[Resenha - Galera Record] P.R.A.T.A.: O Assassino Relutante

Título: P.R.A.T.A.: O Assassino Relutante

Autor: Eoin Colfer

Tradução: Alves Calado

Editora: Galera Record

(Selo Galera Junior)

Leia um trecho

Skoob

Chevie, 16 anos, era agente mirim do FBI até esse programa sair um pouco do controle. Trabalhando agora para Programa de RelocAção de Testemunhas Anônimas, enquanto a poeira do seu fracasso abaixa, ela acha que tudo o que precisa fazer é ficar de olho o dia todo numa máquina do tempo esquisita. Mas tédio é o que menos ela consegue quando, junto ao infeliz Riley, precisa fugir de um assassino em série da era vitoriana que os persegue através das épocas.

Chevie é uma órfã que não teve a sorte de ser adotada, e certo dia despertou o interesse do FBI. Havia sido criado um programa secreto de prevenção ao terrorismo nas escolas, e eles precisavam treinar adolescentes que se tornassem espiões dentro dos colégios. A garota recebeu um real treinamento de agente secreto. Deram-lhe inclusive uma arma, que ela certo dia usou indevidamente, ou pelo menos essa foi a impressão de seus superiores e da imprensa... e sua atitude causou o fim do programa. 

Todos os outros jovens aceitaram pacificamente seu desligamento, mas não ela, uma garota extremamente segura de si e atrevida. A única saída que encontraram foi mandá-la para Londres, para um trabalho que nunca chamaria atenção: ser babá de uma máquina. Sua única tarefa seria vigiar aquela coisa misteriosa por todo o tempo em que estivesse acordada. Mas eis que, certo dia, aquela coisa aparentemente inofensiva quase causou a destruição da casa em que estava, e dela saíram algumas pessoas bem esquisitas. E foi assim que Chevie descobriu o que era aquilo: uma máquina do tempo.

Foi exatamente essa questão de máquina do tempo que me interessou quando li a sinopse. Alguns temas sempre me chamam atenção, entre eles a viagem no tempo. Um livro que trate disso tem praticamente 100% de chance de ser lido por mim. 

Quando comecei a ler P.R.A.T.A., achei que ia ter problemas. A revisão estava me irritando bastante, em alguns momentos faltavam palavras, em outros existiam palavras repetidas (ou quase isso, tipo "daquela aquela"). Não sei bem se a revisão melhorou, ou se parei de prestar atenção nisso depois que me envolvi com o enredo, mas foi algo que me incomodou apenas no início. Também achei os capítulos longos demais, principalmente por ser um livro juvenil. Acredito que capítulos mais curtos teriam dado mais agilidade à história.

Em compensação, gostei demais dos personagens. Os protagonistas são bem cativantes, não tiveram nem de longe uma vida perfeita, mas lutam para fazer o certo. Sabem que suas chances são bem pequenas, pois precisam enfrentar inimigos mais experientes e poderosos, mas dão sempre o seu melhor e torcem para que seja o suficiente. Com isso, não quero dizer que sejam perfeitos, eles têm, sim, suas falhas, e isso só os torna mais humanos e admiráveis, por conseguir passar por cima de seus defeitos e de suas fraquezas. Os vilões são completamente detestáveis, como acredito que vilões realmente devem ser. Esse negócio de amar os vilões não é para mim, quanto mais eu consigo odiá-los, mais satisfeita fico... rs... 

Gostei bastante do enredo, a viagem no tempo neste livro pode ter alguns efeitos curiosos sobre os viajantes. O final é bem cruel, uma parte das coisas se resolve, mas alguns fatos que são revelados no epílogo fizeram meu coração ficar apertado. Espero que não demore muito para o segundo volume da série chegar por aqui.