[Resenha - Novo Século] O toque da Vampira

Título: O toque da Vampira

Autora: Christine Woodward

(pseudônimo de Nina de Gramont)

Tradução: Caco Ishak

Editora: Novo Século (Selo Marvel)

Skoob

Anna Marie é uma garota estranha. Ela se veste... de maneira diferente: coberta dos pés à cabeça, sendo seu rosto a única pele à mostra. Mas ela não tem escolha. Sua pele, seu toque, é uma arma mortal que deve ser escondida. Um acidente leva Anna Marie a fugir para o Mississippi. Lá ela conhece James, e tudo muda. Ele é simplesmente igual a ela: solitário, e também em fuga. Para escapar da misteriosa e perigosa família de James, a dupla põe o pé na estrada e, à medida que atravessam o país, passam a compartilhar seus passados repletos de segredos.

Primeira coisa que preciso dizer: não sou nada especialista na história da Vampira. Em todas as resenhas do selo Marvel vou precisar fazer essa ressalva, não sou especialista em nenhuma das personagens deles. Então não sei se essa história foi completamente inventada para o livro ou se tem algo a ver com a história original. 

A Vampira sempre foi uma personagem que me comoveu. Acho muito triste o poder que ela carrega, que a impede de tocar e ser tocada. Não consigo imaginar como é viver desse jeito. Como é ser capaz de matar alguém só encostando na pessoa, e ainda ter que viver com todas as memórias e habilidades da pessoa que morreu. Deve ser enlouquecedor, principalmente se ao descobrir esse poder você coloca em risco a vida de uma das pessoas mais especiais para você. 

É isso o que acontece com Anna Marie no livro. Ao beijar seu melhor amigo da vida toda, por quem estava apaixonada, ela o faz entrar em coma. E, assim, decide abandonar sua vida atual e sumir no mundo, ir para um lugar onde ninguém a conheça e em que ela não corra o risco de machucar mais ninguém que a ame.

O que leva uma pessoa a sobreviver quando ela não tem mais nada pelo que viver?

A narrativa me prendeu o tempo todo, apesar de no início ter achado os acontecimentos meio absurdos. Não posso falar de um dos temas mais presentes no livro para não estragar a leitura de ninguém, mas gostei muito da forma como o enredo foi trabalhado, e acabei acreditando nos fatos. A Vampira é fascinante, e gostei muito do outro protagonista dessa história também, James. Os dois, em algum momento, tentam fugir de si mesmos. Mas, juntos, acabam percebendo que não há dificuldade que não possam vencer tendo ao seu lado a bondade e o amor.

O tipo de felicidade que a gente sente ao amar alguém que nos ama de volta simplesmente não nos abandona, independente das circunstâncias..

Esse livro não segue o padrão dos outros livros do selo. Foi o primeiro a ser lançado, e imagino que tenham tomado a decisão sobre a diagramação diferenciada depois. A leitura dele é bem confortável, mas a parte gráfica é bem básica, sem nenhum detalhe especial. Vocês podem conferir aqui, lendo um trecho do livro. 

Foi uma leitura bem diferente do que eu esperava, não tem nada de X-Men na história, acompanhamos apenas a jornada da Vampira em busca do que é certo e de sua felicidade. Mas, mesmo sendo um livro diferente do que imaginei, gostei bastante dele.