sexta-feira, 23 de agosto de 2013

[Resenha - Editora Valentina] Rin Tin Tin - A Vida e a Lenda

Postado por Ju às 11:00
Título: Rin Tin Tin - A Vida e a Lenda
Autora: Susan Orlean
Tradução: Pedro Jorgensen Jr.
Editora: Valentina

Sinopse: "Ele achava que o cão era imortal". Assim começa a vasta, poderosa e comovente narrativa de Susan Orlean sobre a jornada de Rin Tin Tin – de sobrevivente órfão a astro do cinema e ícone internacional do showbiz. Susan, redatora da New Yorker chamada de “patrimônio nacional” pelo Washington Post, passou cerca de dez anos pesquisando e escrevendo sua mais cativante obra: a história de um cão que nasceu em 1918 e nunca morreu. A narrativa começa num campo de batalha francês da Primeira Guerra Mundial, quando Lee Duncan, um jovem soldado americano, descobre um sobrevivente: um pastor-alemão recém-nascido nas ruínas de um canil bombardeado. Para Duncan, que passou parte da infância num orfanato, a sobrevivência do cão fora um milagre. Havia algo em Rin Tin Tin que o compelia a compartilhá-lo com o mundo. Duncan o levou, então, para a Califórnia, onde suas aptidões físicas e a capacidade de representar chamaram a atenção da Warner Bros. Durante os dez anos seguintes, Rinty estrelou 23 sucessos do cinema mudo que salvaram o estúdio da falência e fizeram dele o cão mais famoso de todos os tempos. No auge da popularidade, Rin Tin Tin foi o campeão de bilheteria de Hollywood. Ao longo das décadas seguintes, Rinty e seus descendentes fizeram a conturbada jornada do cinema mudo ao falado, do preto e branco à cor, do rádio à televisão, culminando no seriado de TV As Aventuras de Rin-Tin-Tin, um dos mais populares programas da época do baby boom. O legado do cão herói foi consolidado por Duncan e alguns outros – como Bert Leonard, o produtor do seriado da TV, e Daphne Hereford, a proprietária do atual Rin Tin Tin –, que dedicaram a vida para assegurar a imortalidade da lenda. Na essência de Rin Tin Tin – a Vida e a Lenda há um tocante estudo do duradouro vínculo entre os humanos e os animais. Mas o livro é também uma história ricamente matizada da indústria do entretenimento e do empreendedorismo no século XX. Abarcando um período de 90 anos, ele aborda a mudança de status dos cães, de ajudantes em fazendas a membros diletos das famílias urbanas, da origem do treinamento para a obediência à evolução genética das raças, da ascensão de Hollywood ao passado e presente dos cães de guerra. Rico de humor e emoção, repleto de momentos que certamente levarão o leitor às lágrimas, Rin Tin Tin fez parte da prestigiadíssima lista dos 100 melhores livros do ano do New York Times, principalmente por ser uma mescla irresistível de história, humanismo e maestria narrativa – esplêndida celebração de um grande ícone universal por uma das mais talentosas escritoras da atualidade.


Acho que eu já disse que sempre fui apaixonada pelo Rin Tin Tin. E quando eu digo sempre, quero dizer por praticamente toda a minha vida mesmo... Sim, eu vi Rin Tin Tin na TV. A série foi reprisada na década de 80 (pois é, eu já vivia nesse tempo... rs...). Tive inclusive uma fêmea de pastor-alemão, que ganhou o nome de Lassie. Esses dois cachorros, na minha infância, ainda eram estrelas da TV: Rin Tin Tin, o pastor-alemão e Lassie, a collie (a personagem era fêmea, mas era representada por um macho). Juntei os dois em um só ser. =)


O fato é que Lassie e Rin Tin Tin não eram, em absoluto, semelhantes. Lassie era uma popular personagem de livro que foi representada no cinema e, depois, na TV, por nove cães atores talentosos, o primeiro deles Pal, de Rudd Weatherwax. Rin Tin Tin era um cão de verdade convertido em ator.

Rin Tin Tin, ou Rinty, "nasceu em 1918 e nunca morreu". Claro que isso se refere à lenda que nasceu com ele. Houve várias gerações de Rin Tin Tin, e por muito tempo esses cães estrelaram filmes e uma série. Foram amados como se fossem um só e tenho certeza que, como eu, muita gente tem belas lembranças a respeito deles.

Aquilo que você ama de verdade nunca morre.

Rinty era o companheiro de Lee Duncan. Um norte-americano que teve uma infância bem difícil, abandonado pelo pai e, por alguns anos, também pela mãe. Enquanto servia na Primeira Guerra, na Europa, ele encontrou uma fêmea de pastor-alemão com uma ninhada de 5 filhotes. Como não podia ficar com todos, escolheu um macho e uma fêmea, que se tornaram Rin Tin Tin e Nanette (esses eram os nomes de bonecos que traziam boa sorte, e Lee, desde o momento que os colocou em sua vida, sentiu que sua sorte havia mudado).

Rin Tin Tin sempre foi mais do que um cão: foi uma ideia e um ideal.

Susan redescobriu a história de Rin Tin Tin por acaso, quando pesquisava uma outra coisa. Fico feliz por ela ter sentido que precisava apresentá-la ao mundo, porque esse livro é realmente uma preciosidade. Ele conta a história de quase um século. Não foi à toa que a autora levou dez anos para finalizá-lo.

Comecei a entender que o que me levou a Rin Tin Tin foi, mais que tudo, a sua constante presença - o fato de ele ter ficado na cabeça de tanta gente durante tanto tempo num mundo em que tantas outras coisas cintilam por um instante e desaparecem sem deixar rastro. Era algo com que se podia sonhar.

Foi emocionante descobrir coisas sobre o cão, como ele ser viciado em sorvete; e sobre o astro, como ele ter se apresentado também no teatro de vaudeville (uma espécie de show de variedades).

Fiquei um pouco chocada quando descobri que os Rin Tin Tin, a partir de determinada "geração", não eram mais descendentes do original. E muito mais espantada quando fiquei sabendo que, no seriado de TV, não utilizaram o Rin Tin Tin que Lee havia treinado à época, o IV, por considerá-lo burro. Foi outro cão, de outro dono, que encarnou Rinty. 

Lee cuidaria para que sempre houvesse um Rin Tin Tin e percebera que chamar a atenção para cada nova encarnação de Rin Tin Tin tornava menos perceptível a sua continuidade. Agora, cada cão dava lugar ao seguinte, silenciosa e completamente, como se vivessem todos num universo que passara a existir fora dos limites do tempo.

A edição valoriza a história. Amei as patinhas que estão em todas as páginas, e a capa também é linda. 

Adorei a leitura e indico para quem conheceu ou quer conhecer Rin Tin Tin. O livro mostra também a passagem do cinema mudo para o falado, a chegada da TV e várias fases pelas quais ela passou. Sempre gostei de estudar coisas assim, o que enriqueceu o livro ainda mais para mim. O único problema é que agora terei que arrumar tempo para assistir a filmes e a episódios da série As Aventuras de Rin-Tin-Tin que eu conseguir encontrar por aí. =)



Uma revigorante lição que ainda temos a aprender com os cães é que nos aquietarmos em relação ao passado e ao futuro não nos limita; ao contrário, nos liberta. Rin Tin Tin não precisava ser lembrado para ser feliz: bastavam-lhe as ocasiões de deitar-se ao sol, de ir buscar a bolinha, de morder a boneca de apito - momentos em si mesmos completos, puros e suficientes. 
Resenha postada no skoob.

11 comentários:

  1. Que livro interessante, quero ler!! Adoro animais, sempre tive gatos e já tive cachorros, então qualquer coisa nessa linha me agrada.

    Não lembro de ter visto Rin Tin Tin na tv, só da Lessie, mas claro que lembro da lenda. Adorei a frase "nasceu em 1918 e nunca morreu", bem isso! Mas fiquei de cara que o Rinty IV ter sido considerado burro!!

    No mais, um adendo: estou adorando vir quase diariamente ao seu blog e conhecer tantos livros diferentes. Obrigada mais uma vez pelo convite!
    um beijo

    ResponderExcluir
  2. A única coisa que sabia sobre Rin Tin Tin e Lassie é que ambos eram cachorros da TV.
    Nunca imaginei que ele realmente existiu e que tem uma história que levou dez anos para ser escrita! Saber que ele e sua lenda salvaram a Warner Bros e estiveram presentes durante praticamente toda a história da TV e do cinema é surpreendente!
    Deve ser muito fofo as patinhas nas páginas *--*
    Adorei a resenha e a oportunidade de saber mais sobre esse cão =D

    ResponderExcluir
  3. Pra ser sincera, não conheço nadinha da história do Rin-tin-tin, a não ser o nome... rsrsrs Que bom que você gostou da leitura, não é um livro que tenha me chamado a atenção.
    Abraços

    ResponderExcluir
  4. Já ouvir falar muito no Rin-tin-tin, só nunca assisti a série, mas se nã me engano já assisti filmes, gosto muito de cachorros e quero muito ler esse livro, deve ser bem interessante conhecer um cão que nunca morreu (a lenda) e que até hoje inspira milhares de pessoas!

    ResponderExcluir
  5. Nossa, sem dúvidas esse livro é um preciosidade para os fãs! Descobrir tantos detalhes de algo que se gosta tanto é incrível, não é?!
    Amei a resenha, Ju!
    Beijos

    ResponderExcluir
  6. Sabia vagamente alguma coisa sobre Rin Tin Tin, mas não sabia que sua história ela linda dessa forma! Não cheguei a ver filme, programa de tv, nada, apenas ouvi falar através da minha mãe, que assistia também. Enfim, tenho curiosidade de ler o livro pois sou apaixonada por cachorros -à propósito, não sei se eu já falei, tenho dois em casa haha-. E esse quote no final que coisa mais linda, me deu até uma emoçãozinha. Adorei a resenha Ju :)

    ResponderExcluir
  7. Para quem ama cachorro,como eu,acho que esse seria um livro perfeito!!Tenho muita vontade de lê-lo..
    Não existe maior alegria de uma pessoa do que o seu amiguinho canino,essa deve ser uma história e tanto'
    Beijus Ju!!!

    ResponderExcluir
  8. Eu nunca havia visto o livro, e não acho que este seja o meu tipo de gênero...
    Beijos

    ResponderExcluir
  9. No momento estou lendo 'Marley & Eu' e confesso que estou apaixonada por esse cachorro, por isso acho que não vou ficar decepcionada de ler outro livro em que o protagonista é um cão que parece ser tão carismático - ou mais - do que Marley.
    Vou colocar na minha lista de leitura, pois estou louca para saber sobre a estrela dos cinemas de Hollywood, Rin Tin Tin, e também saber sobre a história de seu dono, Duncan. Espero aproveitar a leitura e vou até perguntar para minha mãe se ela já assistiu a série de Rin Tin Tin, pois esse nome não me é estranho, acho que já foi mencionado aqui em casa... Enfim, obrigada pela dica!

    ResponderExcluir
  10. Aiii que linddooo. Amaria ler esse livro, de verdade!!
    Rin Tin Tin também fez parte da minha infância e eu também tive uma cadela com o nome Lessie.

    Essa história merece ser revivida e conhecida pela geração mais nova.

    ;)
    http://pseudonimoliterario.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  11. Que capa linda Ju, lembro dele na divulgação aqui. Eu por ser muito novinha rs não o conhecia, mas perguntei minha mãe e ela me contou sobre ele, o livro não é meu gênero mas eu adoraria lê-lo

    ResponderExcluir

Obrigada pela visita e pelo seu comentário. =)

Os comentários são moderados, mas sua opinião logo será publicada!

Sejam sempre muito bem-vindos!

 

Entre Palcos e Livros Copyright © 2014 Design by Rebecca Barboza RêVivendo