa, não fazer nada, ou fazer a coisa errada. Com muita frequência, as pessoas escolhem não fazer nada. E tudo bem. É mais fácil. Às vezes, é difícil distinguir o certo do errado. Mas, de vez em quando, algumas pessoas escolhem sair das suas atividades cotidianas para fazer a coisa certa... (...) Se um número suficiente de pessoas escolher se deslocar um pouco para ajudar outra pessoa, o espírito da bondade acaba vencendo a escuridão.