[Resenha - Planeta] Traços

Título: Traços

Autor: Eduardo Cilto

Editora: Planeta

(Selo Outro Planeta)

Número de páginas: 272

Skoob

Quando Matheus aceitou acompanhar Beatriz na festa do colégio, jamais imaginou que terminaria a noite participando de um ritual místico (de veracidade duvidosa) para saber o que o futuro reservava para ele e a amiga. Assim que as velas que os cercavam se apagam e uma resposta esquisita encerra a cerimônia, Beatriz leva o resultado a sério e entende que deve fugir da cidade pequena para se encontrar com seu destino nas ruas da capital de São Paulo. Perdido no meio de tudo, Matheus é obrigado a repensar o que considera certo ou errado quando é convidado para participar do plano maluco de fuga e decide que precisa passar por cima dos limites impostos pelos pais para finalmente ser capaz de entender quem realmente é. Os dois amigos partem sozinhos para São Paulo e carregam consigo não somente as malas nas costas, mas também o peso de todos os problemas que achavam que estavam deixando para trás. Sem ter ideia do que estão enfrentando, Matheus e Beatriz descobrem mais sobre si mesmos, criam, quebram laços e encaram desafios que jamais pensaram que confrontariam enquanto contavam as moedas para realizar esse grande plano que iria mudar suas vidas para sempre.

Quando comecei a ler Traços esperava algo diferente, achei que fosse ler um romance juvenil, e minha expectativa era de um romance romântico mesmo, com o acréscimo da busca de dois adolescentes pela descoberta de quem realmente eram. Era isso que eu esperava pela capa e pela sinopse. Mas não foi o que encontrei, classificaria o livro mais como suspense que como qualquer outra coisa, um suspense juvenil, é isso.

Matheus há muito tempo é apaixonado por Beatriz. Então quando ela pede que ele lhe acompanhe em uma festa da escola, o garoto não hesita. Mas a noite acaba tomando um rumo inesperado e o futuro de Beatriz é previsto por alguém.

A garota se apega a isso, já que é obcecada pelo destino, e decide que precisa fugir para São Paulo em busca de seu ídolo, um vlogueiro, na sua cabeça o amor de sua vida. Matheus acaba indo com ela depois de mais uma decepção com seus pais, que controlam sua vida em um nível doentio. E assim a vida dos dois começa a ser virada de cabeça para baixo e acaba tomando um rumo perigoso.

A escrita do autor é simples, como acho essencial que seja em um livro do gênero, e a narrativa fluiu muito bem para mim. Me envolvi menos do que imaginei que me envolveria e mais do que gostaria.

Explicando essa colocação que parece sem sentido, achei que fosse voltar à minha adolescência, conseguir me ver nos personagens ou pelo menos sentir como se eles fossem próximos de mim. Isso não aconteceu, mas mesmo assim o enredo conseguiu me prender e me deixou tensa em vários momentos. E não sou muito fã dessa tensão… rs…

As páginas são amarelas, a fonte tem um tamanho bom e a diagramação tem alguns detalhes fofos, como desenhos de prédios no início dos capítulos e balõezinhos para identificar conversas por mensagens no celular. O autor trata de assuntos importantes, como a insegurança, o alcoolismo, o medo de ser julgado por suas escolhas. E de algumas outras coisas que prefiro não citar pelo risco de entregar o desfecho da obra, que consegui desvendar facilmente, mas que não me chocou menos devido a isso.

Só achei que entre o final dos capítulos e o epílogo faltou algo. Gostaria de entender melhor porque alguns fatos aconteceram. E preciso alertar vocês para que não se apeguem muito aos personagens se decidirem ler, porque acreditem, tudo pode acontecer com seus preferidos.