[Resenha - Galera Record] Trono de Vidro

Título: Trono de Vidro

Autora: Sarah J. Mass

Tradução: Bruno Galiza, Elton Mesquita, Mariana Kohnert, Rodrigo Santos

Editora: Galera Record

Skoob

Nas sombrias e sujas minas de sal de Endovier, um jovem de 18 anos está cumprindo sua sentença. Celaena é uma assassina, e a melhor de Adarlan. Aprisionada e fraca, ela está quase perdendo as esperanças quando recebe uma proposta. Terá de volta sua liberdade se representar o príncipe de Adarlan em uma competição, lutando contra os mais habilidosos assassinos e larápios do reino. Endovier é uma sentença de morte, e cada duelo em Adarlan será para viver ou morrer. Mas se o preço é ser livre, ela está disposta a tudo.

Esse livro me surpreendeu demais. Li só pela capa e pelo título, sem ter a menor ideia do que se tratava. Não me arrependi nem um pouco.

Celaena é uma assassina. Foi treinada para isso desde os oito anos, quando perdeu os pais de uma forma mais que trágica e traumatizante. Não dá para dizer que tenha feito uma escolha - a pessoa que a criou simplesmente a moldou para ser uma arma. Aos 17 anos, foi capturada e enviada para as minas de Endovier, onde passou seu último ano. Na verdade, ninguém esperava que ela sobrevivesse ao local, onde acontecem torturas constantes e os prisioneiros não são sequer tratados como seres humanos (nem como nenhum outro ser vivo). As pessoas mandadas para lá são consideradas descartáveis, ninguém se preocupa se estarão vivas no dia seguinte. O "suprimento" de escravos do rei é praticamente ilimitado. 

Ele é daqueles que pretendem conquistar o mundo, e já se tornou senhor de vários reinos vizinhos. Claro que, com suas atitudes, a cada dia o número de seus inimigos aumenta. E é para cuidar disso que o rei decide organizar um torneio, em que escolherá seu campeão. Esse campeão lidará com os problemas extraoficialmente, ou seja, fará todo o trabalho sujo que o rei precisar que seja feito. E seu filho, o príncipe herdeiro Dorian, escolhe Celaena para representá-lo no torneio.

Celaena é uma das personagens mais cativantes que já conheci. Nunca imaginaria uma assassina como ela, com tanta sensibilidade, empatia e generosidade. A garota tem pânico de ser a ganhadora e ter que servir ao rei (que é um tirano e emana maldade), mas sabe que essa é sua única chance de ser livre de verdade pela primeira vez em muito tempo. Apesar de não gostar nada do destino que precisará encarar se vencer o torneio, sua servidão terá um prazo limitado - quatro anos. O acordo é que, depois disso, seu nome estará limpo e ela poderá fazer o que quiser. E terá dinheiro para isso, já que o campeão receberá um excelente salário.

Temos personagens repugnantes e personagens verdadeiramente encantadoras e honradas; algumas personagens secundárias acabam ganhando espaço durante o desenvolvimento da narrativa e sendo muito importantes para o desenrolar dos acontecimentos.

Existe um triângulo amoroso. Mas não é um daqueles triângulos insuportáveis (pelo menos para mim) em que a mocinha não consegue se decidir e fica de mimimi eternamente. Na verdade, duas pessoas começam a amar Celaena, mas ela nem sequer percebe isso. E os sentimentos de todos os envolvidos me convenceram.

Então, temos romance, temos ação, e temos também suspense e fantasia. Muita coisa fica sem explicação, mas de um jeito bom, daquele jeito que nos deixa morrendo de vontade de ler a continuação para entender mais sobre tudo que a autora criou. A história é muito bem construída, as coisas vão sendo reveladas aos poucos, e tenho certeza que no fim não teremos pontas soltas. Estou louca para ter meu exemplar de Coroa da Meia-Noite em mãos!