[Resenha - Novo Conceito] Uma chance para recomeçar

Título: Uma chance para recomeçar

Autora: Lisa Kleypas

Tradução: Bárbara Menezes

Editora: Novo Conceito

Skoob

Victoria morreu em um trágico acidente, deixando sua filha Holly sob a responsabilidade do seu irmão, o solteiro convicto Mark. O tio Mark não se sentia muito preparado para cuidar da menina, mas assumiu o compromisso de devolver o sorriso aos seus lábios. No entanto, ele desconfia de que não esteja fazendo um bom trabalho, uma vez que Holly nunca mais falou desde que ficou órfã. Uma cartinha para o Papai Noel revela um desejo que pode ser a chave da felicidade de Holly: ela só quer ter uma mãe. Maggie perdeu o marido em uma batalha contra o câncer e não quer jamais - passar por tudo isso de novo. Por isso, ela fechou seu coração e prometeu a si mesma dedicar-se somente a sua nova loja de brinquedos em Friday Harbor, que permite às crianças viajar um pouco nas asas da imaginação. A amizade entre Maggie e Holly (que até passou a acreditar em fadas!) ao mesmo tempo comove e preocupa o tio Mark. Ele tem certeza de que a nova amiga fará bem a sua sobrinha, mas precisa decidir se a deixará entrar em sua própria vida... Nós também torcemos, do fundo do coração, para que Holly tenha uma linda noite de Natal.

Mais uma leitura natalina! Uma chance para recomeçar tem basicamente três protagonistas: Holly, uma garotinha que acabou de perder a mãe, alguém que no início achei que não fosse aparecer tanto e fiquei bem decepcionada por isso, mas que depois passou a participar mais ativamente do enredo; Maggie, a dona da loja de brinquedos da cidade, uma viúva que perdeu seu marido para o câncer e decidiu tentar um recomeço - pelo menos profissional - de forma divertida; e Mark, o tio de Holly, que se torna seu tutor legal após a morte da irmã dele, Victoria. 

Escrevo isso esperando que você nunca tenha de ler, mas, se estiver lendo... cuide da minha filha, Mark. (...) Comece amando Holly. O resto virá por si.

Mark sabe que não pode decepcionar a irmã. Recruta Sam, outro de seus irmãos, para dividir a tarefa com ele, pois não se sente capaz de criar uma criança sozinho. E é de uma forma surpreendente que Mark percebe que o amor surgiu naturalmente, e presta atenção pela primeira vez a esse sentimento, um sentimento que ele nunca considerou tão importante assim. Nunca pensou, por exemplo, que precisasse estar apaixonado para se casar... imaginava que uma sensação de tranquilidade ao lado de alguém já bastaria para definir seu destino, mas começa a repensar suas convicções.

Algo acontecia com eles, descobriram, quando ganhavam o amor e a confiança incondicionais de uma criança. Eles queriam merecê-los.

A vida das três personagens principais se entrelaça desde o início, e a história teria sido extremamente fofa se a autora não insistisse em um triângulo. Não gosto nem um pouco disso, e tenho mais pânico ainda quando uma traição é colocada no meio do enredo. Sei que muita gente gosta desse recurso, mas eu realmente odeio. Achei desnecessário colocar tanto conflito em um livro tão curto, de apenas 174 páginas.

Em geral, é nos momentos simples que coisas significativas são reveladas.

Apesar dos problemas que cada personagem enfrenta, é um livro bem leve. Não esperava por cenas de sexo, mas existe uma - não achei essencial para o enredo, mas não me incomodou. Uma parte do livro me encantou, a parte que mostra que a fantasia é saudável na vida de uma criança, que não é por acreditar em fadas ou no Papai Noel que alguém terá problemas em distinguir o que é real e o que é imaginário.

Foi uma leitura que não consegui amar, mas que não me arrependi de fazer, já que me deparei com lindas mensagens. Confesso que não imaginei nem por um momento que a autora fosse conseguir dar um desfecho redondo para a história, mas ela me surpreendeu quanto a isso, o final foi perfeito e emocionante. 

O amor não é uma escolha. A única escolha é o que você vai fazer com ele.