[Resenha - Novo Conceito] O Lago Místico

Título: O Lago Místico

Autora: Kristin Hannah

Tradução: Sylvio Deutsch

Editora: Novo Conceito

Skoob

Esposa e mãe perfeita, Annie vê o seu mundo desabar de uma hora para outra quando é abandonada pelo marido. A fuga momentânea é para Mystic, a pequena comunidade onde ela cresceu e onde o seu pai ainda vive. Lá, Annie começa a se reerguer novamente, descobrindo o amor por si mesma, por um velho amigo solitário e por uma garotinha que acaba de perder a mãe. Tudo está se encaixando na vida de Annie. Nick e Izzy se tornaram uma parte importante de seu processo de cura, e ela também se tornou essencial para a sobrevivência da relação entre pai e filha. Até que o seu ex-marido reaparece... e a tranquilidade rapidamente dá lugar ao desespero. Kristin Hannah encanta mais uma vez com uma história comovente, sensível e verdadeira sobre perda, paixão e os fios frágeis que unem as famílias.

Li da mesma autora Jardim de Inverno, e por isso tinha uma expectativa completamente diferente a respeito desse livro. Esperava um romance histórico, e não é o caso; este é um romance contemporâneo. Mas, mesmo assim, o enredo tem algumas coisas em comum, principalmente a presença de mulheres fortes que precisam encarar a vida de frente e se reconstruir. E, se da outra vez levei quase a metade do livro para me apaixonar pelo enredo, dessa vez foi amor imediato.

O Lago Místico conta a história de Annie, uma mulher de quase 40 anos que é abandonada pelo marido e tem que aprender a viver tendo sua vida como foco. Por muitos e muitos anos, dedicou-se apenas a ele e a sua filha, e acabou se esquecendo de seus próprios desejos. Tudo o que ela sabia fazer era cuidar dos outros. Agora, com a separação prestes a se concretizar e a filha em uma viagem antes de iniciar a faculdade, Annie precisa se lembrar de quem ela é, e descobrir o que realmente deseja. 

O tempo passa e leva tudo no caminho, juventude, esperanças, sonhos. Sonhos. É o que ele mais leva.

É engraçado que a Annie, na verdade, começa a se curar fazendo o que sempre fez: cuidando de outra pessoa. Uma garotinha que perdeu a mãe e começou a acreditar que estava desaparecendo: Izzy. Não tem como não se encantar por essa criança, ela é tão frágil, tão insegura... mas ao mesmo tempo, do jeito dela, muito doce e determinada. Tem medo de não se lembrar da mãe, tem medo de entregar seu amor a alguém e ser abandonada. Dá vontade de pegar no colo, ela se tornou minha personagem preferida.

Sobre o título, o nome da cidade em que Annie nasceu e para onde retorna para descobrir quem ela é, é Mystic. Esse também é o nome do lago. Mas, além disso, existe algo de diferente no lugar, algo sobrenatural. O local é o palco de algumas comunicações de um espírito, e estou avisando apenas porque sei que pode incomodar algumas pessoas. Mas esse não é o foco do livro. É uma parte pequena, apesar de importante, da história.

Todas as personagens são muito bem construídas, e senti um enorme orgulho da Annie. Ela demora a conseguir acreditar que merece que sua vida seja como sempre sonhou, mas acaba acreditando. Corre atrás de seus sonhos, descobre que pode ser a pessoa que quiser ser. Perde o medo do recomeço.

- Mas você iria desistir de tudo... do interesse e do amor e de tentar... você desistiria disso porque no no final há dor?

Na minha opinião, faltou uma cena final. Mas tem uma entrevista da autora depois do fim da história em que ela diz que terminou como terminou de propósito, que escrever a cena que eu queria ler mudaria o foco. Entendi, aceitei, mas não aprovei a escolha. Mesmo assim, é uma leitura maravilhosa, que fala de perda, de amor e de superação. O livro me tocou e espero que também toque vocês.

- Às vezes você tem de fazer tudo certo e seguir as regras. (...) E em outras vezes... como agora... você tem de dizer "que se dane" e ir em frente.