[Resenha - Saída de Emergência] Mago Aprendiz

Título: Mago Aprendiz

Autor: Raymond E. Feist

Tradução: Cristina Correia

Livro #1 de A Saga do Mago

Editora: Saída de Emergência

Skoob

Na fronteira do Reino das Ilhas existe uma vila tranquila chamada Crydee. É lá que vive Pug, um órfão franzino que sonha ser um guerreiro destemido ao serviço do rei. Mas a vida dá voltas e Pug torna-se aprendiz do misterioso mago Kulgan. Nesse dia, o destino de dois mundos altera-se para sempre. Com a sua coragem, Pug conquista um lugar na corte e no coração de uma princesa, mas subitamente a paz do reino é desfeita por misteriosos inimigos que devastam cidade após cidade. É então arrastado para o conflito e, sem saber, inicia uma odisseia pelo desconhecido: terá de dominar os poderes inimagináveis de uma nova e estranha forma de magia… ou morrer. Mago Aprendiz é uma aventura sem igual, uma viagem por reinos distantes e ilhas misteriosas, onde conhecemos culturas exóticas, aprendemos a amar e descobrimos o verdadeiro valor da amizade. E, no fim, tudo será decidido na derradeira batalha entre as forças da Ordem e do Caos.

Acredito que essa sinopse vai um pouco além do primeiro livro. Nada que possa estragar a leitura de alguém, e dá para deduzir que o que não vemos neste volume vai acabar acontecendo, mas tem um pequeno detalhe aí que ainda não foi completamente revelado. E esqueçam o que foi dito sobre no fim tudo ser decidido na derradeira batalha entre as forças da Ordem e do Caos... nem elas são conhecidas por esses nomes, nem algo foi decidido quando o livro terminou. De qualquer maneira, vou ter que limitar o conhecimento de vocês dos acontecimentos à sinopse, porque me sinto incapaz de fazer um resumo.

Não estava nos meus planos ler toda a saga de uma vez, mas acredito que acabarei fazendo isso. Primeiro, porque realmente é muita informação e personagens infinitos fazem parte do enredo, e com a minha memória ruim vou acabar me esquecendo de detalhes importantes. Segundo, porque fico enlouquecida quando os autores param uma história no meio, e foi o que aconteceu. A narrativa é em terceira pessoa e atravessa vários anos. Além disso, acompanhamos núcleos diferentes em momentos diversos. É realmente muita coisa para processar e por isso tive que ler devagar.

O ritmo se alterna de acordo com os acontecimentos. Quando temos mais ação, a narrativa se torna bem ágil; em outros momentos fica mais lenta. O autor nos apresenta a muitos lugares, e amei a forma como foram descritos. Ele me fez entender algo que nunca tinha entrado na minha cabeça: o amor dos anões por aquelas montanhas com passagens infinitas dentro delas. Mesmo com todos os perigos característicos, pois nunca se sabe até que ponto já escavaram e seres das trevas sempre estão presentes, me deu vontade de conhecer aquele ambiente pela primeira vez. 

A Saga do Mago é uma obra em que encontramos seres já conhecidos, como clérigos, magos (que difícil de prever), elfos, anões, goblins. Mas também encontramos seres novos e dos quais não conseguimos saber muita coisa no primeiro livro. Seres que chegam aparentemente do nada e mostram que querem conquistar o lugar, sem nem revelar o motivo disso. Com o tempo, surge uma suspeita sobre a razão da invasão, mas ninguém tem como confirmá-la.

Adorei o protagonista, Pug, que é um garoto órfão que sonha ser um soldado, mas que acaba se tornando aprendiz do mago. É honrado, esforçado e se torna cada vez mais corajoso. Ele é um dos meus motivos mais fortes para ler logo o segundo livro, já que não temos como saber o que está acontecendo com ele. Como eu disse, são vários núcleos, e o autor parou de dar notícias do núcleo em que o garoto se encontra muito antes do fim do livro. 

Também adorei o mago que se torna seu mestre, Kulgan, e amei o fato dele ter um dragonete-de-fogo de estimação (que meio que adota o Pug quando ele chega). Um dragonete é uma espécie de dragão do tamanho aproximado de um cão de caça, que não consegue cuspir quase nada de fogo, só uma ou outra chama se estiver muito disposto. Imaginem o efeito que isso fez em uma pessoa louca por dragões... quero um pra mim! 

Gostei bastante da leitura, mas com certeza preciso de muito mais esclarecimentos. O Raymond terminou o primeiro volume com algo que me fez ficar mais confusa ainda sobre os invasores... espero conseguir entendê-los melhor depois da leitura do segundo livro, que vou começar em alguns dias.

- É sábio saber o que se almeja e ainda mais sábio saber quando se alcança. (...) - De fato. E ainda mais sensato é saber quando algo é inexequível, pois o esforço passará a ser absurdo.