[Resenha - Galera Record] Novembro, 9

Título: Novembro, 9
Autora: Colleen Hoover
Tradução: Ryta Vinagre
Editora: Galera Record
Número de páginas: 352
Skoob

Fallon conhece Ben, um aspirante a escritor, bem no dia da sua mudança de Los Angeles para Nova York. A química instantânea entre os dois faz com que passem o dia inteiro juntos – a vida atribulada de Fallon se torna uma grande inspiração para o romance que Ben pretende escrever. A mudança de Fallon é inevitável, mas eles prometem se encontrar todo ano, sempre no mesmo dia. Até que Fallon começa a suspeitar que o conto de fadas do qual faz parte pode ser uma fabricação de Ben em nome do enredo perfeito. Será que o relacionamento de Ben com Fallon, e o livro que nasce dele, pode ser considerado uma história de amor mesmo se terminar em corações partidos?

9 de novembro. Um dia que marcou a vida de Fallon para sempre, e de um jeito nada legal. Há dois anos, aos 16, ela era a estrela adolescente de uma série de TV. Mas tudo mudou depois que foi vítima de um incêndio que começou enquanto dormia na casa do pai e que deixou cicatrizes no lado esquerdo de seu corpo, desde o rosto até a cintura. Agora, aos 18, quer se mudar de Los Angeles para Nova York e tentar uma carreira no teatro - onde acredita que sua aparência será um empecilho menor.

Às vezes o conforto pode ser um suporte quando se trata de resolver sua vida. Os objetivos são alcançados com desconforto e trabalho árduo. Não são alcançados quando você se esconde em um lugar onde se sente à vontade e confortável.

Seu pai não concorda que seja uma boa ideia. Primeiro, por acreditar que ela não tem mais chances como atriz por não ser perfeita, segundo, por achar que é um retrocesso alguém que já teve tanto sucesso se submeter a um trabalho de menor importância. Na verdade, o que ele quer é que a garota desista dessa carreira e aceite que o melhor é escolher algo diferente para fazer. Mas Fallon não tem nenhuma vontade de abrir mão da profissão que tanto ama.

Nós não escolhemos nossos pais e os pais não escolhem os filhos. Mas escolhemos, sim, o quanto estamos dispostos a nos esforçar para fazer o melhor com o que temos.

Ela decide dar a notícia de sua mudança ao pai em um restaurante, mas o que ela não esperava de jeito nenhum era que um rapaz ouvisse sua conversa e decidisse entrar no meio dela. Um rapaz que, aliás, tinha chamado muito a sua atenção. Um maluco que decide fingir que é seu namorado para defendê-la dos ataques do pai. Alguém que ela gosta tanto de conhecer que acaba fazendo um acordo com ele: eles se encontrarão uma vez por ano, até os 23 anos, naquela mesma data, mesma hora e mesmo local.

Esse rapaz, a propósito, é Ben. Ele me ganhou já na primeira cena em que surgiu na história. Depois me perdeu, para me ganhar de novo no final, mas enfim, o fato de ele errar e tentar agir melhor depois só o torna mais adorável. Sim, eu quis socá-lo, mas a vontade passou. Desde o início sabemos que ele guarda um segredo, mas nem por um momento passou pela minha cabeça qual seria. Ultimamente poucos livros têm conseguido me surpreender, mas esse me deixou de boca aberta e partiu meu coração em mil pedacinhos.

Fallon é uma personagem que perdeu toda a sua autoconfiança, e adorei vê-la recuperá-la e descobrir o que realmente queria da sua vida. Ela com certeza cresce bastante no decorrer da história, e o mais legal é que vence a amargura que tenta tomar conta do seu coração. O livro mostra que o perdão realmente liberta. 

- Uma das coisas que sempre tento lembrar a mim mesma é que todo mundo tem cicatrizes - diz ela. - Muita gente tem umas ainda piores que as minhas. A única diferença é que as minhas são visíveis e a da maioria das pessoas, não.

A narração é em primeira pessoa e dividida entre os dois protagonistas, sendo que o nome de quem está narrando aparece no início de cada capítulo. O livro tem seis partes, do primeiro ao sexto dia 9 de novembro. Eu ficava super ansiosa para descobrir o que teria mudado nas vidas de Ben e Fallon a cada ano que ficavam sem se ver - e o detalhe é que eles não tinham nem ao menos o telefone ou e-mail um do outro, além de terem se bloqueado mutuamente em todas as redes sociais. Além disso, Ben é escritor e eles combinam desde o início que ele escreverá um livro sobre eles e seus encontros, e no final vemos parte dessa obra pronta, o que dá todo um novo rumo à história.

Este foi o décimo livro que li da Colleen e, mais uma vez me deparei com um livro lindo de destroçar o coração. Aliás, temos a participação especial de personagens de outro livro da autora no enredo, o que achei muito legal, apesar de serem personagens do único livro dela que não curti muito. Que venham muitos mais obras dela por aí!