[Resenha - Suma de Letras] A rainha de Tearling

Título: A rainha de Tearling

Autora: Erika Johansen

Tradução: Cássio de Arantes Leite

Livro #1 da trilogia

Editora: Suma de Letras

Número de páginas: 352

Skoob

Quando a rainha Elyssa morre, a princesa Kelsea é levada para um esconderijo, onde é criada em uma cabana isolada, longe das confusões políticas e da história infeliz de Tearling, o reino que está destinada a governar. Dezenove anos depois, os membros remanescentes da Guarda da Rainha aparecem para levar a princesa de volta ao trono – mas o que Kelsea descobre ao chegar é que a fortaleza real está cercada de inimigos e nobres corruptos que adorariam vê-la morta. Mesmo sendo a rainha de direito e estando de posse da safira Tear – uma joia de imenso poder –, Kelsea nunca se sentiu mais insegura e despreparada para governar. Em seu desespero para conseguir justiça para um povo oprimido há décadas, ela desperta a fúria da Rainha Vermelha, uma poderosa feiticeira que comanda o reino vizinho, Mortmesne. Mas Kelsea é determinada e se torna cada dia mais experiente em navegar as políticas perigosas da corte. Sua jornada para salvar o reino e se tornar a rainha que deseja ser está apenas começando. Muitos mistérios, intrigas e batalhas virão antes que seu governo se torne uma lenda... ou uma tragédia.

Kelsea é a herdeira do trono de Tearling. Foi mandada por sua mãe para ser criada por pessoas de confiança, mas acaba de completar 19 anos, que é a idade com que o trono deve ser assumido. Então, homens pertencentes à Guarda da Rainha aparecem para buscá-la e levá-la para ocupar seu lugar de direito.

A garota cresceu longe do resto do mundo pois, há muitos anos, com a morte de sua mãe, seu tio tornou-se o regente e sua vida passou a correr perigo. Teve todo o preparo que poderia ter, mas muitas coisas foram propositalmente escondidas dela. O motivo não é informado aos leitores, o que nos faz ficar tão ansiosos quanto a protagonista por esclarecimentos.

Kelsea não sabe direito a história do reino. Sabe que aconteceu "a Travessia" e que William Tear a liderou e usou seu sobrenome para batizar o local em que norte-americanos e ingleses se estabeleceram. Sabe que Tearling é o reino com mais problemas para se manter, já que a região que ocupa só é boa para a agricultura, o que faz com que coisas mais valiosas precisem ser negociadas com outros reinos. Sabe que o reino vizinho se chama Mortmesne e é governado pela Rainha Vermelha - uma tirana de quem ninguém sabe o verdadeiro nome. Sabe que este reino um dia se chamou Nova Europa, mas a atual soberana fez questão de mudar sua denominação para deixar clara sua intenção de fazer tudo à sua maneira.

Não sabe em quem pode confiar. Teoricamente, seus guardas seriam completamente fiéis a ela, mas algumas coisas estranhas começam a acontecer e a possibilidade de um traidor torna-se mais que provável. Não sabe o que fazer para lidar com toda a tirania a que seu reino foi submetido em sua ausência, mas decide que não vai tolerar abusos. De ninguém.

A protagonista é incrível. Tudo o que sabe é que quer ser uma rainha de valor, alguém que coloca o povo em primeiro lugar e faz tudo o que estiver a seu alcance para o bem estar de todos. Não vê como seria possível escolher alguns para pagarem pela paz de outros, então antes mesmo de ter a coroa em sua cabeça já começa a fazer mudanças nas regras.

Kelsea pode até ser inconsequente, mas é extremamente corajosa e justa. Logo entende que precisa se impor, mas não pode deixar de ter uma excelente equipe ao seu redor, que possa emprestar seus talentos para que ela não tenha que se preocupar com absolutamente tudo.

As personagens secundárias são quase tão incríveis quanto a protagonista. Alguns membros da guarda conhecemos bem de perto, embora a história de cada um seja revelada apenas em partes. Além disso, Kelsea tem algo muito valioso em seu poder: um colar com uma pedra que parece ser capaz de quase qualquer coisa. É emocionante ver a joia começar a se revelar e mostrar o que pode fazer. Tenho certeza que ainda vou me surpreender muito com os poderes que ela proporciona.

A narrativa fluiu muito bem para mim, fiquei a cada página mais envolvida com o enredo. Algo que achei muito legal foi que, no início de cada capítulo, temos observações feitas no futuro por algum historiador, dando pistas sobre como foi o reinado de Kelsea. Felizmente, as coisas não terminam de forma desesperadora nesse primeiro volume, mas mesmo assim não vejo a hora de ler o segundo, que já está disponível. Tenho uma suspeita muito forte sobre um assunto importante e tenho esperança de descobrir se estou certa ainda no segundo livro. Espero ter logo a oportunidade de ler para que possa dividir minha opinião a respeito dele com vocês.