[Resenha - Petit Editora] Um mundo de ilusões

Título: Um mundo de ilusões

Sarah Kilimanjaro | Wera

Editora: Petit (http://blog.petit.com.br/)

Leia um trecho | Skoob

Rússia, final do século 19. Em pleno regime czarista, o desenrolar de uma história dramática e cheia de surpresas. Sasha não sabe, mas é filho de uma rica baronesa russa. Depois de viver durante vinte e oito anos no campo, ele é convocado a comparecer em São Petersburgo para receber uma herança desconhecida. Na capital, Sasha descobre que fora raptado ao nascer por sua tia Wolga e entregue a um casal de camponeses. Sua raptora, agora no leito de morte, convoca o sobrinho e toda a verdade é revelada... um mundo de ilusões desvenda-se. Sasha então passa a usufruir de sua nova condição social, entra em contato com a tradicional sociedade russa, conhece Conde Yuri – viúvo de sua mãe – e Natasha – a única filha do falido nobre, que desperta no jovem um amor não correspondido. Além das novas descobertas, Sasha passa a vivenciar fenômenos espirituais, como a visão de sua falecida mãe, Nadja, ao piano.

Em Um mundo de ilusões, conhecemos Sasha, que foi criado por uma família de camponeses. Aos 28 anos, é chamado a São Petersburgo para assumir uma herança que nunca imaginou receber. Aos poucos, conhece a verdade sobre o destino de seus pais, o que o deixa extremamente revoltado com o mundo. De rapaz alegre e bondoso, acaba se transformando em uma pessoa bem diferente, alguém que não mede esforços para conseguir o que quer, mesmo que machuque pessoas no processo.

A leitura desse livro foi um tanto quanto complicada para mim. Primeiro, a narrativa é excessivamente lenta. Só para vocês terem uma ideia, para chegar ao ponto em que a sinopse chega, são necessárias quase duzentas páginas. Coisa demais, na minha opinião. Tudo bem que a intenção tenha sido mostrar o antes e o depois do personagem, mas não acho que tenha sido legal ele demorar tanto tempo para conhecer suas origens.  Segundo, a linguagem é bem complexa. Além de tudo ser bem formal, o que é plenamente justificável pela época, ainda temos termos russos que dificultam um pouco o entendimento. 

Em terceiro lugar, não consegui gostar do Sasha. Essa foi a parte mais difícil de lidar, aliás. Quem acompanha o blog sabe que é muito difícil para mim gostar de um livro em que eu não goste das personagens. Infelizmente, me deparei com isso. E, apesar de saber que o que o fez contar sua história foi ele não ter gostado dele mesmo, ainda ficou complicado conseguir seguir em frente. Sasha começa como uma pessoa boa; se transforma em uma pessoa ruim, que chega a se assustar com suas próprias atitudes cruéis, embora ainda consiga fazer um pouco de bem; e depois acaba por se redimir.

O que mais me irritou nele foi sua obsessão por um "amor" não correspondido. Ele não percebe, mas do fascínio inicial que sente por uma moça, passa a querê-la a qualquer preço. Qualquer preço mesmo. No início ele a encara como uma pessoa, mas depois ela se torna um objeto de seu desejo doentio. E ele não percebe isso. Deu vontade de sacudi-lo. O que, aliás, é um ponto positivo. Embora eu não tenha gostado das personagens, elas me causaram reações. Outro ponto positivo é que a história não ficou com pontas soltas, tudo foi bem explicado.

O livro deixa claro o quanto é importante nos mantermos equilibrados para sintonizarmos com o bem, e não com o mal. Porque, quando o mal está à espreita, dependendo de nosso estado vibratório fica muito fácil sermos atingidos. Mostra que o amor não é algo possessivo, que quando ele é verdadeiro torcemos pela felicidade das pessoas amadas e fazemos o que estiver a nosso alcance para que elas a atinjam.

Senti um pouco de falta de ouvir falar de Deus durante a história, apesar de termos a presença da oração. Foi uma leitura válida, mas que não atingiu minhas expectativas.