segunda-feira, 28 de setembro de 2015

[Resenha - Novo Conceito] Cinco Dias

Postado por Ju às 23:30
Título: Cinco Dias
Autora: Julie Lawson Timmer
Tradução: Ana Paula Corradini
Editora: Novo Conceito

Até que ponto você estaria disposto a se sacrificar por amor? Mara Nichols é uma advogada bem-sucedida, esposa e mãe dedicada. Ela está doente. Uma doença devastadora. Ela precisa colocar um fim ao sofrimento dos últimos tempos. Scott Coffman é um professor do ensino fundamental que precisa cuidar de um garoto de oito anos enquanto a mãe do menino cumpre pena na prisão. Mara e Scott têm apenas cinco dias para dizer adeus àqueles que amam. Essa talvez seja a maior prova de amor que poderiam dar a essas pessoas.

Scott Coffman é professor numa escola em que nem sempre é fácil aguentar o que vê acontecer com seus alunos. É treinador de basquete também, e o garoto mais talentoso que ele já treinou um dia aparece em sua porta com um enorme problema para resolver: sua mãe seria presa por um ano, e ele não conhecia ninguém que se dispusesse a cuidar de seu irmão menor. Scott e a esposa acabam concordando em ser guardiões do menino por um ano e uma semana, até que a mãe pudesse recebê-lo de volta, mas ele nunca imaginou que fosse se apegar tanto àquela criança. Agora, tem só mais cinco dias com Curtis. No sexto dia ele precisará ir embora.

Mara Nichols tem a doença de Huntington. Uma doença neurológica degenerativa que já a transformou em uma pessoa bem diferente, que não tem cura e nem ao menos tratamento. Desde a primeira linha do livro, sabemos o que ela planeja: se matar e, com isso, poupar a ela mesma e principalmente às pessoas que ama de vê-la definhar. O plano? Ela tem mais cinco dias para fazer tudo o que achar necessário e se despedir da melhor maneira possível. No sexto dia - seu aniversário - comprimidos, vodca e monóxido de carbono a libertarão daquele tormento.

As vidas dos dois se cruzam de maneira um pouco indireta, que não vou contar qual é porque demora um pouco a ser revelada. Como vocês podem perceber, pelo menos no caso da Mara, nenhum final que a autora escolhesse seria um final feliz. Acho essas doenças neurológicas as mais cruéis do mundo, só me resta torcer para não ter que enfrentar uma delas - e, se por acaso tiver, para que Deus me dê forças para aguentar até o fim. Mara não se lembra exatamente de tudo o que lhe disseram quando foi diagnosticada, há quatro anos, mas qualquer coisa sobre sua doença é completamente aterrorizante. 

Movimentos involuntários no rosto, no corpo e nos membros. (...) Alterações no humor e mudanças de personalidade. (...) Esquecimento. (...) Totalmente dependente dos outros nos estágios mais avançados. Cadeira de rodas. Casa de repouso. Tubo de alimentação. Consciência limitada do ambiente à sua volta. Inabilidade de falar. Pode não reconhecer membros da família. Expectativa de dez a quinze anos de vida após o início dos sintomas. Nenhum tratamento eficaz para a progressão lenta da morte de neurônios. Fatal. Sem cura.

Deu para entender agora que é algo realmente terrível e mega difícil de encarar? A história se passa em poucos dias, mas mesmo assim vemos a Mara passar por coisas cada vez mais complicadas e dolorosas. Era uma advogada de sucesso antes da doença surgir em sua vida, e é extremamente complicado para ela aceitar que sua independência está a ponto de se tornar algo inexistente. Não quer ser um peso, não suporta que tenham pena dela. Mas ao mesmo tempo começa a refletir muito sobre a decisão que na verdade tomou desde o diagnóstico, e que estava apenas esperando um sinal para colocar em prática. Será que é justo decidir pelas outras pessoas que é melhor não tê-la nas vidas delas que tê-la daquele jeito?

O problema do Scott dói muito nele também.  Só que achei o caso da Mara tão pior que nem consegui me solidarizar muito. Tudo bem, ele realmente se apegou ao garoto como se fosse seu próprio filho. Mas a escola dele é do lado da que ele dá aulas, e dali a alguns anos ele seria inclusive seu aluno. Sei que não dá para julgar o tamanho do problema de alguém, mas pesando separação definitiva x separação temporária, a separação definitiva pesou bem mais para mim. Só que essa parte do enredo passa por algumas reviravoltas que a tornam mais interessante e angustiante, e acabei me vendo tão envolvida quanto com a outra parte.

Demorei bastante a terminar Cinco Dias, não porque tenha achado algo ruim no livro, já que acabei me apaixonando pelas histórias dos dois protagonistas; mas sim porque não tinha coragem de chegar ao fim. O livro é dividido em seis partes, cada uma delas representando um dia. A narração é em terceira pessoa e o nome do protagonista que será o foco de cada capítulo está sempre presente no início dele. Eu ficava cada vez mais ansiosa querendo descobrir o que aconteceria, mas com muito medo do que precisaria enfrentar. Chorei muito em alguns trechos. Foi uma leitura que me fez refletir bastante e que com certeza me marcou. Não acho que vá agradar a todos, mas se for seu tipo de livro, leia logo.

15 comentários:

  1. Confesso que quando li a sinopse desse livro fiquei bem desanimada e por isso não o solicitei. Achei a capa um tanto quanto pobre também e tudo isso acabou me influencia contra ele. Sua resenha é a primeira que leio e bateu aquele arrependimento forte por não ter solicitado. A história parece ser incrivel, apesar de ja me ver mal com o final que deve ter sido extremamente triste.
    Beijos
    SIL | Estilhaçando Livros


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  2. Oiee!!
    Por coincidência essa é minha leitura do momento, já estou finalizando nas ultimas 100 paginas e realmente é bem intendo e o drama meche com o leitor!!
    Com certeza me solidarizo com Mara, confesso que espero que ela não se mate e aproveite um pouco mais de sua família é tão triste vê-la nesse impasse, essa doença é realmente terrível!!
    Já com Scott queria mesmo é que Curtos acabasse de vez com ele, afinal o garoto merece uma família decente!!
    Beijão

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  3. Quando vi esse lançamento da NC, tenho que admitir que não me chamou atenção de cara e por isso mesmo nem o solicitei para resenha.
    Mas lendo sua resenha, acredito que possa ser um livro que me agrade. Deve ser realmente difícil e emocionante não só ver a história de Mara, mas também a história de Scott. Não consigo me imaginar em nenhuma das situações e nem quero. Imagino que se eu lesse também iria derramar algumas lágrimas porque choro a toa.
    Adorei ler a resenha e saber mais sobre um livro que passou de certa forma despercebido por mim e que parece ser interessante.

    Abraços,
    Andresa
    http://leiturasefofuras.blogspot.com/

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  4. Oii Ju!

    Já li algumas resenhas para essa obra e achei interessante o enredo. Assim como você, eu compadeceria mais da história dela.
    Fiquei bem mais interessada depois que você falou que demorou mais pq não queria que acabasse. Sempre gosto quando um livro desperta esse sentimento em nós!

    Ótima resenha como sempre!


    Beijinhos,
    www.entrechocolatesemusicas.com

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  5. Oi Ju! Ao ler a sinopse, confesso que não me interessei. Mas, certa vez me disseram que nem sempre a sinopse consegue retratar a essência do livro. E acho que é esse o caso, comecei a ler sua resenha e me interessei bastante na história, com toda certeza leria esse livro, gosto de enredos assim, parabéns pela resenha.beijos!

    http://livrosepergaminhos.blogspot.com.br/

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  6. Olá, tudo bem? Esse realmente parece ser um daqueles livros que a gente tem que ler com uma caixinha de lenços ao lado, muito emocionante! Concordo que é difícil mensurar o sofrimento alheio e falar qual das histórias parte mais o nosso coração, mas também acho que a da Mara deve ser a mais difícil. Meu coração apertou só em ler o trechinho que você colocou na resenha.
    Beijos

    Mari
    cantinhodeleituradamari.blogspot.com.br

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  7. Olá!
    Eu ainda não tinha conhecimento desta obra.
    Gostei da premissa.
    Parece ser envolvente e trazer uma grande lição.
    Gosto de livros assim.
    Espero ler logo!

    Beijinhoss...
    http://estantedalullys.blogspot.com.br/

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  8. Com certeza livros assim estou evitando no momento, além do mais como você falou essas doenças degenerativas nos fazem refletir sobre a dor do outro (o que é bom) e geralmente fico angustiada com situações assim. Mas de uma forma geral foi ótimo saber sua opinião sobre a leitura.

    P.s. Realmente não dá para comparar as dores e perdas de cada um, só podemos torcer para que cada um consiga suportar e superar da melhor forma possível as provações que precisa passar na vida.

    Leituras, vida e paixões!!!

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  9. Olá, tudo bem?

    opa, alguém disse Vodka? Amo/sou HAHAHAHA. Não curti muito a premissa do livro, pois parece ser aquele tipo que trabalha bem esse lance de família, afeto e relações interpessoais, e sou um cara mais dragões, magia e músicas de bardo HAHAHA. A capa é bonita por ser simples, mas não é uma história que eu gastaria dinheiro com, então acho que fica para a próxima.


    Abraços,
    Matheus Braga
    Vida de Leitor - http://vidadeleitor.blogspot.com.br/

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  10. Oi Ju...
    Essa temática eu não curto ler... mas adorei a sua resenha... você falou com tanto sentimento, que eu me emocionei aqui... não sei se é porque estou sensível rs... eu sempre acho que as doenças neurológicas são as piores, porque nossa, tudo depende praticamente do cérebro e sem ele funcionando bem, quem somos??? Não sei simplesmente não consigo me prender em livros assim, acho que sei lá é mais perto do real e eu sou muito dramática e emotiva demais.. seria livros que eu choraria do inicio ao fim, então prefiro não ler... Xero!!!!

    http://minhasescriturasdih.blogspot.com.br/

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  11. Oi Juh tudo bem, que trama mais triste, a história do dois realmente é comovente, mas como vc disse a situação de Mara é mais densa e tende que tenhamos mais empatia por ela. Não desmerecendo Scott que tbm por se apegar ao menino vai sofre tanto quanto. Fiquei super curiosa com essa premissa vou incluir na minha lista.
    Bjkas
    Livros,a Janela da Imaginação

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  12. Ola Ju lendo sua resenha já me faz refletir nas decisões desses dois protagonistas e como são difíceis hein, essas doenças são terríveis e tristes de se ver. Assim como você acredito que vou me emocionar muito e ainda mais tendo uma criança no enredo já viro manteiga. Vou ler em casa para não chorar rios no metrô. beijos

    Joyce
    www.livrosencantos.com

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  13. Oi Juju, sua linda, tudo bem
    Adorei sua resenha!!!!! Seu texto está tão intenso que eu me vi no lugar deles, tendo cinco dias apenas.... Sabe Juju, as vezes, alguém é tudo o que a pessoa precisa para dar sentido a sua vida, e abrir mão dela, é abrir mão de um pedaço de você. Existem muitas doenças cruéis, acho que todas o são no final. Mas concordo, as degenerativas são as que mais me assustam. Já estou com a leitura na cabeça, agora não tem volta, tenho certeza de que irei me emocionar. beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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  14. Oi, tudo bem?
    Não conhecia o livro, mas é um que eu não leria no momento. Me pareceu muito triste, e não estou com pique para isso.
    Sobre os problemas dos protagonistas, acho natural simpatizarmos com os problemas q consideremos maiores ou piores, acho uma reação humana, embora não muito justa, já que ninguém sabe o que o outro sente ou é afetado
    Beijos
    http://meumundinhoficticio.blogspot.com.br/

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  15. Quando vi a capa e a sinopse me desanimei bastante, mas lendo sua resenha o livro parenta ser muito bom, acabei até ficando curiosa para ler.
    Adorei a resenha!
    Bjos

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