[Resenha - Rocco] Querida Filha

Título: Querida Filha

Autora: Elizabeth Little

Tradução: Fabienne W. Mercês

Editora: Rocco

(Coleção Luz Negra)

Número de páginas: 368

Skoob

A relação mãe e filha – e os segredos que podem se esconder em seus meandros – é o combustível do bem-sucedido romance de estreia de Elizabeth Little, lançamento da coleção Luz Negra, que reúne o melhor do suspense feminino contemporâneo. O livro acompanha a ex-it girl Janie Jenkins, que, ao sair da prisão 10 anos após ter sido condenada pela morte da mãe, só deseja fugir dos holofotes e encontrar o verdadeiro assassino. Só há um problema: Janie não tem certeza absoluta de que não cometeu o crime. E, seguindo a única pista que possui, inicia um périplo que a levará a uma pacata cidade em Dakota do Sul e a um revelador encontro com o passado.

Em Querida Filha, conhecemos Jane Jenkins, que foi acusada de matar a própria mãe e condenada à prisão perpétua por isso. Mas, dez anos depois, sua sentença acaba sendo anulada por erro na manipulação das provas. A garota não sabe o que aconteceu no dia do assassinato, mas decide que vai descobrir.

Não é uma tarefa fácil, principalmente por ela ser odiada e perseguida por alguns, o que faz com que tenha que se disfarçar; mas Jane está disposta a desvendar o crime e provar para si mesma que é inocente. Com apenas algumas palavras que escutou sua mãe dizer como pista, começa sua jornada em busca da verdade.

Adoro enredos que têm perda de memória no meio, mas achei que no caso desse livro essa parte poderia ter sido melhor trabalhada. A protagonista acha que não seria capaz de matar sua mãe, mas não tem como ter certeza por não conseguir acessar suas lembranças. Imaginem o nível de angústia que isso deveria causar... Mas no decorrer da leitura eu chegava a esquecer que a dúvida existia, até que fosse citada novamente.

Outra coisa que achei superficial foi a forma como foi trabalhada a relação dela com a mãe. Acredito que alguns flashbacks mostrando porque a relação entre elas era tão ruim teriam ajudado bastante. Mas, mesmo com essas falhas, foi uma leitura que adorei fazer; a história foi muito bem desenvolvida.

É fascinante a capacidade da autora de nos manter completamente vidrados na leitura. Quase não temos tempo para respirar já que ela solta várias bombas no decorrer do enredo, uma mais impressionante que a outra.

O livro faz parte da Coleção Luz Negra, descrita como "a revelação do novo suspense". Os dois livros desta coleção que li me surpreenderam bastante. São os primeiros livros de suas respectivas autoras, e acho que ambas têm muito a oferecer. No caso de Elizabeth, ela fez o mais difícil, que foi não me permitir desvendar as coisas antes que esclarecesse tudo e me convencer de que a explicação fazia total sentido. Isso é algo cada vez mais difícil de acontecer e me fez adorar a leitura.