[Resenha - Galera Record] Reboot

Título: Reboot

Autora: Amy Tintera

Tradução: Fabiana Colasanti

Editora: Galera Record

Skoob | Leia um trecho

Quando grande parte da população do Texas foi dizimada por um vírus, os seres humanos começaram a retornar da morte. Os Reboots eram mais fortes, mais rápidos e quase invencíveis. Quanto mais tempo uma pessoa permanecia morta, menos traços de humanidade ela apresentava ao retornar como um Reboot. E esse foi o destino de Wren Connolly, agora conhecida como 178, a Reboot mais implacável da CRAH (Corporação de Repovoamento e Avanço Humano). Como a mais forte, sua principal função é capturar Reboots e humanos rebeldes que representam ameaças à população, além do treinamento de novos Reboots. Quando a nova leva de novatos chega à CRAH, um simples 22 chama a atenção de Wren. E a convivência com ele faz com que 178 comece a questionar a própria vida e o rigoroso método da corporação à qual tanto se dedicou. Quando a Reboot mais implacável começa a questionar suas convicções, a realidade dos reinicializados começa a mudar.

Não acompanho lançamentos de livros antes que cheguem ao Brasil, já que não leio em inglês. Mas um pouco antes da Galera publicar Reboot comecei a encontrar elogios a seu respeito pela blogosfera. Quando o vi na lista dos lançamentos, já sabia que ia querer conhecer a história, e não me dei nem ao trabalho de ler a sinopse. Tudo o que eu sabia era o que está na capa. Então tudo foi uma grande surpresa para mim. E uma surpresa excelente, por sinal!

Um vírus dizimou grande parte da população. Mas, de repente, começou a acontecer algo diferente com quem o contraía e sobrevivia, ou até mesmo com quem morria por causa dele. Ao morrer, independente do motivo, a pessoa reinicializava. Após um curto período de tempo, deixava de ser humana para se tornar um reboot, e acordava um tanto quanto diferente. Mais forte, mais veloz, com alterações em sua aparência - principalmente na cor dos olhos - e, a diferença essencial: quanto mais tempo permanecesse morta, menos sentimentos humanos a acompanhariam neste renascimento. 

Devido a isso, a maior parte dos seres humanos tem muito medo dos reboots, e esse medo é constantemente alimentado devido ao que eles são obrigados a fazer. Reboots são propriedade do Governo, e são utilizados para capturar e matar humanos que representam ameaças à população. Vivem como prisioneiros, com seus horários rigidamente controlados e sem direito a praticamente nenhuma privacidade. 

Wren 178 é a recordista em tempo de morte em sua base. Levou 178 minutos para reinicializar, e isso fez com que se tornasse a reboot mais insensível e poderosa do local. Vive na base há 5 anos e é temida por quase todos, até que algo a intriga: um novo reboot, Callum 22, não vê problema algum em lhe seguir e lhe fazer perguntas, e faz com que ela comece a se questionar sobre algumas coisas. Por exemplo: será que os reboots que ela treina têm o melhor índice de sobrevivência apenas por terem um número mais alto, ou será que o treinamento que ela fornece seria capaz de garantir a sobrevivência de um reboot fraco como um 22? Wren não vai conseguir sossegar enquanto não tiver sua resposta.

As personagens foram muito bem construídas, os conflitos delas doíam em mim; queria abraçar, xingar ou sacudir algumas delas. O livro é ágil, e junto com as personagens descobrimos que nem sempre as informações recebidas correspondem à realidade. Wren percebe que pode fazer a diferença, que sempre existe uma escolha. Nota que se acomodou e que aceitou tudo o que lhe foi imposto sem nenhum questionamento. Mas percebe, também, que nunca é tarde para mudar suas atitudes.

Este livro comprova porque séries são necessárias. A autora criou um mundo diferente que nos é apresentado pouco a pouco. À medida que a história se desenvolve, conhecemos novos fatos e novas personagens que enriquecem o enredo. A narrativa tem um ritmo alucinante e, como sempre tem algo importante acontecendo, é bem difícil interromper a leitura. Nem por isso a autora foi cruel - não é que o livro tenha uma história fechada, mas ele termina em um momento que torna a espera pelo segundo volume bem suportável.

Se existe algum problema de revisão, fui tão fisgada pelos acontecimentos que não consegui perceber. A diagramação é bem simples, as folhas amarelas, e a letra de um tamanho confortável para a leitura. Minhas expectativas eram bem altas, mas felizmente foram superadas.