[Resenha - Galera Record] O Bosque Subterrâneo

Esta resenha não possui spoilers deste livro ou do primeiro livro da série. Caso não tenha lido o livro anterior, aconselho que pule a sinopse.

Resenha de O Bosque Selvagem.

Título: O Bosque Subterrâneo

Autor: Colin Meloy

Tradução: Rodrigo Abreu

Ilustrações: Carson Ellis

Livro #2 da trilogia As crônicas do Bosque Selvagem

Editora: Galera Record

(Selo Galera Junior)

Número de páginas: 440

Skoob

Desde que Prue McKeel voltou da Floresta Impassável, depois de resgatar o irmão das garras da perversa Governatriz Viúva, a vida tem sido muito sem graça. A escola não é mais interessante, e a professora de Ciências, Darla Thennis, vive pegando no seu pé por causa de notas ou por ela estar desatenta em sala de aula. Tudo porque Prue não consegue parar de pensar no verde infinito e nas altas árvores do Bosque Selvagem - onde seu amigo, Curtis, continua vivendo; e agora ele é um bandido em treinamento! Mas, naquele mundo, as coisas também andam esquisitas. Um inverno rígido assola o Bosque, e um clima de discórdia se instaura quando um tal Golpe da Bicicleta surge no Bosque do Sul, exatamente onde Prue e Curtis ajudaram a fomentar a revolução. Raposas assassinas munidas de motivos misteriosos conspiram para se vingar de um cliente desconhecido, enquanto um Titã da Indústria, obcecado por explorar a Floresta Impassável, emprega crianças do orfanato em sua fábrica de máquinas.

No livro anterior, conhecemos Prue McKeel, uma garota de 12 anos que descobre que um lugar na fronteira de sua cidade que sempre foi considerado impenetrável, e por isso mesmo havia recebido o nome de Floresta Impassável, na verdade esconde um bosque imenso, dividido em várias regiões, cada uma abrigando um povo com suas peculiaridades.

Prue pensou que havia deixado aquele lugar para trás, mas aparentemente alguém não quer que ela volte tranquilamente para sua família e sua antiga rotina. Quando a vida de Prue sofre uma grave ameaça, só resta à menina aceitar a ajuda de seus amigos do bosque e retornar a ele para se esconder. Mal sabia ela que uma enorme missão a aguardava. E isso é tudo o que posso dizer sem soltar absolutamente nenhum spoiler deste livro ou do livro anterior da série.

Quando li O Bosque Selvagem, me encantei com o mundo criado pelo autor. Coloque animais falantes num enredo e você tem a minha atenção, rs, junte a isso alguma espécie de magia e pronto, me ganhou. Esse volume me proporcionou bons momentos, mas não chegou a ser tão incrível quanto o anterior.

A leitura não fluiu tão bem e se tornou mais lenta, e claro que houve alguns motivos para isso. Primeiro, um novo núcleo surgiu no enredo. Um orfanato que é tudo menos um lugar em que órfãos podem ficar em segurança e ter esperança de encontrar uma nova família. Ele nos apresenta a um personagem completamente obstinado pela floresta que está bem a seu lado, que está disposto a qualquer coisa para colocar as mãos nela e em todos os recursos que com certeza ofereceria. Definitivamente não se trata de uma pessoa agradável.

Segundo, enquanto esse novo núcleo surgiu, outros foram deixados de lado. Senti bastante falta de alguns personagens que foram importantes no livro anterior, gostaria de ter tido ao menos algum vislumbre do que havia acontecido com eles. Mas claro que deve existir um motivo para não terem sido citados, talvez a presença deles entregasse a resolução de algum mistério que o autor escolheu manter até o terceiro e último livro.

Ao contrário do primeiro volume, este não tem um final bem fechado, é repleto de pontas soltas. Enquanto o outro poderia até ser considerado um livro único, esse não nos dá basicamente nenhuma explicação. Prue recebe uma missão, mas não sabemos porque, nem o motivo de aquilo precisar ser feito naquele momento. As motivações dos vilões também não são explicadas, sabemos o que eles pretendem fazer, mas não com qual objetivo. Aliás, não sabemos nem mesmo quem exatamente são os vilões. Sabem aquela coisa de mandar os outros fazerem seu trabalho sujo? Então, imagino que o maior vilão seja uma pessoa bem poderosa que ainda não deu as caras.

Como no outro volume, neste podem ser encontradas ilustrações em preto e branco de vários tamanhos que retratam momentos do enredo. E, no final, também somos presenteados com algumas ilustrações coloridas, em um papel especial. O livro tem alguns problemas de revisão, identifiquei certos trechos em que faltaram palavras nas frases, mas como foram pouquíssimos isso não chegou a me atrapalhar.

Agora vou ter que segurar a ansiedade para conhecer o desfecho dessa história que felizmente já foi publicado há alguns anos no exterior, então só preciso esperar que saia por aqui. Torço para que isso não demore a acontecer, já que o enredo foi simplesmente interrompido no meio e tenho que saber como tudo vai terminar.