[Resenha - Galera Record] Talvez um dia

Título: Talvez um dia

Autora: Colleen Hoover

Tradução: Natalie Gerhardt

Editora: Galera Record

Número de páginas: 368

Skoob | Leia um trecho

Sydney acabou de completar 22 anos e já fez algo inédito em sua vida: socou a cara da ex- melhor amiga. Até hoje, ela não podia reclamar da vida. Um namorado atencioso, uma melhor amiga com quem dividia o apartamento... Tudo bem, até Sydney descobrir que as duas pessoas em quem mais confiava se pegavam quando ela não estava por perto. Até que foi um soco merecido. Sydney encontra abrigo na casa de Ridge. Um músico cujo talento ela vinha admirando há um tempo. Juntos, os dois descobrem um entrosamento fora do comum para compor e uma atração que só cresce com o tempo. O problema é que Ridge tem uma namorada, e a última coisa que Sydney precisa agora é se transformar numa traidora.

Sidney começou seus 22 anos de uma maneira nada agradável: descobrindo a traição de duas das pessoas em quem mais confiava: a melhor amiga e o namorado. E o pior é que ela morava com a tal melhor amiga, então se vê destruída emocionalmente e sem ter aonde ir no meio da noite.

A ajuda vem de um lugar inesperado: de um vizinho que ela sempre observava tocar violão na varanda do apartamento dele, separada por um pátio da varanda de seu quarto. Alguém que a garota já admirava devido ao imenso talento que demonstrava, que inclusive a inspirou a compor letras para as músicas que tocava. 

Poderia ser o cara dos sonhos de Sidney, a não ser por um detalhe: o fato de ter uma namorada que além de linda é super simpática e gentil. E que realmente parece ter sido feita para ele. Fora que o que a protagonista menos deseja no mundo é fazer com alguém o que fizeram com ela - ou seja, se envolver com um rapaz comprometido está fora de cogitação. Mas não é simples assim mandar no coração, não é mesmo?

A maior parte do tempo amei a Sidney, e também amei o Ridge. Mas houve um momento, quase no meio do livro, em que eu quis matar o Ridge de verdade. Só que acabei mudando de ideia, já que fui obrigada a reconhecer que a situação que ele precisava enfrentar era muito mais complicada do que eu havia imaginado a princípio. 

Não se trata de um simples triângulo amoroso, de escolher uma das duas garotas e seguir em frente. Claro que, antes de entender isso, a situação de um cara com uma namorada de vários anos se apaixonando por outra garota que acabou indo morar no apartamento que ele já dividia com mais duas pessoas (devido a um convite dele) me incomodou bastante. Porém, felizmente os envolvidos ficaram tão incomodados quanto eu (ou até mais), e isso fez com que eu conseguisse continuar interessada na história deles.

Arte é apenas um meio de expressão. Uma expressão não é o mesmo que um ato, por mais que às vezes pareça ser. Compor não é o mesmo que informar diretamente a alguém sobre os seus sentimentos. Ou é? Com o olhar fixo no papel, continuo escrevendo as palavras que realmente não queria sentir.

O que eu achei mais lindo foi que, como Sidney e Ridge são compositores, conversam muito através das letras que escrevem. Às vezes o texto deles era tão sensível que eu ficava com os olhos cheios d'água. Algumas vezes o livro realmente me fez chorar. 

Mais uma vez a Colleen me surpreendeu bastante. O livro é bem rápido de ler mesmo com a carga dramática que possui. Todos os personagens foram bem trabalhados, e são pessoas que erram sim, mas reconhecem seus erros. Com isso, amadurecem e seguem suas vidas da melhor maneira que conseguem. Uma leitura que recomendo com certeza, mesmo que não possa contar o aspecto mais interessante do livro para não estragar a surpresa de vocês.