[Resenha - Galera Record] A esperança é uma torta de maçã

Título: A esperança é uma torta de maçã
Autora: Sarah Moore Fitzgerald
Tradução: Joana Faro
Editora: Galera Record
(Selo Galera Junior)
Número de páginas: 176
Skoob

Oscar é o melhor amigo e vizinho de porta de Meg. Ele tem o incrível dom de consertar qualquer  problema assando tortas de maçã perfeitas. Mas nem suas renomadas tortas conseguem aplacar a tristeza de seu pai, ainda de luto pela morte da esposa. Quando Meg recebe a notícia de que irá se mudar para a Nova Zelândia por seis meses, ela fica devastada com a ideia de ficar tanto tempo longe do amigo. Para piorar tudo, a casa de Meg é alugada pela família da terrível Paloma Killealy, que inventa todo tipo de mentiras sobre o garoto na escola. De repente, Oscar desaparece. Sua bicicleta e suas roupas são encontradas no litoral, e todos acreditam que o pior aconteceu e ele cometeu suicídio. Com a ajuda do irmãozinho de Oscar, Meg decide investigar o paradeiro dele, e por mais difícil que seja, nunca abrir mão da esperança.

Meg e Oscar são vizinhos há muito tempo, daquele tipo em que dá para conversar facilmente pelas janelas de seus quartos, que obviamente dão de frente uma para a outra. Quando os pais de Meg decidem que a família passará seis meses na Nova Zelândia, a garota se revolta. E acaba descobrindo que não quer ir por causa de um motivo bem específico: está irremediavelmente apaixonada por Oscar.

É claro que não consegue impedir a viagem, e não tem coragem de se declarar antes de partir. Mas como ela teria ideia de que tudo poderia mudar em um curto espaço de tempo devido a mal entendidos e a pessoas mal intencionadas? Agora todos dizem que Oscar está morto pois se jogou do píer, e Meg e o irmão mais novo do garoto, Steve, são os únicos que acreditam que ele apenas se afastou.

Os capítulos do livro são alternados entre Meg e Oscar, alguns mostram o presente e outros nos levam de volta ao passado para entender o que aconteceu. A narrativa da autora é bem fluida e li o livro rapidamente, só acredito que faltou um pouco de emoção. Achei que a história me comoveria mais.

Não tem como não gostar dos protagonistas, são adolescentes e bem inseguros, o que é completamente normal. Têm muito medo de precisar lidar com a rejeição, portanto acham mais fácil esconder seus reais sentimentos.

Oscar foi meu personagem preferido. Ele tem um talento: consegue sentir quando alguém está triste, deprimido ou precisando ser consolado, e quando tem o pressentimento de que alguém está assim vai imediatamente para a cozinha e assa tortas de maçã para oferecê-las à pessoa que precisa de ajuda. Achei muito fofo isso. Claro que não devemos nos tornar dependentes de comida para nos sentir bem, mas sempre considerei que alguns tipos de alimentos me faziam sentir imediatamente abraçada, como panquecas ou purê de batata. Não sei se só eu e a autora sentimos isso… Rs…

O enredo transmite lições, como o valor da amizade, da sinceridade, da esperança, do amor, da família e do diálogo. Mostra que algumas vezes um simples boato pode ser o responsável por causar uma tragédia e que palavras são poderosas, podem machucar ou reerguer uma pessoa. O livro não chegou a se tornar favorito, mas foi uma leitura de que gostei bastante.