[Resenha - Coerência] Os Supremos

Título: Os Supremos

Autores: Raphael Miguel | Jadna Alana | Renata Maggessi | Jefferson Andrade

Editora: Coerência

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Número de páginas: 330

Skoob

"... preciso deixar este documento registrado para a posteridade. Hoje sou um pesquisador de fama internacional e reconhecido por ter descoberto o gene 'supremo', sobre o qual elaborei uma série de estudos e dediquei boa parte de minha carreira. Graças aos esforços da repórter Marisa Gimenez, todos sabem da existência destes seres poderosos, portadores destas características, que pisam sobre a terra, mas meu estudo está longe de ser completo. Agora, faço parte do projeto 'Incógnito', subsidiado pelo governo, o mesmo governo que tentou me calar anos atrás. Ainda não sei o que querem com a minha pesquisa, qual o verdadeiro propósito disto, ou os motivos de supervisionarmos estas pessoas tão extraordinárias. Seja como for, o projeto voltou seus olhos a quatro incidentes separados que envolvem cinco supremos. Estaremos colhendo informações importantes sobre esses pretensos heróis, esses deuses entre nós, aqueles a quem chamamos de [texto ilegível]. Tenho certeza que esta experiência será de grande valia para compreendermos."

Amo histórias de super-heróis, apesar de não acompanhar fielmente nenhuma. É algo que sempre me faz sorrir, imaginar pessoas com poderes incríveis que escolhem usá-los para fazer o bem. Em Os Supremos, conhecemos cinco personagens (criadas por quatro autores) que têm a chance de melhorar a vida das pessoas tornando os lugares mais seguros e punindo quem insiste em cometer crimes.

Todas essas personagens têm suas dúvidas e seus receios. Ao mesmo tempo em que sabem seu valor, acabam passando por alguns dilemas. E é isso o que as faz ainda mais interessantes. Embora saibam que são seres especiais, não se acham melhores que as pessoas comuns nem têm certeza de que conseguirão realmente fazer a diferença no mundo.

Eles precisam é de alguém humano e não há nada mais humano do que ter a cabeça recheada de dilemas morais. Isso sim é ser herói. Para ser herói, você não precisa ser corajoso o tempo inteiro, mas precisa ser essencialmente humano.

Cada autor criou personagens específicas, mas sempre respeitando um contexto em comum. No Brasil, por muito tempo foi escondido o Programa Incógnito, que tinha o objetivo de identificar e monitorar pessoas que possuíam um gene específico, que lhes dava os tais poderes sobrenaturais. Até que uma jornalista descobriu o projeto e o revelou ao mundo. Em algumas das histórias a existência do programa é mencionada de leve, em outras os protagonistas têm ligação direta com ele.

Alguns textos fluíram melhor que outros para mim. Minha história preferida foi a da Agatha - codinome Sonda, escrita pela Renata Maggessi. Talvez tenha a ver com ela ser a heroína mais nerd, já que pode controlar máquinas, por exemplo. Mas a escrita da Renata também foi a que mais me agradou. Ela tem outro livro lançado recentemente pela Coerência, chamado O enterro dos ossos. É de outro gênero, mas mesmo assim fiquei com bastante vontade de ler.

Temos heróis bem diferentes entre si. Desde Apolo, criado pelo idealizador da obra, Raphael Miguel, que tem uma força imensa, pode voar e consegue lançar uma energia muito potente com as mãos; passando pelos gêmeos Kryos e Vulcano, criados por Jefferson Andrade, que têm poderes relacionados ao gelo e ao fogo e chegando à Sombra da Noite, a heroína com a história mais diferente, já que é a filha da Lua com a Escuridão e só consegue usar seus poderes quando os "pais reais" estão presentes.

Foi uma ótima leitura que me deixou com gostinho de quero mais. Com certeza é apenas o início das aventuras dos protagonistas, que têm muito ainda a oferecer. Espero que em uma próxima obra passem a interagir mais entre eles, acredito que isso tornaria tudo ainda mais interessante. Neste livro houve situações em que uns apareceram bem superficialmente nas histórias dos outros, mas se começarem a trabalhar juntos vão se tornar ainda mais incríveis. 

Confesso que o final me deixou agoniada... Tem gente indo pelo caminho errado, deixando o poder subir à cabeça, então provavelmente nossos heróis terão muito trabalho pela frente. Que venha muito mais deles!