[Resenha - Universo dos Livros] O melhor de você

Título: O melhor de você

Autora: Mia Sheridan

Tradução: Cristina Calderini Tognelli

Editora: Universo dos Livros

Número de páginas: 384

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A autora best-seller do The New York Times, Mia Sheridan, presenteia os leitores com um novo romance contemporâneo comovente — que recebeu a rara e cobiçada resenha cinco estrelas Gold Pick da RT Book Reviews. Uma mulher destroçada... Crystal aprendeu há muitos anos que o amor só traz sofrimento. Não sentir nada é muito melhor do que ser magoada de novo. Ela protege o coração ferido por trás de uma fachada impassível e traz dentro de si uma profunda desconfiança com relação aos homens, que, segundo sua experiência, só exploram e depois menosprezam as mulheres. Um homem necessitando de ajuda... A despeito de seu passado terrível e sombrio, existe uma inegável bondade em Gabriel Dalton. E, apesar de saber o preço dessa equação, Crystal se sente atraída por ele. O magnetismo dessa relação está derrubando suas defesas e a esperança a faz questionar tudo ao seu redor. Somente o amor pode reparar um coração partido... Crystal e Gabriel nunca imaginaram que o mundo, que roubara tudo deles, traria-lhes um amor tão arrebatador. No entanto, o destino só os conduzirá até certo ponto, e depois a escolha será deles: endurecer seus corações uma vez mais ou criar coragem para arriscar tudo pelo amor?

Ellie teve uma infância feliz em seus primeiros anos. Embora a questão financeira tenha sido sempre difícil, nunca lhe faltou amor. A mãe era seu mundo. Mas a vida a tirou dela e aos sete anos a garotinha acabou sendo levada para um lugar que não lhe ofereceu nenhuma lembrança boa; passou a acreditar que não merecia ser feliz e acabou considerando seu corpo e sua alma coisas completamente sem valor.

Tornou-se stripper mesmo odiando cada momento de seu trabalho, e adotou naquela vida o nome de Crystal. Precisava pagar suas contas e não tinha nenhum talento especial, afinal. Um dia, um homem que parecia ser diferente apareceu no local horroroso em que trabalhava. Gabriel queria a ajuda da garota para superar um trauma muito profundo, que o impedia de viver plenamente a própria vida.

"Escolha" é uma palavra tão enganadora, não?

Mas seria verdade que ela poderia ser realmente útil para alguém? E que uma pessoa conseguiria ver nela mais que um pedaço de carne que poderia usar como quisesse? Ellie tem mais medo de que a resposta seja sim, pois isso quer dizer que precisará encarar quem realmente é, e deixar os sentimentos a alcançarem de novo.

Não existe um ditado sobre como fazer planos é o modo mais seguro de fazer Deus rir? Talvez todos nós estivéssemos para descobrir isso.

Adoro dramas, e esse livro conseguiu me conquistar. Me fez chorar, me deixou angustiada, me fez sorrir sem perceber. Ou seja, acabou me causando um turbilhão de sentimentos. Me fez refletir e ser muito mais grata por minha própria vida. Nunca tive que lidar com nada tão terrível quanto os protagonistas dessa história.

Ellie e Gabriel são pessoas que estão quebradas há bastante tempo. Embora Ellie deixe isso mais claro logo de cara, Gabriel tem feridas tão profundas quanto as dela. E é lindo ver como a convivência dos dois vai fazendo com que se curem. A narrativa é alternada entre eles, o que faz com que seja ainda mais fácil nos envolvermos com o enredo.

O que quer que decida, tenha fé de que é a escolha certa. Não é das coisas que você faz com amor e com boas intenções que acabará lamentando-se. É com as coisas que você não fez que terá que lidar.

Ellie se sente um lixo tão completo no início da obra que não se importa nem um pouco com o que possa acontecer com ela. A vida nunca lhe trouxe nada de bom - pelo menos não desde que deixou de ter a mãe ao seu lado - e sua única preocupação é como pagar as contas de cada dia. Na cabeça dela, merece tudo de ruim que acabar lhe acontecendo.

Não percebia que o coração pode ser machucado a ponto de fazer você apenas querer se enroscar em si mesma para nunca mais sair.

Gabriel é um cara que nunca perdeu a esperança. Nunca desistiu do amor. Mas ao mesmo tempo não sabia como se relacionar com alguém. Não conseguia nem sequer pensar em tocar e ser tocado... Mas isso começou a mudar quando encontrou uma pessoa que pareceu falar direto com seu coração.

Fiquei ponderando se poderia expandir as paredes que erguera ao meu redor. Se eu deveria. Foram erguidas por mim, mas, mesmo assim, não acabei construindo uma prisão particular? Seria hora de fazer algo para mudar isso?

Fiquei muito feliz ao ver que a autora poderia ter seguido um caminho que me desagradaria, colocando um triângulo amoroso na história e incentivando a rivalidade entre mulheres. Mas não. Ela preferiu dar destaque à união entre elas, à sororidade. A maior parte das personagens criadas por ela são pessoas que com certeza eu gostaria de conhecer. Claro que tem aquelas com quem eu nunca gostaria de trombar por aí também.

Mia trata de temas muito importantes. Fala de sequestro, de abuso, de intolerância, de preconceito. Retrata bem o efeito que não só agressões físicas, mas também psicológicas, podem ter. Eu não esperava que o livro fosse tão intenso. Para minha felicidade, ao contrário do que imaginei, não há presença frequente de cenas de sexo. E quando alguma está presente a autora na verdade foca nos sentimentos e pensamentos e não no ato em si, o que me deixou extremamente feliz. Enfim, foi uma leitura que realmente me surpreendeu e me agradou. Espeque que vocês leiam e gostem bastante também.

Às vezes isso é a esperança - apenas um feixe de uma luz distante.