[Livro x Filme] O Doador de Memórias

O Doador de Memórias (The Giver)

Diretor: Phillip Noyce

Roteirista: Robert B. Weide

Autora da obra original: Lois Lowry

Elenco: Jeff Bridges, Meryl Streep, Brenton Thwaites, e outros

Lançamento: 11 de setembro de 2014

Duração: 1h37m

Uma pequena comunidade vive em um mundo aparentemente ideal, sem doenças nem guerras, mas também sem sentimentos. Uma pessoa é encarregada a armazenar estas memórias, de forma a poupar os demais habitantes do sofrimento e também guiá-los com sua sabedoria. De tempos em tempos esta tarefa muda de mãos e agora cabe ao jovem Jonas (Brenton Thwaites), que precisa passar por um duro treinamento para provar que é digno da responsabilidade.

Resenha do livro.

Já esperava me decepcionar com essa adaptação, então até que ela me surpreendeu um pouquinho... é menos diferente do livro do que imaginei que seria, mas mesmo assim ainda é algo bem diferente. 

Na minha opinião, quem assiste ao filme sem ler o livro não consegue compreender completamente a história, e me refiro especificamente aos traços de distopia. Não dá para perceber claramente como a sociedade se organiza, não são mostradas todas as regras que são impostas às pessoas. O livro nos dá um panorama de como funciona a vida nesta sociedade, desde o nascimento até a morte. O filme não faz isso. Ele mostra alguns marcos, diz que existe um local onde ficam os bebês, frisa as principais regras, como a precisão de linguagem, a cortesia e a proibição de mentir, e basicamente é só. Quem leu sabe que conhecer o resto das informações faz falta.

No livro, Jonas tem 12 anos quando decidem sua ocupação. No filme, obviamente, tem mais que isso. Essa alteração permitiu que um romance fosse incluído no enredo. 

Achei que o filme começou bem devagar, bem devagar mesmo... Mas as amigas que foram comigo não tiveram essa impressão. É que a narrativa do livro é tão ágil, que realmente esperava algo mais dinâmico na tela. Aliás, o filme só fica mais agitado no final, e os fatos foram quase que completamente alterados. Os motivos que levam ao desfecho são os mesmos, mas as coisas acontecem de forma bem diferente.

Não quero dizer com tudo isso que o filme seja ruim. Achei bem legal, na verdade. Quando a sociedade decidiu viver sem emoções, a vida perdeu as cores, e isso é demonstrado com maestria. Achei genial o fato de usarem praticamente só preto e branco no início, e depois ir colocando cores à medida que o Jonas recebe as memórias de toda a sociedade, e se dá conta de tudo o que a humanidade perdeu para se livrar da dor e do sofrimento. Vendo o trailer vocês vão entender o que eu quero dizer. Não sei se ainda é possível encontrar o filme em cartaz, mas vale a pena assistir.