[Resenha] Azar o seu!

Título: Azar o seu!

Autora: Carol Sabar

Editora: Jangada

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Sinopse: Parada num engarrafamento no Rio de Janeiro, Bia está pensando em sua vida azarada. O motorista do carro ao lado, tenta se comunicar com ela, mas Bia não o reconhece. Então, ele sai do carro, mas não tem tempo de se explicar, pois começa um violento tiroteio e eles se jogam lado a lado no asfalto. Certa de que está prestes a morrer, Bia entra em desespero e se prepara para dizer suas últimas palavras, na esperança de que o suposto desconhecido possa levar um recado a Guga, seu amor da adolescência, sem perceber que é ele próprio que está ali, ouvindo a inesperada declaração de amor! Os dois escapam juntos do tiroteio e, a partir daí, começam a se envolver, dia após dia. Guga, sem coragem de assumir sua verdadeira identidade, e Bia, feliz consigo mesma por finalmente estar se apaixonando por alguém que não é Guga. Nunca uma maré de azar foi tão engraçada!

Ana Beatriz Guimarães, 25 anos. Uma garota azarada, desempregada, endividada, carente, mal-amada e, portanto, desesperada, como ela mesma diz. Que teve um ataque de loucura num enterro e fez algo que acho melhor nem citar aqui... só vou dizer que tinha um primo de segundo grau envolvido... hehe... menina mais sem noção! rs...

Confesso que esse fato me fez criar uma antipatia instantânea por ela... mas logo passou. Porque entendi que o que aconteceu foi apenas um fato isolado na vida da garota. Ela começa o livro bem perto do limite entre a sanidade e a loucura completa.

Os problemas agora pareciam me engolir. E minha capacidade de sonhar, de pensar positivamente se perdera no caminho.

- Você precisa se permitir - disse o Sr. Desperdício, como se ouvisse meus pensamentos. - Sair do casulo. Ou deixar alguém entrar. Às vezes, ficar sozinha é uma barra.

Bia, como é conhecida por todos, ainda carrega um amor que existe há tempos. Por Guga, seu amigo de infância, irmão de sua ex-melhor amiga, dono de seu segundo beijo (mas considerado como o primeiro e ao som de More Than Words, uma das minhas músicas preferidas de todos os tempos). Ela considera essa situação mais que absurda, já que não o vê há dez anos, pois ele foi estudar música em Londres e nunca mais deu notícias.

Eu precisava saber que, em algum lugar deste planeta, ele continuava existindo, para que eu também pudesse continuar respirando.

Bia, voltando do enterro, tem a infeliz ideia de passar pela Linha Vermelha, e acaba ficando ilhada no meio de um tiroteio. Mas, no meio da confusão, ela conhece O Cara. Alguém que a faz sentir que pode superar o que sempre sentiu por Guga. Só que Murphy está sempre de plantão na vida da Bia, claro. Mal sabe ela que O Cara é Guga, que ela não teve a capacidade de reconhecer... rs...

Ele era irresistível, o filho da mãe. E fofo e espirituoso e pretensioso e gostoso até não poder mais. Ah, qual é? Eu era semivirgem, mas mulher em primeiro lugar!

Gente, vocês não fazem ideia de como esse livro é divertido!!!! É sensacional o jeito que a Carol escreve, eu dei gargalhadas durante quase toda a história. A Bia é tão cabeça dura, e o Guga tão... lindo, maravilhoso, gentil, paciente e... bem, eu entendo a insegurança da Bia... ele também parece ser um mentiroso compulsivo e, portanto, indigno de confiança.

- Nossa história é "mais bonita que a de Robinson Crusoé".

- Seu traidor! - Dei outro soco. - Como você tem coragem... - Outro soco. - ... de usar... - Mais um. - ... o verso do Drummond em vão?

Essa é a Bia! rs... Mas Azar o seu! não é só divertido. Ele também emociona. Me peguei chorando umas três vezes, porque tem partes bem tocantes.  O que não tira a leveza e a delicadeza do livro.

A narrativa se alterna entre o presente e o passado das personagens, é muito legal acompanhar as lembranças da Bia. Mesmo porque eu amei todas as referências que a Carol colocou no livro! Ela citou tantas coisas que eu gostava quando era criança e adolescente (e que ainda gosto), que não tive como não me identificar.

Eu não queria parar! Eu não podia parar! Parar intimida os covardes! E, perto da minha pessoa, o Salsicha do Scooby-Doo seria um valentão.

E essa capa... ela é perfeita! Retrata bem as personagens principais e, de quebra, a floricultura do pai da Bia, que é um cenário mega importante na história.

Li Azar o seu! bem rápido, não dá pra largar esse livro. Eu queria um pouco mais de Bia e Guga, queria acompanhar mais a vida desses dois... Não reclamaria nem um pouco se a Carol decidisse escrever uma continuação. Que não é necessária, mas seria muito bem-vinda! =)

A gente nasce, cresce, se ilude, se reproduz, se ilude de novo, quebra a cara. Depois a gente morre. Muitos de nós, inclusive, morrem sem se reproduzir. Sem se iludir ou quebrar a cara? Jamais!

Resenha postada no skoob.