[Resenha - Galera Record] Um dia existimos

Esta resenha não possui spoilers deste livro ou do livro anterior da série. Porém, caso não tenha lido o primeiro volume, recomendo que pule a sinopse. 

Resenha de O que restou de mim.

Título: Um dia existimos

Autora: Kat Zhang

Tradução: Joana Faro

Livro #2 da trilogia As Crônicas Híbridas

Editora: Galera Record

Número de páginas: 304

Skoob | Leia um trecho

Uma trama distópica, passada num futuro onde pessoas com duas almas habitando o mesmo corpo são uma possibilidade. Considerados instáveis e perigosos, os híbridos foram perseguidos e eliminados das Américas. As fugitivas irmãs Addie e Eva encontram abrigo com um grupo de híbridos que coordenam um movimento de resistência. Apesar dos conflitos envolvidos em dividir um corpo, ambas estão animadas para se juntar à revolução. Com o envolvimento, entretanto, surgem as dúvidas: até que ponto Addie e Eva estão dispostas a usar da violência em nome dessa causa?

Um dia existimos é o segundo livro da trilogia As Crônicas Híbridas. Nela, conhecemos duas irmãs de 15 anos, Addie e Eva, que até o momento conseguiram se manter seguras mesmo que escondam um grande segredo. Elas são híbridas, ou seja, são duas almas que dividem o mesmo corpo. No mundo em que nasceram, isso é normal em crianças... mas aos 4 ou 5 anos acontece a definição, em que a alma dominante assume o corpo e a alma recessiva desaparece para sempre. 

Não foi o que aconteceu com elas, embora tenham conseguido convencer os médicos de que sim (mesmo que com anos de atraso). Híbridos após a infância são considerados instáveis e perigosos, e afastados da sociedade, só que felizmente as garotas escaparam desse destino. Mas uma amizade inesperada acaba provocando imensas reviravoltas nas vidas delas.

Fiquei fascinada quando li o primeiro volume dessa série. Achei algo realmente original - e, para quem comentou que se lembrou de A Hospedeira, preciso dizer que não tem nada a ver. Afinal, naquele livro almas invadem corpos e o objetivo é se livrar da alma que o habitava originalmente, e aqui duas almas já nascem dividindo um mesmo corpo. É uma situação completamente diferente. Infelizmente, minha empolgação não se manteve todo o tempo durante a leitura desse livro.

Não que eu não tenha achado a história boa. É que a leitura do volume anterior me deixou em um ritmo frenético, e este livro é muito parado. É quando descobrimos um pouco mais sobre o que está acontecendo, mesmo que nem todo mundo passe informações confiáveis. É também o livro que parte o coração do leitor ao revelar que muita gente não é como parece ser. E que tem gente que realmente segue à risca o ditado "os fins justificam os meios" sem se importar nem um pouco com as consequências de suas atitudes.

A sensação de poder era apavorante. Era assim que as mudanças começavam? Aquela sensação semelhante à de estar à beira de um abismo, desejando voar, mas com medo de cair?

Mesmo com a lentidão da narrativa na maior parte do tempo, li o livro bem rapidamente. Estava muito curiosa a respeito dos acontecimentos, e isso me fez devorar a história. Só bem no final encontrei mais ação no enredo e aí, em alguns momentos, fiquei bastante agoniada. Mais uma vez, me envolvi muito com os protagonistas e torci com todas as minhas forças para que desse tudo certo para eles.

A autora trabalhou com bem mais intensidade nesse volume a relação entre Addie e Eva. Ela se torna cada vez mais complexa, à medida que as garotas vão desejando um pouco mais de independência. Algo realmente difícil de conseguir tendo que lidar com um corpo em comum.

O final do livro, como o do primeiro volume, não é desesperador. Pelo contrário, até acalmou um pouco o meu coração. A situação dos personagens ficou extremamente complicada, e espero conseguir descobrir logo como a autora vai lidar com o último livro desta trilogia. A boa notícia é que ele já foi publicado no exterior há um certo tempo, então acredito que a publicação por aqui não vá demorar.